Nielmar
de Oliveira - Repórter da Agência Brasil
- Rio de Janeiro - A preocupação com
a questão ambiental e a preservação
de áreas de manguezais e de Mata Atlântica
levaram a Petrobras a lançar, no Dia do Meio
Ambiente de 2007, o Corredor Ecológico do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).
Desenvolvido com diversos parceiros, o projeto tem
o objetivo de integrar o manguezal existente na
região à Mata Atlântica, por
meio de extensa área replantada pelo Comperj.
Já foram plantadas 2.500
mudas de cerca de 30 diferentes espécies
na Fazenda do Viveiro, em Sambaetiba, uma das primeiras
propriedades negociadas pela Petrobras na área
do projeto. Esse foi, segundo a assessoria da estatal,
apenas o primeiro lote de um total de 3,6 milhões
de mudas que farão parte do corredor ecológico.
O convênio foi firmado com
a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) e, segundo estudos preliminares da Petrobras,
o projeto incluirá 1 milhão de metros
quadrados de mata ciliar do Rio Macacu, 500 mil
metros quadrados de mata ciliar do Rio Caceribu
e cerca de 10 milhões de metros quadrados
de áreas não-edificantes - equivalentes
a aproximadamente um terço do terreno do
empreendimento.
Será feita a recomposição
de mata ciliar e da vegetação de transição
de manguezal para Mata Atlântica, além
da valorização e preservação
de áreas de vegetação remanescente.
Cerca de um milhão de mudas serão
utilizadas nas atividades de reflorestamento. São
mudas de diferentes espécies, identificadas
pela Embrapa como compatíveis com o ecossistema
local.
“O complexo contará ainda
com uma unidade para tratamento dos esgotos sanitários,
efluentes industriais, águas pluviais e águas
ácidas. Uma vez purificadas, essas águas
serão novamente utilizadas inúmeras
vezes dentro do próprio complexo, ao invés
de serem lançadas nos rios”, informa boletim
da empresa sobre o projeto.
Ele informa, também, que
o sistema de efluentes do Comperj é, “pela
sua escala de eficiência”, inédito
no Brasil A reutilização só
não será completa, pois 6% da água,
embora não represente risco ao meio ambiente,
acaba se tornando salgada.
Para ampliar a oferta de água
tratada na região, principalmente para reforçar
o atendimento ao município de Itaboraí,
a estatal brasileira assinou no último dia
14 convênio com a Companhia Estadual de Águas
e Esgotos (Cedae).
Com investimentos previstos de
R$ 30 milhões, o convênio ampliará
o sistema Imunana-Laranjal e fornecerá mais
100 litros/segundo - sendo 50 litros/segundo às
obras do Comperj e os outros 50 litros/segundo à
comunidade de Porto das Caixas, distrito de Itaboraí,
próximo ao complexo.
+ Mais
Pólo petroquímico
fluminense terá equipamento para evitar degradação
ambiental
31 de Março de 2008 - Morillo
Carvalho - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A licença ambiental para
as obras do Complexo Petroquímico do Rio
de Janeiro (Comperj), da Petrobras, foi liberada
com a condição de que o empreendimento
não deve prejudicar o meio ambiente, destacou
hoje (31) o governador do Rio de Janeiro, Sérgio
Cabral. O complexo será instalado no município
de Itaboraí (RJ), que fica a cerca de 45
quilômetros da capital fluminense.
“Não haverá lançamento
industrial na Baía de Guanabara. O complexo
terá um equipamento de US$ 200 milhões
para reduzir a poluição do ar, o denitrificador.
Além disso, 6 milhões de árvores
serão plantadas nas nascentes de dois rios.
São medidas compensatórias que nossas
autoridades ambientais firmaram junto com a Petrobras”,
assegurou Cabral.
No lançamento das obras,
o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu
à vontade política do governo estadual
a liberação da licença em menos
de um ano.
“Em seis meses, o companheiro
Minc [Carlos Minc, secretário estadual de
Meio Ambiente] entregou ao presidente da Petrobras
a licença feita por sua equipe", ressaltou
Lula, acrescentando que a liberação
das licenças esbarra, em muitos casos, na
legislação e na falta de vontade política.
+ Mais
Metalúrgica contesta relatório
de ONG sobre contaminação de águas
30 de Março de 2008 - Luana
Lourenço - Repórter da Agência
Brasil - Brasília - Apontada como uma das
dez empresas mais poluidoras das águas no
Brasil, a Fundição Tupy contestou
os dados apresentados pela organização
não-governamental (ONG) Defensoria da Água,
ligada à Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) no relatório O Estado Real
das Águas no Brasil.
“O relatório não
merece credibilidade. O Morelli [Leonardo Morelli,
editor do relatório e secretário-geral
da ONG] jamais entrou em contato com a empresa para
conhecer nossas ações de gestão
de meio ambiente, que são rígidas”,
argumentou Eder Mesquita, gerente de engenharia
de qualidade e meio ambiente da Tupy.
O documento classificou as empresas
de acordo com prejuízos provocados aos recursos
hídricos por ações ou omissões
em relação a vazamentos ou depósitos
irregulares de resíduos. E colocou a Tupy
entre as que mais poluem, por “contaminação
das águas em diversas unidades industriais
nas margens da Baía da Babitonga (SC), pela
falta de controle na geração, tratamento
e destinação final de resíduos”.
Mesquita rebateu: “A Tupy nunca
agregou nenhum componente que viesse à piorar
a qualidade da água da baía.” E informou
que desde 2006 a empresa tem três estações
de tratamento de efluentes, que processam resíduos
industriais e sanitários.
Em relação a outra
acusação feita à Fundição
Tupy no relatório – a de “incentivo ao tráfico
interestadual de resíduos sólidos
para reutilização de material tóxico
(areia de fundição) na pavimentação
de ruas” –, ele afirmou que o uso de areia de fundição
em asfaltamento, segundo Mesquita, é “comum
no mundo inteiro”.
Já sobre a transferência
do resíduo para a cidade mineira de Extrema,
afirmou que foi conseqüência de uma parceria
entre a metalúrgica e órgãos
ambientais do estado, para “estudos experimentais”
da utilização da areia de fundição
em asfalto. “O trecho foi todo mapeado e controlado
e os estudos só demonstraram resultados positivos”,
apontou.
A empresa informou que entrou com um pedido formal
de resposta à ONG sobre as acusações.