Dia Mundial
da Água: WWF-Brasil promove ato em defesa
das nascentes
19 Mar 2008 - Um inflável
gigante, de 15 metros de altura, no formato de um
tradicional filtro de barro, será instalado
nas Cataratas do Iguaçu, no Paraná,
no dia 22 de março, Dia Mundial da Água,
com o provérbio chinês “ao beber a
água, lembre-se da nascente”.
A mensagem tem por objetivo chamar
a atenção da população
e das autoridades para a necessidade de proteção
das áreas de cabeceiras no Brasil, país
que tem a responsabilidade de abrigar 13,7% de toda
a água doce disponível no planeta.
Trata-se do lançamento
do Movimento Nascentes do Brasil, conduzido pelo
Programa Água para a Vida, do WWF-Brasil,
dentro da iniciativa global HSBC Climate Partnership,
um programa ambiental do Grupo HSBC desenvolvido
para responder às urgentes ameaças
das mudanças climáticas em todo mundo.
O Movimento Nascentes do Brasil,
que também conta com o apoio da top model
Gisele Bünchen e da Grendene, tem por objetivo
mobilizar pessoas comuns, comunidades e governos
para ações concretas de proteção
de nascentes e cabeceiras, ao mesmo tempo em que
conclama a população a refletir sobre
a água e seus diversos significados.
A ação deste Dia
Mundial do Meio Ambiente conta com o apoio do Parque
Nacional do Iguaçu e do Parque Nacional Iguazú
(Argentina), e da Fundación de la Vida Silvestre,
também da Argentina.
Comunidades em ação
“O foco do WWF-Brasil é mobilizar a sociedade
para a proteção dos recursos hídricos
frente às ameaças das mudanças
climáticas. Se a proteção das
áreas de cabeceiras, onde estão as
nascentes, já era importante para garantir
quantidade e qualidade de água no Brasil,
agora torna-se crítica diante dos possíveis
impactos do aquecimento global”, afirma Denise Hamú,
secretária-geral do WWF-Brasil.
Denise Hamú explica que
as nascentes são consideradas pelo Código
Florestal brasileiro como áreas de preservação
permanente (APPs). Além das nascentes, as
áreas de cabeceiras são consideradas
importantes áreas para conservação
de bacias hidrográficas.
“São áreas mais
sensíveis, que formam os ecossistemas aquáticos
e que contribuem com serviços ambientais,
como por exemplo, o abastecimento de água
para população”, acrescenta Hamú.
Segundo ela, essas áreas merecem maior atenção
por parte dos governos e da sociedade em razão
do elevado grau de degradação que
esses ambientes vêm sofrendo em várias
bacias hidrográficas brasileiras. “Garantir
a saúde dos sistemas aquáticos é
a melhor forma de manter esse ‘filtro natural’ para
qualidade da água”, conclui Denise.
De imediato, o movimento está
propondo que a população pressione
os governos por políticas públicas
de proteção às nascentes e
áreas de cabeceira com base em um modelo
de Proposta de Projeto de Lei que está disponível
no site do WWF-Brasil (www.wwf.org.br/agua). O modelo
foi inspirado no sucesso do Programa Adote uma Nascente,
do Governo do Distrito Federal, que foi apoiado
pelo WWF-Brasil.
Em breve, o WWF-Brasil lançará
uma publicação que reúne diversas
experiências similares pelo Brasil afora,
como a proteção dos mananciais em
Minas Gerais, o trabalho nas nascentes da Chapada
Diamantina (BA) e outros casos de incentivos a “Pequenos
Produtores de Água”, como são chamados
proprietários rurais que tomam para si a
tarefa de proteger suas nascentes.
“Grupos organizados estão
convidados a engajar-se neste movimento”, explica
Carlos Alberto de Mattos Scaramuzza, superintendente
de Conservação e Programas Temáticos
do WWF-Brasil. “A diferença de estratégia
desta iniciativa reside em criar laços próximos
entre as pessoas e a água. Queremos que as
pessoas reflitam sobre os recursos hídricos
e os compreendam de forma integrada e não
apenas utilitária”, conclui Scaramuzza.
Entre outras iniciativas, o WWF-Brasil
planeja levar o movimento para o Pantanal, maior
área úmida do planeta de enorme biodiversidade
e, também, fragilidade em razão do
fato de que parte de suas nascentes estão
localizadas no Cerrado, que sofre pressão
de atividades agropecuárias implementadas
sem respeito às boas práticas.
Em Brasília, o movimento
está apoiando o projeto Salve o Urubu como
um projeto demonstrativo de mobilização
da comunidade em torno da proteção
dos recursos hídricos.
Ação global – Com
investimento de U$ 100 milhões e duração
de cinco anos, o HSBC Climate Partnership prevê
ações em parceria com as ONGs WWF,
The Climate Group, Earthwatch Institute e Smithsonian
Tropical Research Institute (STRI).
Lançado em maio de 2007,
o Climate Partnership está focado em quatro
pontos estratégicos: defesa de rios que provém
água doce, mitigação do CO2
em grandes metrópoles e pesquisa de biodiversidade
em florestas tropicais além do engajamento
pessoal para transformação de atitude
dos indivíduos em todo mundo.