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CARGA DE MADEIRA DA AMAZÔNIA É BLOQUEADA NA FRANÇA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Março de 2008

17 de Março de 2008 Carga de madeira ilegal da Amazônia é bloqueada na França.
Ouistreham, Caen (França) — Novo relatório revela como a demanda por madeira pela União Européia incentiva o desmatamento na região amazônica. Legislação européia precisa ser reformada para banir produto predatório do mercado.

Um navio vindo do Brasil carregado de madeira de origem duvidosa foi bloqueado nesta segunda-feira por ativistas do Greenpeace na França. Os ativistas da Alemanha, Inglaterra, Itália e Chile abordaram o cargueiro Galina III, que estava indo para o porto de Caen, no norte da França, para descarregar a madeira. Eles permanecem a bordo do cargueiro, que está sendo seguido pelo Arctic Sunrise, navio do Greenpeace.

“A exploração ilegal de madeira abre as portas para que a floresta amazônica seja destruída, acelerando as mudanças climáticas e colocando em risco a biodiversidade e o modo de vida de milhares de comunidades tradicionais”, afirma Marcelo Marquesini, engenheiro florestal e ativista do Greenpeace, que participou da atividade na França.

“A União Européia é o maior importador de madeira amazônica do mundo e não possui um sistema de verificação de origem do produto, permitindo que empresas que atuam de forma clandestina e com madeira vinda de desmatamento abasteçam o seu mercado com madeira ilegal. Isso torna os países europeus co-responsáveis pela destruição da Amazônia.”

Relatório revela produção ilegal

Relatório do Greenpeace divulgado nesta segunda-feira revela como a produção ilegal de madeira na Amazônia continua sendo um problema crônico, não resolvido pelo governo brasileiro e pelos estados amazônicos, apesar do tema ter sido incluído no Plano de Ação para Controle e Prevenção do Desmatamento, lançado em março de 2004. Estima-se que 80% da madeira explorada na região sejam produzidos de forma ilegal. O governo Lula assumiu que pelo menos 63% da produção anual - 40 milhões de metros cúbicos - sejam ilegais. Porém, a madeira sai dos portos brasileiros totalmente legalizada graças às falhas no sistema de controle e monitoramento da produção.

As empresas importadoras européias, por sua vez, justificam estarem comprando madeira com documentos legais quando, na realidade, estão financiando a exploração ilegal que segue destruindo grandes áreas de florestas, promovendo o desmatamento, facilitando a grilagem de terras e incentivando a corrupção e a violência contra comunidades.

“Se a União Européia quiser zerar o desmatamento e combater os impactos das mudanças climáticas, ela precisa usar seu poder econômico para introduzir uma nova e rigorosa legislação florestal para banir a entrada de madeira ilegal e predatória no mercado europeu”, disse Judy Rodrigues, da campanha de florestas do Greenpeace Internacional.

O desmatamento das florestas tropicais é responsável por aproximadamente um quinto das emissões globais de gases de efeito estufa - mais do que todo o setor de transportes do mundo inteiro. A Amazônia brasileira já perdeu 700 mil quilômetros quadrados da sua cobertura florestal original nos últimos 40 anos - uma área duas vezes e meia maior que o Estado de São Paulo. O desmatamento é a maior fonte de emissões brasileiras de gases de efeito estufa, colocando o país na posição de quarto maior poluidor do mundo.

O desmatamento na Amazônia aumentou de 1997 a 2004 quando atingiu o pico de 27.400 quilômetros quadrados, com apenas 30% deste total tendo sido autorizados. Nos três anos seguintes, no entanto, o índice anual de destruição florestal caiu, registrando 11.200 quilômetros quadrados em julho de 2007. O receio de uma retomada no desmatamento foi confirmado no início deste ano, quando dados preliminares do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostraram um aumento no desmatamento entre agosto e dezembro de 2007 (7 mil quilômetros quadrados), em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Bahia amiga da Amazônia

No Brasil, o Estado da Bahia deu um importante passo no combate ao desmatamento na Amazônia e às mudanças climáticas no Brasil. O governador Jaques Wagner (PT-BA) assinou nesta segunda-feira (17/03) o Termo de Compromisso pelo Futuro da Floresta, aderindo ao programa Estado Amigo da Amazônia, do Greenpeace. O programa Estado Amigo da Amazônia prevê a criação de leis locais que eliminem madeira ilegal e de desmatamento de todas as compras e obras públicas dos estados, além do estabelecimento de ações efetivas de controle e fiscalização do fluxo e da comercialização de madeira nativa (não apenas amazônica) no território baiano. Com isso, o programa deve ajudar a criar condições de mercado para a madeira produzida de forma responsável e sustentável na Amazônia.

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Bahia sai na frente no Nordeste como Estado Amigo da Amazônia

17 de Março de 2008 O governador da Bahia, Jaques Wagner, e o diretor de Campanhas do Greenpeace, Marcelo Furtado, assinam termo de compromisso para banir madeira ilegal da Amazônia nas obras públicas do estado baiano.
Internacional — Governador Jaques Wagner assina termo de compromisso com o Greenpeace para banir madeira de origem ilegal e predatória das obras públicas da região.

O Estado da Bahia deu nesta segunda-feira um importante passo no combate ao desmatamento na Amazônia e às mudanças climáticas no Brasil. O governador Jaques Wagner (PT-BA) assinou o Termo de Compromisso pelo Futuro da Floresta, aderindo ao programa Estado Amigo da Amazônia, do Greenpeace.

O programa Estado Amigo da Amazônia prevê a criação de leis locais que eliminem madeira ilegal e de desmatamento de todas as compras e obras públicas dos estados, além do estabelecimento de ações efetivas de controle e fiscalização do fluxo e da comercialização de madeira nativa (não apenas amazônica) no território baiano. Com isso, o programa deve ajudar a criar condições de mercado para a madeira produzida de forma responsável e sustentável na Amazônia.

“Para nós, é um orgulho sermos o segundo Estado amigo da Amazônia. Nós seremos vitoriosos quando conseguirmos mexer no bolso daqueles que ganham com o desmatamento”, afirmou o governador, após a solenidade. “Quando o protocolo que normatiza a fiscalização e a compra de madeira estiver pronto, aumentaremos o contingente de policiais ambientais no Estado.”

Atualmente, entre 60% e 64% da madeira extraída na floresta amazônica são consumidos no mercado brasileiro e o restante é destinado à exportação (entre 36% e 40%). Cerca de 80% dessa produção tem origem ilegal e predatória. O Greenpeace estima que 1/3 do consumo interno seja praticado por compradores públicos, entre eles municípios, estados e os próprios órgãos do governo federal.

“As mudanças climáticas já estão causando impactos na Bahia e no Nordeste. O maior vilão é o desmatamento de nossas florestas. Hoje a Bahia dá um importante passo nesta luta que tem como objetivo final garantir o desenvolvimento sustentável do estado e a sobrevivência das futuras gerações”, comenta Marcelo Furtado, diretor de campanhas do Greenpeace.

O compromisso foi assumido por ocasião da II Conferência Estadual de Meio Ambiente da Bahia, cujo tema é “Mudanças Climáticas, Território e Sociedade”, no Centro de Convenções da Bahia, e contou participação do Secretário Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Juliano Matos (PV-BA) e de Renato Cunha, do Grupo Ambientalista da Bahia (Gamba). O Gamba atuará como membro da comissão técnica de trabalho, instituída no próprio termo de compromisso assinado hoje, para garantir a implementação do programa no estado, da mesma forma que vem colaborando na implantação do programa Cidade Amiga da Amazônia, na prefeitura de Salvador.

“Com essas ações de fiscalização em estradas e depósitos pretendemos que o estado garanta ao consumidor final a disponibilidade de madeira de origem legal no mercado baiano. Dessa forma, poderemos também ser Cidadãos Amigos da Amazônia”, explica Renato Cunha, do Gamba.

Outros Estados e Cidades Amigos da Amazônia

Atualmente o programa Cidade Amiga da Amazônia conta com a participação de 37 municípios, localizados nos principais mercados consumidores de madeira nativa do país, entre eles capitais como: São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza e Manaus.

“Esperamos que com a ajuda de nossos parceiros do Gamba o sucesso do programa sirva de inspiração para que outros estados nordestinos se tornem Amigos da Amazônia” reforça Adriana Imparato, coordenadora do Programa Estado Amigo da Amazônia.

O estado de São Paulo foi o primeiro estado brasileiro a aderir ao programa Estado Amigo da Amazônia, do Greenpeace e também o primeiro a apoiar o Pacto pela Valorização da Floresta e pelo Fim do Desmatamento na Amazônia.

Até o final de 2008 estão previstas adesões de outros 3 estados ao Programa: Rio de Janeiro, Minas Gerais e Acre.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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