9 de Abril
de 2008 - Luana Lourenço - Repórter
da Agência Brasil - José Cruz/Abr -
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, o deputado André de Paula (DEM-PE)
e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes,
participam da audiência pública que
discute o desmatamento na Amazônia
Brasília - A tendência de queda no
desmatamento da Amazônia registrada pelo governo
desde 2004 pode ser comprometida em 2008, por se
tratar de “um ano atípico”, de acordo com
a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
“Estamos trabalhando com afinco,
e ao final [do ano] vamos fazer um balanço.
É um ano atípico, tivemos uma longa
estiagem, temos o período eleitoral em que
a situação política fica muito
tensa e ainda temos o problema grave em relação
à questão do aumento do preço
das commodities”, afirmou a ministra hoje (9) após
participar de audiência pública na
Câmara dos Deputados.
A taxa anual de desmatamento é
calculada pelo Projeto de Estimativa de Desflorestamento
da Amazônia (Prodes), do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe). De acordo com o monitoramento,
em 2004, a área desmatada foi de 27 mil quilômetros
quadrados, em 2005, 18 mil quilômetros quadrados,
em 2006, 14 mil quilômetros e em 2007, o número
caiu para 11 mil quilômetros quadrados.
No entanto, números do
Sistema de Detecção em Tempo Real
(Deter) - outra ferramenta de monitoramento - registraram
aumento do desmatamento nos últimos meses
de 2007, tendência confirmada nos números
mais recentes do Inpe, de fevereiro.
“Esperamos que a redução
seja um processo continuado. Mas uma coisa é
cair de 27 para 18 [mil quilômetros quadrados],
outra é cair de 11 porque você vai
tendo uma situação mais complexa.
Voltamos a índices de desmatamento de 15
anos atrás. Imagina o que é chegar
aos mesmos patamares com o aumento da infra-estrutura,
da população e em pleno crescimento
econômico”, comparou.
Durante audiência na Câmara
dos Deputados, a ministra negou que o Ministério
do Meio Ambiente seja contra o desenvolvimento de
atividades econômicas na Amazônia e
afirmou que o governo vive “um novo paradigma” que
reconhece a necessidade de crescimento sustentável,
aliado à preservação dos recursos
naturais.
“Eu não sou contra a energia,
o desenvolvimento industrial, contra a agricultura,
assim como os ministros da Agricultura, do Desenvolvimento
da Indústria e de Minas e Energia também
não são contra a preservação
do meio ambiente”, avaliou.
“A equação que temos
que responder neste século é: como
promover o desenvolvimento econômico com preservação
ambiental e como promover a preservação
ambiental com desenvolvimento econômico",
afirmou Marina Silva.
+ Mais
Inpe registra 552 pontos de alerta
de desmatamento na Amazônia durante o verão
9 de Abril de 2008 - Luana Lourenço
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), Gilberto Câmara, disse que o órgão
registrou 552 pontos de alerta de desmatamento na
Amazônia em janeiro e fevereiro deste ano.
Os números dos dois primeiros meses já
correspondem a 71% de todos os pontos de alerta
identificados em 2007.
De novembro de 2006 a maio de
2007, o Inpe identificou 346 pontos de alerta na
Amazônia. Em novembro e dezembro de 2007,
meses em que o Sistema de Detecção
em Tempo Real (Deter) registrou avanços no
desmatamento, o número de alerta foi de 421.
De acordo com Câmara, dos
40 pontos checados em campo pelo Inpe em fevereiro,
quatro apresentam início de degradação
e 36 tinham corte raso, ou seja, desmatamento total.
Ele participa neste momento de
audiência na Câmara dos Deputados, promovida
pelas comissões de Agricultura, Pecuária,
Abastecimento e Desenvolvimento Rural; Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável; e da Amazônia,
Integração Nacional e Desenvolvimento
Regional.
Os próximos a falar na
audiência devem ser a ministra do Meio Ambiente,
Marina Silva, e o ministro da Agricultura, Reinhold
Stephanes.