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GOVERNO FEDERAL LANÇA O PAG – PLANO DE ACELERAÇÃO DA GRILAGEM

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2008

28 de Março de 2008 - Desmatamento ilegal e grilagem na Terra do Meio, no Estado do Pará, na Amazônia.

Medida Provisória (MP) assinada pelo presidente Lula autoriza a legalização de áreas públicas invadidas na Amazônia.

Manaus (AM), 28 de março de 2008 – Na contramão dos esforços do próprio governo de combater o desmatamento na Amazônia - resultante da expansão da fronteira agropecuária, da exploração madeireira predatória, da grilagem e da ocupação desordenada da região -, o presidente Lula assinou Medida Provisória (MP) que beneficia os infratores e autoriza a legalização de áreas públicas invadidas na floresta amazônica.

A MP 422, além de perdoar as invasões que já foram feitas, estimula a destruição da Amazônia ao enviar um sinal aos destruidores da floresta de que o combate ao desmatamento e à grilagem de terras na região está sujeito a interesses políticos da base de sustentação do governo. Não custa lembrar que este ano haverá eleições municipais em todo o país. Posseiros, grileiros, fazendeiros, vereadores e prefeitos amazônicos – muitos deles também fazendeiros ou madeireiros – devem estar rindo à toa.

A MP 422, assinada no último dia 27 de março, é cópia fiel do projeto de lei 2278/07, do deputado Asdrubal Bentes (PMDB-PA), que ampliava o limite máximo de áreas invadidas na zona rural da Amazônia Legal, que poderiam ser legalizadas pelo governo sem exigências como uma licitação. O limite foi ampliado de 500 para até 1.500 hectares, com a desculpa de beneficiar pequenos proprietários. A contradição é evidente: 1.500 hectares é terra para gente grande, não 'pequenos proprietários'.

Na defesa de seu projeto, o próprio deputado Asdrubal argumentou que um dos grandes problemas na região da Amazônia Legal é "a ocupação irregular de terras públicas por pessoas físicas" - segundo informou a Agência Câmara em 15 de fevereiro deste ano.

"Depois do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) - que já ameaçava a Amazônia - agora temos o PAG, Plano de Aceleração da Grilagem, que apenas vem confirmar nossos temores de que o governo optou pelo pragmatismo eleitoreiro, em vez de ampliar os investimentos em atividades que ajudem a manter a floresta em pé, além de fortalecer as instituições como Ibama e Polícia Federal encarregadas de zelar pelo patrimônio ambiental dos brasileiros como reza a Constituição Federal”, afirma Paulo Adario, coordenador da campanha de Amazônia do Greenpeace. "O mais grave disso tudo é que essa medida acontece no momento em que os índices de desmatamento na Amazônia voltam a subir e o governo se diz empenhado em evitar a destruição."

O presidente Lula nem se deu ao trabalho de disfarçar os motivos que o levaram a assinar tal MP, afirmando que ela atendia a pedidos de deputados que apóiam o governo no Congresso. Ou seja, a Amazônia virou moeda de troca para sustentar a base política do governo.

Monitoramento na Amazônia comprova: moratória da soja deu resultado

31 de Março de 2008 - Representantes de ONGs, indústria e governo se reuniram em São Paulo, em julho de 2007, para fazer um balanço do primeiro ano da moratória da soja
Manuas (AM), Brasil — Apesar do aumento do desmatamento na região, não houve plantio do grão nas áreas. O levantamento áereo e de campo foi feito com dados do INPE.

O Grupo de Trabalho da Soja (GTS) anunciou nesta segunda-feira os primeiros resultados do monitoramento de áreas recém desmatadas em regiões produtoras da soja na Amazônia brasileira, com evidências de que a atual safra não vem de novos desmatamentos no bioma. O GTS, que reúne empresas de soja e ONGs, inclusive o Greenpeace, foi criado para viabilizar a implementação da Moratória da Soja, anunciada pelas grandes traders do setor em julho de 2006 para combater o desmatamento no bioma Amazônia.

A moratória da soja é um compromisso da Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e suas empresas associadas de “não comercializar a soja da safra que será plantada a partir de outubro de 2006, oriunda de áreas que forem desflorestadas dentro do Bioma Amazônico, após a data do presente comunicado". O compromisso foi anunciado em 24 de julho de 2006.

O monitoramento foi feito pela Globalsat, empresa contratada pela Abiove e Anec. Não foi encontrada soja cultivada nas áreas analisadas. As empresas ligadas à Abiove e à Anec são responsáveis por mais de 90% da soja comercializada pelo Brasil.

O levantamento aéreo e de campo foi feito com base nos dados do sistema Prodes, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e se concentrou nos desmatamentos maiores do que 100 hectares ocorridos entre agosto de 2006 e agosto de 2007 nos estados de Rondônia, Pará e Mato Grosso – que, juntos, são responsáveis pela quase totalidade da soja plantada no bioma Amazônia. Foi também realizado um monitoramento adicional em áreas desmatadas menores do que 100 hectares em três municípios do Mato Grosso, que também não encontrou cultivo do grão. A metodologia e critérios utilizados pela Globalsat foram definidos pelo Grupo de Trabalho de Soja.

“Sem dúvida, os resultados do monitoramento do GTS mostram que a Moratória da Soja está sendo respeitada e isso é uma boa notícia. Porém, os preços elevados da soja no mercado internacional estão aumentando o apetite dos produtores por mais terras, o que cria um importante desafio para as empresas comprometidas com a moratória”, disse Paulo Adario, coordenador da campanha da Amazônia, do Greenpeace.

“O desmatamento da Amazônia voltou a aumentar no segundo semestre de 2007 depois de três anos de queda e as traders terão de reforçar seu compromisso com a moratória e trabalhar junto aos produtores de soja para ajudar a reverter esse processo”.

O monitoramento aéreo do desmatamento na Amazônia feito regularmente pelo Greenpeace confirma os resultados apresentados pelo GTS, mas Adario alerta para o fato de que muitas áreas abertas recentemente se encontram dentro ou no entorno de fazendas produtoras de soja.

“Os produtores serão tentados a produzir e vender grandes quantidades de soja, tornando a implementação da moratória pelas traders uma tarefa cada vez mais complexa”, disse ele.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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