O Instituto
Ambiental do Paraná (IAP) está garantindo
mais uma parceria para controlar e erradicar espécies
exóticas invasoras em Unidades de Conservação.
Na ultima quinta-feira (13), foi assinado em Jaguariaíva,
no Norte Pioneiro do Estado, um termo de cooperação
técnica entre a diretoria de Biodiversidade
e Áreas Protegidas do IAP e a empresa de
energia Duke Energy para retirada de espécies
de gramíneas exóticas que estão
se proliferando Parque Estadual do Cerrado. O prazo
para retirada e controle de espécies no local
será de dois anos.
De acordo com o presidente do
IAP, Vitor Hugo Burko, a idéia é retirar
as espécies exóticas para dar lugar,
novamente, às espécies nativas da
região. A iniciativa faz parte do Programa
Estadual de Controle e Eliminação
de Espécies Exóticas Invasoras, que
vem sendo desenvolvido nas Unidades de Conservação
pelo IAP, de forma pioneira no país. “Erradicar
espécies exóticas em áreas
protegidas é um trabalho primordial para
conservação das espécies nativas
que estão ali resguardadas”, ressaltou Burko.
Espécies exóticas
invasoras são aquelas que não são
naturais de um ecossistema e que, uma vez introduzidas,
provocam mudanças ou alterações
no ambiente. “Sua dispersão e reprodução
causam prejuízos ambientais sociais e econômicos,
reduzindo a biodiversidade de determinado local
e afetando até mesmo algumas culturas”, informou
Burko. No caso do Parque do Cerrado, as gramíneas
invasoras são da espécie braquiária
e também o capim-gordura, em menor quantidade.
DUKE - O trabalho realizado pela
empresa de energia faz parte das medidas mitigadoras
exigidas pelo órgão ambiental para
a renovação do licenciamento de operação
da hidrelétrica de Xavantes concedida para
a Duke. Além da erradicação
das exóticas no parque do Cerrado, outra
medida mitigadora foi a elaboração
do Plano de Manejo do Horto Florestal de Jacarezinho.
Caberá à empresa
fornecer material e mão-de-obra para a retirada.
Já o IAP será responsável pela
orientação técnica para a execução
do trabalho.
O diretor de Biodiversidade e
Áreas Protegidas do IAP, João Batista
Campos, contou que o instituto tem procurado solucionar
o problema das espécies exóticas invasoras,
por meio de parcerias. Como exemplo, ele citou o
trabalho para retirada de pinus no Parque Estadual
de Vila Velha, feito com o apoio da Associação
Paranaense de Empresas de Base Florestal do Paraná
(Apre).
João Baptista lembrou que
uma das principais funções das Unidades
de Conservação de proteção
integral é proteger amostras importantes
da flora e fauna características de regiões
fitogeográficas do Paraná, sendo as
maiores depositárias da biodiversidade do
nosso Estado. “Queremos que a natureza seja o mais
próximo possível do que era, quando
o parque foi criado, quando a vegetação
predominante era o campo”, afirmou o diretor, explicando
que a ação inclui a orientação
dos produtores do entorno e monitoramento contínuo
para evitar novas contaminações”,
detalhou.
O Paraná é considerado
o estado mais avançado da América
Latina na erradicação de espécies
exóticas invasoras. Isso porque o Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), publicou a primeira
lista do país contendo espécies exóticas
invasoras e, ainda, reconheceu o problema oficialmente
por meio de portaria que estabelece a retirada dessas
espécies das Unidades de Conservação.
ATRATIVOS - Sediado em Jaguariaíva,
o Parque Estadual do Cerrado preserva, em seus mais
de 1,8 mil hectares, um dos últimos remanescentes
deste bioma no Paraná e da região
Sul do país.
O chefe do Departamento de Unidades
de Conservação do Instituto Ambiental
do Paraná (IAP), Marcos Antônio Pinto,
destacou outros atrativos do parque. O IAP, vinculado
à Secretaria do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, é responsável pela
gestão das Unidades de Conservação
estaduais.
“Um dos principais é o
cânion formado pelas corredeiras do Rio Jaguariaíva,
que corta o parque”, apontou. “Mas a Unidade de
Conservação também conta com
um museu que mostra um pouco da fauna lá
encontrada, esculturas naturais feitas pelo vento
e pela chuva em rochas areníticas e ainda
a cachoeira do Rio Santo Antônio, com aproximadamente
40 metros de altura”, completou.
+ Mais
Curso ensina a montar aquecedor
solar com sucata
Moradores do Guarituba, em Piraquara
(Grande Curitiba), aprenderam no ultimo sábado
(15) a montar e instalar um aquecedor solar ambientalmente
correto, feito com garrafas pets e embalagens longa
vida usadas. O curso foi promovido pela Companhia
de Habitação do Paraná (Cohapar)
na sede da Associação de Moradores
Jardim Tarumã II e teve a participando de
30 pessoas.
A atividade integrou o projeto
Casa Ação Cooperar, criado para promover
cursos profissionalizantes e de capacitação
em locais de baixo Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH). “Nossa equipe de ação
social esta levando a idéia para todas as
associações de moradores da Grande
Curitiba, porque a salvação do nosso
planeta só vai nascer da inovação”,
disse o presidente da Cohapar, Rafael Greca.
Segundo Greca, a idéia
do curso de montagem do aquecedor solar ecológico
é livrar os rios do lixo, evitando as enchentes
e ao mesmo tempo melhorando a vida da população
pobre. “O conceito de desenvolvimento sustentável,
do lixo que não é lixo, da mudança
do mundo para melhor, está chegando à
base da sociedade. Quando os mais pobres deixarem
de jogar garrafas pets e embalagens longa vida no
fundo dos rios e passarem a se apropriar esse material,
transformando-o em bens de consumo e até
em meios de renda, vão melhorar a cidade”,
afirmou.
“A oficina do aquecedor solar
reciclável tem como objetivo levar para a
comunidade uma nova perspectiva de ganho, já
que é um equipamento fácil de fazer”,
explicou o estudante Mauricio Ribas, um dos responsáveis
pelo desenvolvimento do curso.
O aquecedor com materiais recicláveis
está sendo adotado pela Cohapar em suas obras.
A estimativa é que, com a utilização
deste sistema, o consumo de energia elétrica
seja reduzido em aproximadamente 30%.
Para o líder religioso
Maurilei da Silva Nascimento, a iniciativa da Cohapar
deve beneficiar principalmente a parcela da comunidade
com renda mensal de até um salário-mínimo.
“Com o uso deste aquecedor, com certeza, essas famílias
teriam uma boa economia no final do mês. Eles
teriam como aplicar o dinheiro que gastam com a
água quente em outras coisas, como veste
ou alimentação, um curso para os filhos”,
disse. “Este é apenas o início do
trabalho. Vamos espalhar a idéia por todo
o Guarituba”, prometeu.
A dona-de-casa Raquel Aparecida
Rodrigues contou que foi justamente a vontade de
multiplicar a idéia que fez com ela participasse
da oficina manhã deste sábado. “Quero
ajudar o povo daqui que é muito carente.
Achei o curso muito bom porque vai ajudar a mudar
bastante a vida das pessoas. Ao invés desse
lixo ir pra valeta vai ajudar a economizar energia
para essa gente”.
No domingo (16), a Casa Ação
Cooperar levou o curso para a Associação
de Moradores Jardim Orquídeas. De acordo
com a presidente da Associação, Maria
Aparecida Leonel, pelo menos 20 pessoas participem
da oficina.
“É muito interessante este
curso e vai contribuir muito para a melhoria na
vida da comunidade. Na situação que
o país anda, com o povo ganhando tão
pouco, com esse projeto vamos ter uma economia muito
grande, principalmente quem tem baixo poder aquisitivo”,
disse Maria Aparecida. “Sou uma das primeiras a
querer participar deste curso para aprender para
mim e também ensinar aos outros”, contou.
A Casa Ação Cooperar
é a extensão do programa homônimo
que, desde 2005, leva aos paranaenses serviços
gratuitos e essenciais no desenvolvimento da cidadania.
O projeto funciona no espaço físico
do escritório regional de Curitiba, com orientação
da diretoria de Relações Institucionais
Comunitárias, e tem seu trabalho voltado
para a promoção da cidadania.