14 de
Março de 2008 - Flávia Albuquerque
- Repórter da Agência Brasil - São
Paulo - O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
(Idec) e o Instituto Vitae Civilis lançaram
nesta semana, como parte das comemorações
da Semana do Consumidor, a campanha nacional Mude
o Consumo para não Mudar o Clima.
O objetivo é informar o
cidadão sobre o quanto seu consumo pode afetar
o clima do planeta e sugerir alternativas para que
ele mude seus hábitos. Além disso,
a campanha pretende estimular o cidadão a
cobrar de empresas e autoridades ações
efetivas para a diminuição de práticas
que provoquem mudanças climáticas.
Pesquisadores do Idec e do Vitae
Civilis estão nas ruas de São Paulo,
até o fim de março, com um computador
portátil para que o consumidor poderá
calcule qual é a sua contribuição
de emissão de gás carbônico
(CO2) e, assim, conhecer alternativas para diminuir
essa emissão. O consumidor também
receberá um material impresso sobre as práticas
que pode adotar para diminuir os impactos do consumo.
Na avaliação do
professor, Alan Abreu, a iniciativa do Idec é
excelente porque além de ajudar a conscientizar
a população, dá uma idéia
de como se comportar para melhorar a própria
vida. “Ensina como economizar colaborando com o
planeta. Eu respondi às perguntas e esperava
que poluísse mais, mas vi que ainda dá
para melhorar. Tive a impressão que sempre
dá para melhorar alguma coisa mesmo com atitudes
simples”, relatou o professor depois de fazer o
teste no computador da campanha.
Para a funcionária pública,
Valderez Perez, a campanha conscientiza as pessoas
a poluírem menos. “Eu não me surpreendi
muito com o resultado do meu cálculo porque
já procuro ter uma atitude consciente, então
estou um pouco abaixo da média dos países
civilizados. Fiquei satisfeita, mas vou trocar as
lâmpadas da minha casa e incentivar minha
filha a usar menos o carro, por exemplo”.
O representante comercial, Carlos
Nascimento, disse que gostou do resultado de seu
cálculo, que está dentro dos limites
de emissão, mas pretende melhorar. “Só
não foi melhor porque não estou reciclando
o lixo. Vou começar a fazer isso porque é
muito interessante”.
+ Mais
Campanha quer mudar hábitos
de consumo para combater aquecimento global
13 de Março de 2008 - Ana
Luiza Zenker - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Mudar hábitos
de consumo para tentar barrar o aquecimento global.
Essa é a proposta da campanha Mude o Consumo
para não Mudar o Clima, lançada pelo
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)
e pelo Instituto Vitae Civilis na semana do Dia
do Consumidor, comemorado no sábado (15).
A coordenadora da campanha, Liza
Gumm, explica que se tem falado muito sobre mudanças
climáticas e aquecimento global, mas que
“o Idec sentiu falta de um passo a mais, de mostrar
para o consumidor brasileiro a relação
entre essas mudanças climáticas e
os nossos hábitos de consumo”.
São três os objetivos
da campanha. O primeiro é conscientizar a
população. Um dos meios para isso
é uma calculadora, disponível na página
eletrônica da campanha e que faz uma estimativa
de quanto gás carbônico é emitido
pelos hábitos de consumo de uma pessoa. Além
disso, a página também traz formas
de reduzir a emissão de gás carbônico,
um dos principais causadores do efeito estufa.
O segundo objetivo é fazer
com que o consumidor seja um consumidor-cidadão
e "pressione o poder público para que
políticas públicas sejam implementadas
nos diversos setores, para permitir a mudança
nos padrões de produção e consumo”,
de acordo com Liza Gumm. Entre as políticas,
a coordenadora sugere as que incentivem o transporte
público, a produção de carros
e de eletroeletrônicos mais eficientes, e
o combustível limpo.
Para pressionar o governo federal,
estão sendo colhidas assinaturas para um
abaixo-assinado. Também está disponível
na página da campanha na internet o serviço
de envio de mensagens eletrônicas a autoridades
governamentais.
O terceiro objetivo é pressionar
as empresas. O foco da campanha este ano são
os supermercados e o consumo de carne. Segundo Liza
Gumm, o motivo é que uma das principais fontes
de gás carbônico são o desmatamento
e as queimadas, geralmente destinados à expansão
da fronteira agrícola e da pecuária.
“O consumidor, sem querer, ao consumir produtos
agrícolas e carne pode estar sendo cúmplice
nesse desmatamento e nessa queimada”, ressalta.
A coordenadora da campanha afirma
que os consumidores precisam pressionar as empresas
para que elas exijam dos seus fornecedores a rastreabilidade
da carne, a fim de evitar que o produto venha de
propriedades que desmatam. Para isso, o cidadão
pode baixar cartões postais da página
da campanha na internet para entregá-los
ou enviá-los a supermercados.
A campanha foi lançado
na última segunda-feira (10) e deve ficar
no ar durante “alguns meses”, segundo a coordenadora.
O abaixo-assinado recebe adesões até
5 de junho, Dia do Meio Ambiente.
+ Mais
Responsabilidade socioambiental
avança lentamente nas empresas, avaliam organizações
14 de Março de 2008 - Ana
Luiza Zenker - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - A adoção
de práticas consideradas social e ambientalmente
responsáveis pelas empresas brasileiras está
ocorrendo em um ritmo mais lento do que o esperado.
Essa é a avaliação do presidente
do Instituto Ethos, Ricardo Young. Ele cita, por
exemplo, a contratação de deficientes
e jovens aprendizes, em que “as empresas estão
aquém do mínimo legal”, apesar da
legislação.
Uma pesquisa divulgada em fevereiro
pelo Instituto Nacional de Defesa do Consumidor
(Idec) mostra como está a situação
dos bancos brasileiros em relação
à responsabilidade socioambiental.
Na pesquisa, a soma dos resultados
dos principais bancos nas três áreas
pesquisadas – a relação com os trabalhadores,
com o meio ambiente e com os consumidores – ficou
sempre abaixo da média. O ABN AMRO Real ficou
em primeira colocação, com nota classificada
como regular. Os piores colocados foram o Unibanco
e o Santander, com desempenho pouco acima do péssimo.
Na questão do cumprimento
da cota de deficientes físicos, de 5% do
total de funcionários, enquanto o Banco Real
cumpria 93% da meta, o Unibanco ficava em apenas
7%.
Apesar dos dados, Young acredita
que não se trata de uma falta de comprometimento
das instituições. “Não se trata
de uma apropriação mercadológica
do tema sem um comprometimento, há um comprometimento
estratégico, mas com pouca expressão
na gestão do cotidiano dos bancos”, afirma.
Ele diz que se trata de mudar a cultura das instituições,
o que não é algo que pode ser atingido
em curto prazo.
Na opinião do assessor
técnico do Idec, Marcos Pó, os bancos
têm que aperfeiçoar o seu comportamento.
“Parece que eles têm um discurso caminhando
numa evolução, mas ainda estão
longe de transformar esse discurso numa prática
efetiva cotidiana”, afirmou, em entrevista à
Agência Brasil.
Apesar de reconhecer que o conceito
de responsabilidade socioambiental ainda está
em construção, Marcos Pó diz
que em geral as empresas se prendem mais a projetos
sociais que muitas vezes estão ligados a
ações e marketing.
“Se eles tiverem [projetos sociais]
serão bem vindos, mas a gente não
pode chamar de responsável uma instituição
que tenha excelentes projetos sociais mas que trate
muito mal os trabalhadores, conceda empréstimos
para empresas que gerem danos ao meio ambiente e
que desrespeitem os direitos dos consumidores”,
disse.
Algumas práticas incentivadas
são a extensão dos benefícios
trabalhistas aos funcionários terceirizados,
ações que promovam a diversidade de
raça e gênero e a inclusão,
ter canais efetivos de comunicação
com os consumidores, incluindo o atendimento nas
agências, e a concessão de crédito
somente a projetos que não prejudiquem o
meio ambiente.