Os moradores da Vila Zumbi dos
Palmares, em Colombo, foram beneficiados com cursos
de capacitação para geração
de renda e recuperação ambiental,
promovido pela Companhia de Habitação
do Paraná (Cohapar), em parceria com outros
órgãos do governo do Estado. “A intenção
é aliar todos os aspectos sociais e humanos
que a comunidade necessita para viver com dignidade,
com a realização constante de projetos
que contemplem educação, cultura,
além de projetos de saúde voltados
para mulheres e crianças”, explicou o presidente
da Cohapar, Rafael Greca.
Os cursos integram o Projeto de
Criação de Emprego e Recuperação
Ambiental (CREAR), da rede Urb-AL (Urbanização/América
Latina), que prevê cooperação
horizontal e descentralizada entre países
da Europa e América Latina, neste caso, para
combate a erradicação da pobreza urbana.
“Há uma riqueza muito grande
no resgate social e no desenvolvimento humano, uma
riqueza redentora”, ressaltou o presidente da Cohapar.
“O que não se dá se perde. Isso vale
para todos as cidades. O destino não é
nada fácil com os mortais, por isso é
tão maravilho vencer as probabilidades. Há
maravilhas em vencer as probabilidades da pobreza”,
completou.
CURSOS – Com o projeto Crear,
os moradores da Vila Zumbi participaram de atividades
de capacitação profissional, qualificação
de mão-de-obra, que possibilitem aprimorar
a habilidade de criar, renovar, modificar, implementar
processos que possam gerar renda para as famílias.
Além disso, os cursos também servem
como um alerta sobre a importância de se preservar
o meio ambiente e reaproveitar os materiais que
podem ser recicláveis, tirando-os da natureza.
Para a realização
dos cursos, os organizadores envolvidos no projeto
Crear buscaram identificar os principais interesses
e necessidades da comunidade, para que o diagnóstico
fosse o mais próximo da realidade e as atividades
compatíveis com a mesma. Os cursos realizados
foram: técnicas de arranjos florais; aquecedor
solar com material reciclável, capacitação
para o plantio de mudas, recomposição
da mata ciliar das margens do Rio Palmital e educação
ambiental; capacitação em empreendedorismo,
organização e métodos na reciclagem
do lixo; jardinagem e horta.
Também foi implantado um
telecentro, com instalação de oito
equipamentos de informática, com objetivo
de ampliar e atualizar a capacidade da escola da
Associação Paranaense de Orientação,
Integração e Ofícios (Apoio),
organização não-governamental
que trabalha com a comunidade há 15 anos.
No curso de técnicas de
arranjos florais, as mulheres da Vila aprenderam
a transformar objetos inusitados como garrafas pets,
bules velhos, carriolas vasos sanitários
e até bidês em peças decorativas
para ambientes familiares ou eventos sociais de
pequeno, médio e grande porte.
Na época em que o curso
foi realizado (janeiro de 2008), a aposentada Francisca
Gomes da Silva, 67 anos, disse que sobre a expectativa
com sua participação no curso. “Espero
aprender aquilo que ainda não sei. Sei que
não sei quase nada sobre os arranjos de flores
e preciso mudar isto”, afirmou.
Outro curso oferecido aos moradores
foi o de produção do aquecedor solar
feito com garrafas pet, ministrado por técnicos
da Secretaria de Estado do Meio Ambiente. Com o
sistema de aquecedor solar instalado em uma residência
é possível economizar cerca de 30%
de energia elétrica. O sistema está
em teste pela Cohapar e deverá ser adotado
nos empreendimentos da Companhia.
O curso foi direcionado aos carrinheiros
e realizado na Cooperativa de Carrinheiros da Vila
Zumbi. “No momento estou interessada em aprender
a técnica. Quem sabe, futuramente, posso
trabalhar com isso”, disse Maria Paulina, ex-catadora
de papel e agora funcionária da CoopZumbi,
participante do curso.
Todas as atividades realizadas
na Vila Zumbi, dentro do projeto Crear, contaram
com o apoio dos órgãos da administração
estadual, apoio da sociedade civil organizada e
de membros da comunidade local. “Não há
transformação sem luta. Não
há vitória sem participação.
O grande resgate humano pede que as políticas
públicas sejam bem aplicadas”, finalizou
Rafael Greca.
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Projeto Força Verde Mirim
treinou crianças de Telêmaco Borba
O Batalhão de Polícia
Ambiental Força Verde deu a largada, no ultimo
sábado (15), a mais uma ação
de educação ambiental. O trabalho,
num primeiro momento, foi voltado para as crianças
e adolescentes entre 10 e 14 anos, da cidade de
Telêmaco Borba, dentro do projeto Força
Verde Mirim, que está sendo implantado em
parceria entre a Polícia Militar do Paraná,
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Sanepar,
Instituto Ambiental do Paraná e a empresa
Klabin.
O projeto visa formar parceiros
e despertar a consciência ambiental. Segundo
o comandante da Força Verde, tenente-coronel
Sérgio Filardo, a ação foi
feita pelo batalhão e apresentado à
Klabin, que se tornou parceira por desenvolver um
trabalho que visa a preservação da
natureza. “Tudo o que você ensina de bom para
as crianças elas repassam a outras crianças
e aos adultos”, disse Filardo.
Segundo o comandante, uma forma
das informações ambientais chegarem
aos adultos é pelas crianças e este
é um dos motivos da criação
da Força Verde Mirim. “A cobrança
de uma criança surte mais efeito que a de
um adulto. A opinião das crianças
e dos adolescentes é respeitada”, afirmou
Filardo, explicando que os participantes do projeto
são do Colégio Estadual Gregório
Teixeira e da Escola Municipal Presidente Castelo
Branco.
As crianças e adolescentes
foram selecionadas pelos professores dos dois colégios.
A escolha é uma espécie de reconhecimento
aos alunos que são dedicados aos estudos
e auxiliam na conservação do colégio.
Mas crianças e adolescentes que estavam afastadas
dos estudos e das atividades da escola também
terão oportunidade de se integrar a partir
do projeto. Quarenta estudantes foram escolhidos.
O Força Verde Mirim trata
da educação ambiental e também
da inserção social. Entre as atividades
programadas para os participantes estão palestras
sobre fauna, flora, recursos hídricos, agrotóxicos,
destinação correta de lixo reciclável
e ainda lições de ordem unida e civismo.
Durante o curso, que tem duração de
um semestre com aulas sempre aos sábados,
os alunos receberão auto de infração
mirim onde poderão “autuar” adultos e conscientizar
sobre a preservação da natureza.
Ao final, eles receberão
o certificado de agente ambiental mirim. Para as
aulas, ganharão uniforme semelhante ao dos
policiais militares da Força Verde, o que
é um incentivo a mais para que se sintam
integrantes diferenciados do batalhão. As
aulas acontecem no parque ecológico da Klabin,
onde já funciona um centro de estudos de
animais silvestres. As crianças foram autorizadas
pelos pais ou responsáveis que assinaram
um termo de compromisso liberando a participação
delas.