27 de
Março de 2008 - Marco Antônio Soalheiro*
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O Ministério Público do Estado do
Pará denunciou à Justiça 35
pessoas acusadas de desmatar cerca de mil hectares
de mata nativa na fazenda Uirá, em Tailândia
(PA). Eles são acusados de formação
de quadrilha, roubo e invasão de área.
De acordo com a autora da denúncia,
a promotora Ana Maria Magalhães, o grupo
invadiu em janeiro deste ano uma fazenda de preservação
que pertence ao Instituto de Divulgação
da Amazônia. Contratados por madeireiros,
os denunciados portavam armas de fogo e são
acusados de intimidar e expulsar os funcionários
que cuidavam do local.
“Se eles não forem presos,
vão desmatar. Representam um risco iminente
para a Amazônia”, declarou a promotora em
entrevista à Agência Brasil.
Ana Maria pediu a prisão
preventiva dos integrantes do grupo, sob a alegação
de que eles continuariam atuando na derrubada de
árvores, na esperança de recuperar
a madeira depois que a Operação Arco
de Fogo deixar o município.
A promotora relata que, depois
de chegar na fazenda, o grupo passou a retirar madeira
no local, onde existiria 2.400 hectares de vegetação
nativa. Os integrantes são conhecidos como
“sem toras”. De acordo com Magalhães, “um
neologismo usado para denominar esses assaltantes
de floresta” que revendem a madeira com documentação
fraudulenta.
A atuação do grupo
na região de Tailândia já tinha
sido relatada à Agência Brasil em fevereiro
pela direção da Associação
das Indústrias Exportadoras de Madeira do
Estado do Pará (Aimex), com sede em Belém.
A lista de 35 denunciados pode
ser ampliada a partir de novas identificações.
A denúncia do Ministério Público
afirma que cerca de 70 homens participaram da invasão
à fazenda.
+ Mais
Planos municipais de preservação
da Amazônia devem ser concluídos ainda
neste semestre
24 de Março de 2008 - Luana
Lourenço* - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - O Ministério do
Meio Ambiente espera que até junho seja concluída
a elaboração dos Planos Municipais
de Intervenção em Áreas Alteradas,
que vão direcionar as ações
de combate à degradação da
floresta em cidades da Amazônia Legal. A previsão
é da gerente de projetos do Fundo Nacional
do Meio Ambiente, Ana Beatriz de Oliveira, que participou
hoje (24) de oficina com representantes dos municípios.
Com base na Agenda 21, os planos
pretendem definir estratégias de recuperação
de áreas de preservação permanente
e de reserva legal, e reintroduzir áreas
abandonadas no processo produtivo dos municípios,
por meio do uso sustentável dos recursos
naturais.
“O objetivo recordar o que o edital dizia e saber
como nós podemos apoiar os municípios
na finalização dos produtos, para
que eles consigam fechar o plano da forma mais legítima
em relação à situação
local. Ou seja, para que eles simplesmente não
contratem consultorias e os consultores produzam
em seus gabinetes”, detalhou Oliveira.
De acordo com a gerente, cerca
de R$ 8 milhões foram repassados às
prefeituras para a elaboração dos
projetos. Durante a oficina, que termina amanhã
(25), os gestores municipais vão receber
orientações de pesquisadores da Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz
(Esalq).
“Estava faltando uma capacitação
com instrumentos metodológicos que orientassem
a elaboração dos planos”, avaliou
o secretário de Meio Ambiente de Rondon do
Pará (PA), Fidélis Paixão.
O município está entre os 36 que mais
desmataram a Amazônia em 2007.
Paixão disse esperar que
o plano estimule “um pacto” entre a comunidade,
os produtores rurais, proprietários de terra
e até os madeireiros para recuperar as áreas
degradadas. “Queremos sair da lista, ser um município
com desmatamento zero”, afirmou.