19 de Março de 2008 Ativistas
do Greenpeace protestam em frente ao Itamaraty durante
visita do presidente da Comissão Européia
a Brasília. A Europa é o maior importador
de madeira da Amazônia, mas não tem
um controle rígido de sua procedência.
Estima-se que 80% da madeira
que sai da região seja produzida de forma
ilegal.
Brasília (DF), Brasil — Ativistas do Greenpeace
protestaram em frente ao Itamaraty, em Brasília,
durante almoço do presidente brasileiro com
representante da Comissão Européia.
Ativistas do Greenpeace protestaram
nesta quarta-feira em frente ao Palácio do
Itamaraty, em Brasília, durante almoço
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com
o presidente da Comissão Européia,
José Manuel Durão Barroso. Uma faixa
foi estendida no local com os dizeres: "Chega
de madeira ilegal e desmatamento na Amazônia".
"Queremos alertar os governantes
da União Européia que, ao comprarem
madeira do Brasil sem garantias de procedência,
eles podem estar financiando, em euros, a destruição
da Amazônia", afirmou Márcio Astrini,
da campanha de Amazônia do Greenpeace Brasil,
que participou do protesto.
"A União Européia
e o Brasil precisam agir agora para proteger a Amazônia
e contribuir para o uso sustentável dos recursos
da floresta. Uma nova legislação se
faz necessária para regular os produtos de
madeira que saem da região e tirar do mercado
empresas madeireiras desonestas.", diz Sébastien
Risso, da campanha de Política Florestal
do Greenpeace Europa. "Consumidores precisam
estar seguros de que não estão contribuindo
para crimes florestais em suas compras."
A União Européia
é o destino final de quase 50% das exportações
de madeira da Amazônia brasileira e estima-se
que 80% da madeira explorada na região sejam
produzidos de forma ilegal. O governo brasileiro
admite que pelo menos 63% da produção
anual de madeira da Amazônia - 40 milhões
de metros cúbicos - sejam ilegais. No entanto,
essa madeira sai dos portos brasileiros totalmente
legalizada graças às falhas no sistema
de controle e monitoramento da produção.
As empresas importadoras européias,
por sua vez, justificam estarem comprando madeira
com documentos legais quando, na realidade, estão
financiando a exploração ilegal que
segue destruindo grandes áreas de florestas,
promovendo o desmatamento, facilitando a grilagem
de terras e incentivando a corrupção
e violência contra comunidades da região.
Na segunda-feira (17/03), ativistas
do Greenpeace abordaram o cargueiro Galina III que
trazia madeira da Amazônia para a França.
Eles impediram que o navio atracasse no porto de
Caen por mais de 24 horas. Os ativistas só
deixaram o cargueiro depois que o governo francês
anunciou que apoiará nova legislação
na União Européia regulamentando a
importação de madeira para evitar
a compra de produtos de origem ilegal.
O Greenpeace quer que a Comissão
Européia aprove em maio a proposta de reforma
da legislação e que a França
apóie o processo. O país é
o principal consumidor de madeira da Amazônia,
junto com Holanda, Espanha e Portugual, e assumirá
a presidência da Comissão Européia
a partir do segundo semestre de 2008.
O Greenpeace lançou na
segunda-feira (dia 17/03) o relatório Financiando
a Destruição que revela como a produção
ilegal de madeira da Amazônia continua sendo
um problema crônico não resolvido pelo
governo brasileiro e pelos estados da região
- apesar do tema ter sido incluído no Plano
de Ação para Controle e Prevenção
do Desmatamento, lançado em março
de 2004.
+ Mais
Ação faz França
apoiar regras mais rígidas para importação
de madeira da Amazônia
18 de Março de 2008 Carga
de madeira ilegal da Amazônia é bloqueada
na França
Ouistreham (Caen), França — Ativistas da
organização ambientalista ficaram
a bordo do cargueiro Galina III por mais de 24 horas
para impedir o descarregamento em porto francês
e exigir reforma da legislação européia
para acabar com a exploração ilegal
e o desmatamento na Amazônia.
Ativistas do Greenpeace deixaram
nesta terça-feira o cargueiro Galina III
depois de terem ficado por mais de 24 horas a bordo
da embarcação carregada de madeira
de origem ilegal vinda da Amazônia. Eles impediram
o navio de atracar no porto de Caen, localizado
no norte da França, onde iria descarregar
toda a madeira.
Como resultado da ação,
o governo francês anunciou que apoiará
nova legislação na União Européia
regulamentando a importação de madeira
para evitar a compra de produtos de origem ilegal.
A informação foi confirmada pelo Ministro
do Meio Ambiente da França, Jean-Louis Borloo,
em conversa por telefone com sua colega brasileira,
a ministra Marina Silva. O Greenpeace quer que a
Comissão Européia aprove em maio a
proposta de reforma da legislação
e que a França apóie o processo. O
país é o principal consumidor de madeira
da Amazônia, junto com Holanda, Espanha e
Portugual, e assumirá a presidência
da Comissão Européia a partir do segundo
semestre de 2008.
“A madeira quando sai do Brasil
já está toda legalizada, o que não
garante que ela tenha sido explorada de forma legal
e as empresas importadoras européias não
podem usar isso como justificativa. Graças
à incapacidade do governo federal e governos
estaduais de controlar e monitorar o setor, e devido
à impunidade e corrupção, a
ilegalidade na Amazônia ainda é regra
e não exceção, infelizmente",
afirma Marcelo Marquesini, engenheiro florestal
e ativista do Greenpeace, que participou da atividade
na França.
Entenda o caso:
O Greenpeace lançou na
segunda-feira (dia 17/03) o relatório Financiando
a Destruição que revela como a produção
ilegal de madeira da Amazônia continua sendo
um problema crônico não resolvido pelo
governo brasileiro e pelos estados da região
- apesar do tema ter sido incluído no Plano
de Ação para Controle e Prevenção
do Desmatamento, lançado em março
de 2004.
Estima-se que 80% da madeira explorada
na região sejam produzidos de forma ilegal.
O governo Lula assumiu que pelo menos 63% da produção
anual - 40 milhões de metros cúbicos
- sejam ilegais. Porém, a madeira sai dos
portos brasileiros totalmente legalizada graças
às falhas no sistema de controle e monitoramento
da produção. As empresas importadoras
européias, por sua vez, justificam estarem
comprando madeira com documentos legais quando,
na realidade, estão financiando a exploração
ilegal que segue destruindo grandes áreas
de florestas, promovendo o desmatamento, facilitando
a grilagem de terras e incentivando a corrupção
e a violência contra comunidades.
O desmatamento das florestas tropicais
é responsável por aproximadamente
um quinto das emissões globais de gases de
efeito estufa - mais do que todo o setor de transportes
do mundo inteiro. A Amazônia brasileira já
perdeu 700 mil quilômetros quadrados da sua
cobertura florestal original nos últimos
40 anos - uma área duas vezes e meia maior
que o Estado de São Paulo. O desmatamento
é a maior fonte de emissões brasileiras
de gases de efeito estufa, colocando o país
na posição de quarto maior poluidor
do mundo.