São Luis (14/03/2008) -
O Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS)
ligado à Superintendência do Ibama
no Maranhão realizará um processo
de soltura branda de 12 jandaias entre os dias 20
e 22 de março, na ASAS Sítio Aguahy,
em São José de Ribamar. Vítimas
do tráfico de aves silvestres que se destacam
pelo belo colorido de sua plumagem, esses animais
foram apreendidos em São Paulo e enviados
ao CETAS no dia 27 de fevereiro pelo Rincho da Mata,
um criadouro conservacionista paulista que abriga
várias outras aves da família dos
psitacídeos, como araras e papagaios.Iniciativas
como esta tem o objetivo de “repatriar” certas espécies
que foram retiradas pelo tráfico, dos estados
brasileiros onde estão localizados seus habitats
naturais, como a Pré-Amazônia e o cerrado
maranhenses, e depois comercializadas nos grandes
centros consumidores da Região Sudeste, principalmente
Rio de Janeiro e São Paulo.
A soltura branda caracteriza-se
pela abertura de uma janela que possibilita a saída
e a entrada do animal de uma estrutura montada na
área de soltura. Assim, as jandaias vão
ter liberdade de locomoção, podendo
voltar ao local preparado pelos técnicos
quando preferir, para descanso, alimentação
e proteção de predadores.
Antes de se realizar o processo
de soltura, as aves receberam tratamentos, incluindo
dietas, exames de sangue e outras avaliações
para diagnosticar como estavam fisicamente. Logo
depois elas passaram por um período de observação
em viveiros para averiguar os seus comportamentos.
As jandaias são aves que
vivem na orla marítima, na mata secundária
em regiões cultivadas, como carnaubais e
babaçuais, principalmente no sudeste do Pará
e do Maranhão, em Pernambuco e no leste de
Goiás.
Tem o bico negro, intensa cor
laranja, apenas com as rêmiges e algumas penas
da asa e da cauda verde-azuladas. Vivem habitualmente
em casais, e para dormir reúnem-se em bandos.
Elas se alimentam de frutos e sementes e sua reprodução
é caracterizada por ovos arredondados, brancos
e pequenos, sendo chocados principalmente pela fêmea
que é visitada e alimentada pelo macho na
câmara incubadora por 26 dias, depois ele
a ajuda a cuidar dos filhotes.
A Assessoria de Comunicação
da Superintendência do Ibama no Maranhão,
ficou responsável por convidar os veículos
de imprensa inclusive de rede nacional interessados
em registrar as imagens da soltura branda das jandaias
no ambiente natural em foto e vídeo, que
posteriormente poderão ser utilizadas em
atividades de educação ambiental e
divulgação do trabalho do órgão.
Para acompanhar a soltura, a imprensa
deverá fazer o agendamento na Ascom pelos
telefones (98) 3231-3010 e (98) 8821-6555.
Últimos resultados da Operação
Guardiões da Amazônia, Operando no
Destino no Rio Grande do Sul
Porto Alegre (14/03/2008) - Até agora foram
embargadas três empresas (duas em Bom Princípio
e uma em Bagé) e cinco notificadas (três
em Santa Maria, uma em Passo Fundo e uma em Pelotas).Foram
apreendidos 800m³ de madeira de origem amazônica
, equivalente a cerca de 22 caminhões.
A fiscalização prossegue
agora com a análise da documentação
solicitada o que ainda irá demandar vários
dias, até porque algumas empresas têm
prazo de cinco dias para apresentar toda a comprovação
de regularidade ambiental.
Ao avaliar como positiva a fiscalização
intensiva desta quinta-feira, o responsável
pela operação da Superintendência
do Ibama/RS, Fernando Falcão ressalta que
as ações devem continuar sistematicamente,
como vem sendo feito desde setembro de 2006, com
o auxílio do sistema Documento de Origem
Florestal (DOF), uma licença eletrônica,
com informações atreladas ao seu código
de barra.
Maria Helena Annes
+ Mais
Soltura de pássaros faz
a festa da criançada em Brasília
Brasília (17/03/2008) -
Dezenas de pequeninas mãos, na manhã
de sábado, juntaram-se para dar liberdade
a 72 pássaros, apreendidos pela fiscalização
do Ibama. As crianças sustentavam gaiolas
cheias de curió, pássaro-preto, sabiá,
colerinha, trinca-ferro, canário da terra,
com a abertura virada para o alto. Tão logo
viam o céu, os pássaros voavam.Algumas
crianças receberam os pássaros nas
próprias mãos. Aisha, de 10 anos,
e Flora, de 9 anos, estavam entre as premiadas.
Elas foram acompanhadas de perto por Iaiá
Floresta, educadora ambiental do Ibama, que cantava
“Vamos soltar os bichos e deixar os animais a vontade”.
Antes da soltura, ocorrida durante a comemoração
de 23 anos do Jardim Botânico de Brasília,
o analista ambiental da Coordenação
de Fiscalização do Ibama Anderson
Luis do Valle deu um série de informações
às crianças e adultos. “Pássaro
preso é uma judiação.” Lembrou
que os pássaros ajudam na polinização
de flores e na dispersão de sementes. Quando
estão na gaiola, deixam de fazer esses trabalhos.
Valle listou aos pequenos e aos
adultos os alimentos impróprios enclausurados
nas casas. “Papagaios comem dados aos pássaros
pão e manteiga e sementes de girassol. Quando
a fiscalização chega, eles estão
gordos e tristes”. O biólogo disse que alguns
passam a balançar a cabeça de um lado
para outro. “Eles não estão dançando,
estão lelé da cuca, pois na natureza
vivem em grupo.”
Quem gosta de pássaro,
aconselhou Valle, pode comprar um binóculo
para observá-lo na natureza ou, então,
colocar comedouros com frutas e sementes perto de
casa. Nada de água com açúcar,
como costumam fazer algumas pessoas para atrair
beija-flor. Coloque apenas água.
Outro momento de muita descontração
durante a soltura foi quando Valle apontou para
o estagiário Roberto Cavalcanti Sampaio,
do Cetas, e disse que ele havia formado em biologia,
mas se especializou em correr atrás de passarinho.
Por dez minutos, três vezes por dia, Roberto
corre atrás dos pássaros no gaiolão
onde ficam no Cetas para auxiliá-los a exercitarem
o vôo. Faz parte do treinamento e preparo
de retorno dos animais à natureza.
“Por que aquele pássaro
azul está com uma marca de machucado (em
cima do bico) fora a fora na cara dele?”, quis saber
um dos meninos que cercaram a equipe do Ibama. “Pergunta
inteligente”, observou Anderson, explicando que
aquela marca era resultado de o pássaro se
debater na gaiola querendo liberdade. O biólogo
disse que o animal “só se entrega à
prisão perpétua” após muitas
tentativas de fuga. A marca no rosto era um bom
sinal: era prova de que aquele pássaro havia
sido capturado recentemente e, portanto, teria facilidade
em se readaptar à natureza.
Os animais silvestres sem origem
legal, quando apreendidos dos traficantes (em feiras
livres, em rodovias ou outros locais), vão
para os Centro de Triagem de Animais- Cetas do Ibama.
Permanecem o tempo suficiente para recuperar as
forças e serem soltos. Aqueles sem condições
de voltar a viver na natureza são destinados
a zoológicos e criadouros conservacionistas.
Sandra Sato
Ascom/Ibama
Foto: Ricardo Maia