28/03/2008
- Brasília (28.3.2008) - Um projeto pioneiro
de recuperação de áreas degradadas,
será implantado nesta semana pela de unidade
de Agrobiologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) em três municípios do estado
do Rio Grande do Norte. Em parceria com a Petrobrás
- Unidade de Negócios de Exploração
e Produção do Rio Grande do Norte
e Ceará (UM-RNCE) e a Universidade Federal
Rural do Semi-Árido serão plantadas
3,2 mil mudas para revegetação de
áreas de caatinga nas cidades de Alto do
Rodrigues, Macau e Mossoró/RN.
As mudas utilizadas na recuperação
das áreas degradadas foram produzidas com
a tecnologia da Embrapa no viveiro da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA-Mossoró),
sendo mais de trinta espécies diferentes,
dez da família das leguminosas (base da tecnologia
de recuperação). A maior parte é
nativa da caatinga.
De acordo com pesquisador Alexander
Resende, a Embrapa já tem montado um protocolo
de produção e plantio de mudas. “Neste
projeto serão avaliados o desenvolvimento
das espécies na região da Caatinga
e também a sua influência na recuperação
das áreas, usando a fauna do solo como indicadora
de qualidade. E também vamos pesquisar alternativas
econômicas para essas áreas, a partir
de sistemas agroflorestais implantados nas áreas”,
informou.
Há mais de 20 anos a Embrapa
Agrobiologia desenvolveu uma técnica de recuperação
de áreas degradadas utilizando plantas da
família das leguminosas inoculadas com bactérias
fixadoras de nitrogênio e fungos micorrízicos.
As leguminosas associadas a esses microrganismos
se tornam mais resistentes a “estresses” ambientais
e conseguem sobreviver em solos onde a camada fértil
foi retirada.
As estratégias de recuperação
têm sido utilizadas com sucesso em diversas
situações de degradação
em áreas como cortes de estrada, voçorocas,
áreas de mineração de ferro,
ouro e bauxita. As parcerias da Embrapa Agrobiologia
na implantação dos projetos são
firmadas com órgãos de fomento, como
CNPq, Faperj, Finep, e empresas privadas como ALUMAR
(MA), Mineração Rio do Norte (PA),
Vale do Rio Doce (PA,MG,ES), Samarco (MG), prefeituras
municipais (Rio de Janeiro, Angra dos Reis, Niterói)
e sindicatos (Sindicato dos Mineradores de Areais
de Seropédica-RJ). (Dilma Duarte/Embrapa)
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Ministro fala de bioenergia com
norte-americanos
27/03/2008 - Brasília (27.3.2008)
- O comércio bilateral foi tema do encontro
do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Reinhold Stephanes, com representantes do Conselho
Empresarial Brasil-Estados Unidos, nesta quinta-feira
(27). Nove empresas que fazem parte do grupo estão
entre as 20 maiores exportadoras norte-americanas.
O principal enfoque da reunião
foi bioenergia, especialmente o etanol. Os norte-americanos
mostraram interesse em produzir o biocombustível.
“É importante tratarmos a questão
dos biocombustíveis juntos. Acho que vocês
têm um papel fundamental nessa experiência.
Nós não estamos tão avançados
nesta área como deveríamos estar”,
disse o vice-presidente do conselho, Mark Smith.
Para o ministro Stephanes é
interessante que mais países produzam biocombustíveis,
principalmente os parceiros comerciais do Brasil.
Ele destacou, ainda, a importância da integração
com os Estado Unidos. O secretário de Produção
e Agroenergia do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa), Manoel Bertone,
reiterou a sintonia dos dois países nos assuntos
de bioenergia, com foco no desenvolvimento desse
mercado e na geração de oportunidades.
O ministro explicou que na questão
de biocombustíveis, o etanol é o mais
representativo no Brasil e que 80% do produto se
destina ao mercado interno, devido à crescente
demanda de carros tipo flex. “A questão está
bem coordenada do ponto de vista ambiental, de zoneamento
e de produção. Embora a questão
esteja bem ordenada, tenho me preocupado com a velocidade
do aumento da produção, que não
está correspondendo à velocidade da
demanda do mercado.” Stephanes informou que a previsão
é de dobrar a produção de etanol
nos próximos anos.
No caso do biodiesel, o ministro
citou o que classificou como “possíveis casos
de sucesso”: o dendê e a jatrofa, que estão
sendo pesquisados como matérias-primas, mas
os resultados só deverão aparecer
dentro de cinco ou dez anos. (Da Redação)