Mais peixe
com menos impacto ambiental
(26/03/2008) Elevar em pelo menos
15 por cento a rentabilidade e a sustentabilidade
dos produtores do Distrito de Irrigação
Tabuleiros Litorâneos do Piauí – DITALPI,
no município de Parnaíba, a 348 quilômetros
ao norte de Teresina, que aderirem à piscicultura.
Esta é uma das principais
metas do Projeto Canal conduzido pela Embrapa Meio-Norte,
Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,
vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
Até dezembro deste ano,
o projeto , coordenado pelo pesquisador Valdemício
Ferreira de Sousa, prevê a criação
de um sistema de produção de peixes
em canais para os perímetros de irrigação
públicos do Nordeste, além de reduzir,
no mínimo, em 10 por cento, os custos da
adubação química da melancia
e do feijão produzidos no DITALPI.
Os impactos positivos do projeto
são, dentre outros, a diversificação
e o aumento da oferta de alimento, com a produção
de pescado a um custo mais baixo e um impacto ambiental
bem menor por não ser preciso desmatar e
nem tampouco investir em escavações
para construir viveiros e canais de abastecimento,
desviando um curso de água.
Outro impacto positivo apontado
pelo pesquisador Francisco José de Seixas,
que vem conduzindo os trabalhos, é o aproveitamento
da água efluente dos canais de irrigação
na fertirrigação de espécies
vegetais. Esse manejo, segundo ele, traz benefício
pela capacidade que as plantas têm em retirar
grandes quantidades de macro e micronutrientes,
contribuindo, assim, na redução dos
riscos de poluição dos aqüíferos.
O trabalho, desenvolvido simultaneamente
na Embrapa Meio-Norte, em Parnaíba, e no
perímetro irrigado, tem um objetivo maior:
desenvolver e divulgar o uso múltiplo da
água de projetos de irrigação
do semi-árido do Nordeste. O projeto envolve
a criação de peixes, como pirarucu
e tilápia, e de frutas e legumes – melancia
e feijão verde.
O Projeto Canal começou
em agosto de 2005, com recursos do programa CT-Hidro,
do CNPq. Em agosto de 2007, o trabalho teve um aporte
de R$ 74.742 do Banco do Nordeste. As pesquisas
são desenvolvidas em parceria com a Universidade
Federal do Ceará, Universidade Federal de
Campina Grande e DNOCS.
Fernando Sinimbu
Embrapa Meio-Norte