19 de
Março de 2008 - Mylena Fiori - Repórter
da Agência Brasil - Roosewelt Pinheiro/Abr
- Brasília - O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva cumprimenta o presidente da União
Européia, Durão Barroso, no Palácio
do Planalto.
Brasília - O presidente da Comissão
Européia, José Manuel Durão
Barroso, reuniu-se hoje (19) com o presidente Luiz
Inácio Lula da Silva e defendeu a necessidade
de atuação conjunta em diversas questões
de interesse global. Entre elas, as negociações
por um regime pós Protocolo de Quioto, com
novas metas de redução de emissões
de gases causadores de efeito estufa. Para Barroso,
nesse contexto, ganha especial relevância
o estabelecimento de um mercado global para os biocombustíveis.
“Com o papel de liderança
do Brasil na questão dos biocombustíveis,
estamos trabalhando juntos para garantir que os
biocombustíveis serão sustentáveis,
serão bons para o ambiente, serão
bons para reduzir os gases com efeito estufa e,
portanto, para garantir a qualidade de vida do nosso
planeta”, destacou o presidente da Comissão
Européia, órgão executivo da
União Européia.
A retomada das negociações
de um Tratado de Livre Comércio entre Mercosul
e União Européia, outro tema que interessa
aos dois presidentes, também foi tratada
na reunião de hoje. “A discussão que
estamos fazendo sobre a questão da parceria
União Européia e Mercosul é
uma coisa para nós extremamente importante,
e temos trabalhado nesse sentido”, disse Lula.
Na declaração conjunta,
os dois mandatários reafirmam que os acordos
regionais são importantes complementos do
sistema multilateral de comércio, reiteram
o interesse mútuo na conclusão do
acordo de associação entre Mercosul
e União Européia e destacam a “conveniência
mútua” de retomar plenamente as negociações
o mais cedo possível.
O documento também menciona
possibilidades de cooperação triangular,
com terceiros países que manifestem interesse
e salienta a necessidade de reforma das Nações
Unidas.
Os dois presidentes também
reiteraram o interesse em dinamizar a cooperação
no campo da navegação e observação
por satélite e no de pesquisa em energia
de fusão nuclear e mencionam a possibilidade
de cooperação entre o Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
e o Banco Europeu de Investimento (BEI), em especial
na área da mitigação dos efeitos
da mudança do clima e no financiamento do
projeto brasileiro de trem de alta velocidade.
+ Mais
União Européia quer
plano de combate às mudanças climáticas
ainda em 2008
14 de Março de 2008 - Luana
Lourenço* - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Os líderes da
União Européia (UE) anunciaram hoje
(14) que o bloco pretende fechar ainda este ano
um cronograma para cortar em 20% a emissão
de dióxido de carbono (CO²) até
2020, se comparados aos níveis de 11000.
O CO² é um dos gases de efeito estufa,
considerados causadores do aquecimento global.
O plano europeu de enfrentamento
de mudanças climáticas deve ser apresentado
em meados de setembro, de acordo com as informações
divulgadas durante o encerramento da Reunião
de Cúpula da UE, em Bruxelas (Bélgica).
No texto das conclusões
do Conselho Europeu, os líderes dos 27 países
do bloco destacam que "em 2008, o desafio consiste
em obter resultados" no âmbito das alterações
climáticas e da política energética.
De acordo com o primeiro-ministro
português, José Sócrates, o
bloco está decidido "a fazer o que deve
para reduzir emissões e obter um acordo internacional
no âmbito das Nações Unidas,
com métodos e objetivos bem fixados".
Durante a reunião, o ex-primeiro-ministro
britânico Tony Blair anunciou que vai dirigir
uma campanha internacional contra as mudanças
climáticas. Apoiado pelos Estados Unidos,
pela União Européia, Organização
das Nações Unidas (ONU) e pelo atual
premiê britânico, Gordon Brown, Blair
comprometeu-se a elaborar um projeto para diminuir
as emissões de dióxido de carbono
pela metade, até 2050.
A iniciativa incluirá a
América e a China nas estratégias
para frear o aquecimento global. Blair apresentará
um relatório do projeto na reunião
do G8 (grupo dos sete países mais ricos e
a Rússia), em julho, no Japão.
Na última quarta-feira
(12), o governo britânico anunciou a inclusão
de medidas ambientais no orçamento do Reino
Unido de 2008. Tarifação extra de
combustíveis, subsídios para carros
com baixos níveis de poluição
e uma lei que definirá taxas para uso de
sacos plásticos estão entre as medidas.
O governo britânico também espera zerar
as emissões de carbono em prédios
não-residenciais a partir de 2019.