26 de
Março de 2008 - Greenpeace e a organização
Médicos sem Fronteiras levam ajuda aos sobreviventes
da tsunami que arrasou diversos países asiáticos
em 2005.
Relatório do Greenpeace revela detalhes do
impacto das mudanças climáticas sobre
a vida das populações do Sudeste Asiático.
Amsterdã, Holanda - Um
novo relatório do Greenpeace, publicado nesta
terça-feira, estima que 125 milhões
de pessoas podem ser deslocadas no Sudeste Asiático
até o final deste século se as temperaturas
do planeta subirem entre 4 e 5oC. O relatório
chega às vésperas de encontro de governantes
na Tailândia para discutir as mudanças
climáticas.
Especialistas alertam que se as
emissões de gases do efeito estufa continuarem
aumentando, as temperaturas do planeta podem subir
entre 4 e 5o Celsius. O estudo encomendado pelo
Greenpeace, Alerta Azul – Migrantes Climáticos
no Sudeste Asiático: Estimativas e Soluções,
deixa claro que, se esse aumento na temperatura
acontecer, milhões de pessoas podem ser deslocadas
pelos impactos das mudanças climáticas,
que incluem elevação do nível
do mar e secas associadas à redução
de fontes de água e mudanças na temporada
das monções.
Stephanie Tunmore, da campanha
de Clima e Energia do Greenpeace Internacional afirma:
“Isso é mais uma evidência do desastre
humanitário que acontecerá se fracassarmos
em dar atenção à ciência
e agir para reduzir nossas emissões. É
também mais uma confirmação
de que as mudanças climáticas atingirão
duramente as nações mais pobres, onde
as pessoas estão mais vulneráveis.”
“Enquanto falamos, os governos
estão se preparando para mais uma rodada
nas conversações sobre o clima em
Bangcoc, Tailândia, na próxima semana
– a primeira desde o encontro de Bali – e não
há indicação alguma de que
eles entenderam a urgência da situação
ou o potencial custo humano.”
Três meses atrás,
em Bali (Indonésia), os governos estabeleceram
o Mapa do Caminho de Bali, um processo de negociação
de dois anos que têm que resultar, até
o final de 2009, num acordo que verá as emissões
atingirem seu pico nos próximos 10-15 anos
e depois sua redução dramática
até 2050. O encontro de Bangcoc discutirá
como chegar a essa meta e determinar um programa
de trabalho para os próximos dois anos.
“Precisamos ver progressos reais
na próxima rodada de conversas. Os governantes
ainda estão conversando em vez de agir, e
em muitos casos ainda são guiados pela indústria
de combustível fóssil. Há uma
janela muito pequena de oportunidade pela qual podemos
fazer os cortes necessários. Precisamos ter
um senso de urgência e um compromisso real
para evitar os cenários horríveis
destacados no relatório”, acrescentou Tunmore.
O Greenpeace acredita que
é possível evitar que os piores impactos
das mudanças climáticas – como eventos
climáticos extremos, crises de água
e aumento da fome – coloquem milhões de pessoas
em risco. Para isso é preciso uma revolução
no jeito como usamos e produzimos energia (revolução
energética), e um compromisso forte para
acabar com o desmatamento em todo o mundo (TDERM
+ desmatamento zero).