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USO CONSCIENTE DA ÁGUA PODE EVITAR DESPERDÍCIO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Março de 2008

22 de Março de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O brasileiro gasta, em média, 40 litros de água a mais que o total de 110 litros per capita recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). No Dia Mundial da Água (22), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Instituto Socioambiental (ISA) sugerem algumas mudanças de hábito para reduzir o desperdício no uso doméstico.

“É importante trabalhar com a consciência de que estamos lidando com um recurso que é finito, cada vez mais escasso e que passa por uma série de processos até chegar a nossa casa. A conservação é responsabilidade de todos: seja da concessionária de saneamento, diminuindo as perdas; sejam dos prefeitos evitando a degradação de mananciais; seja do consumidor final evitando o desperdício e o uso desnecessário”, lista uma das coordenadoras do ISA Marussia Whately.

A agência e o instituto têm campanhas específicas sobre conservação dos recursos hídricos. Confira algumas medidas para evitar o desperdício:

- Reduzir em cinco minutos o tempo de uso do chuveiro elétrico. A economia pode chegar a 48 litros de água por banho;

- Trocar bacias sanitárias por modelos mais eficientes para evitar vazamentos;

- Instalar medição individualizada em cada apartamento, no caso de edifícios residenciais;

- Reutilizar a água do último enxágüe da máquina de lavar para a limpeza doméstica e para dar descarga nos banheiros, por exemplo;

- Instalar equipamentos poupadores, como torneiras que regulam a vazão e evitam o desperdício.

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Desperdício diário de água é suficiente para abastecer 38 milhões de pessoas

22 de Março de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Diariamente nas capitais brasileiras o desperdício de água potável equivale a 2.500 piscinas olímpicas (em média 2,5 milhões de litros de água). E a culpa neste caso, não é do consumidor. A perda de cerca de seis bilhões de litros – o suficiente para abastecer 38 milhões de pessoas – acontece entre a retirada dos mananciais e a chegada às torneiras.

Os números fazem parte de um relatório do Instituto Socioambiental (ISA), que traça um panorama do alcance de sistemas de saneamento básico e do volume de desperdício de águas no país. De acordo uma das coordenadoras do ISA Marussia Whately, as perdas são causadas por vazamento nas redes de abastecimento, sub-medição nos hidrômetros e fraudes.

“A maioria das capitais – 15 das 27 – perdem mais da metade da água produzida”, de acordo com o relatório. Porto Velho, capital de Rondônia, é a campeã em desperdício, com 78,8% de perda. As cidades de Rio Branco, de Manaus e de Belém também têm índices superiores a 70%. O desperdício nessas capitais seria suficiente para abastecer quase cinco milhões de habitantes.

De acordo com a superintendente de Produção de Água da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), Tânia Baylão, a redução de desperdício passa por garantia de investimentos nas redes e atendimento rápido de notificações de vazamentos.

“Combater a perda tem que ser uma diretriz básica, temos inclusive uma linha de financiamento prioritária para isso”. O Distrito Federal é a unidade da federação com o menor registro de perda na distribuição, com 27,3%.

Além da perda na distribuição, o relatório também apresenta um mapa do consumo doméstico de água e mostra que a média nacional, de 150 litros per capita, está 40 litros acima do recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Vitória, o consumo ultrapassa 220 litros por dia.

“Infelizmente, o brasileiro acha que como temos bastante água no Brasil, não é preciso economizar. Pelo contrário, temos regiões em que se você dividir o volume de água pela população, podemos considerá-las como áreas de déficit hídrico, como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo”, explicou o chefe das assessorias da Agência Nacional de Águas (ANA), Antônio Félix Domingues.

A representante do ISA Marussia Whately aponta a conta de água conjunta em condomínios residenciais como uma das causas do alto consumo em regiões urbanas. “O usuário acaba não tendo o mesmo cuidado com o aumento do consumo de água assim como tem com a conta de luz”, compara. Ela defende que “pequenas transformações em hábitos diários podem gerar grandes mudança” e acredita que a conscientização é uma das ferramentas para diminuir o desperdício.

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ONG aponta mercantilização e contaminação dos recursos hídricos no Brasil

22 de Março de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Com base no argumento de que o acesso à água é um direito fundamental, ativistas da Organização Não Governamental (ONG) Defesa da Vida estão colhendo assinaturas para garantir o abastecimento gratuito de pelo menos 45 litros de água tratada por dia por habitante. “É o mínimo necessário para o ser humano sobreviver, tenha ele condições [financeiras] ou não, já que água é fonte essencial à vida”, defende Leonardo Morelli, secretário-geral da Defensoria da Água, comitê criado pela ONG em 2004.

Na avaliação de Morelli, as empresas de abastecimento e saneamento estão assumindo posturas de mercado na gestão dos recursos hídricos. “É cada vez mais privatista. Não pagou a conta, corta [o abastecimento]”.

Baseada em cerca de 500 mil notificações recebidas de consumidores, a ONG produziu o relatório O Estado Real das Águas no Brasil, divulgado na última semana. De acordo com o documento, mais de 43% das reclamações referiam-se a tarifas e dificuldades em pagar as contas de água. A segunda maior causa de notificações foram denúncias e relatos de contaminação das águas. Entre 2004 e 2008, a poluição de rios, lagos e lagoas cresceu 280%, de acordo com o relatório.

Os dados, segundo Morelli, apontam para três causas principais para o avanço da contaminação: as atividades do agronegócio e da indústria, “porque utilizam produtos tóxicos e acabam jogando os resíduos nas águas, sem metodologia ou tecnologia de tratamento.

O relatório lista as dez empresas mais poluidoras das águas no Brasil, de acordo com prejuízos provocados aos recursos hídricos por ações ou omissões em relação a vazamentos ou depósitos irregulares de resíduos. Na lista estão a Petrobras, a Shell, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Gerdau, a Votorantim, a Brasken, a Fundição Tupy, a Cargill, a Aracruz a Celulose e a Vale.

Procuradas pela reportagem, a maior parte das companhias não respondeu as denúncias por afirmar desconhecimento do relatório. A CSN, apontada como responsável pelo armazenamento de substâncias consideradas cancerígenas, respondeu que o resíduo em questão, a escória, é classificado como “não-perigoso” pelas regras de certificação brasileiras. A empresa afirmou ainda que divulga anualmente seu passivo ambiental e que atua sob registro de autoridades públicas ambientais.

Apesar de considerar “preocupante” a situação das águas no Brasil, o secretário-geral da Defensoria da Água aposta em medidas “positivas” para reverter o atual quadro, entre elas a gestão integrada dos recursos hídricos, a proteção de reservas consideras estratégicas para o país, como o Aqüífero Guarani, mais controle sobre as atividades industriais e do agronegócio e investimentos em ciência e tecnologia para fomentar pesquisas sobre o tema.

“Além disso, temos condições de levar à OEA [Organização dos Estados Americanos] a proposta de uma organização latino-americana de defesa da água e da biodiversidade. Há uma demanda internacional muito forte e tem que haver um contraponto à política da OMC [Organização Mundial do Comércio], que tende à mercantilização desse recurso natural”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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