7 de Abril
de 2008 - Juliana Cézar Nunes e Morillo Carvalho
- Repórteres da Agência Brasil - Brasília
- A Organização Mundial de Saúde
(OMS) aproveitou o Dia Mundial da Saúde,
comemorado hoje (7), para fazer um alerta sobre
os impactos das mudanças climáticas
na saúde humana.
De acordo com a organização,
o aumento da temperatura do planeta colabora para
a manutenção e ampliação
de doenças tropicais e negligenciadas, como
malária, cólera e tuberculose. Para
enfrentar o agravamento das epidemias, governos
e sociedade foram orientados a intensificar os investimentos
em saúde pública, saneamento e defesa
civil.
“As mudanças climáticas
colocam em risco a saúde humana”, destacou
a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado
divulgado pela organização. "O
aquecimento do planeta será gradual, mas
o efeito de tempestades, enchentes e secas é
abrupto e imediato.”
Segundo a OMS, a onda de calor
na Europa, em 2003, que matou cerca de 70 mil pessoas,
é um exemplo de impacto negativo das mudanças
climáticas. As epidemias de malária
na África e de cólera, na Ásia,
também são citadas no alerta da organização.
Para minimizar os efeitos dos
desequilíbrios ambientais, a OMS aposta no
apoio às iniciativas comunitárias
e movimentos de mulheres, especialmente nos países
em desenvolvimento com populações
vulneráveis aos efeitos do aquecimento global.
A Organização das
Nações Unidas (ONU) também
demonstrou preocupação com o tema
hoje. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
destacou, em comunicado oficial, que as mudanças
climáticas comprometem a qualidade e disponibilidade
de água e comida, elementos fundamentais
para a nutrição e saúde humana.
Segundo Ban Ki-moon, os países
mais pobres, que menos contribuem para o aquecimento
global, serão os mais afetados pelos impactos
desse fenômeno para a saúde pública.
+ Mais
Mudanças climáticas
potencializam epidemia de dengue no Brasil, aponta
Opas
7 de Abril de 2008 - Morillo Carvalho
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- Os perigos das mudanças climáticas
para a saúde humana foram destacados hoje
(7), no Dia Mundial da Saúde, pela Organização
das Nações Unidas (ONU) e pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, a epidemia
de dengue é apontada como um dos possíveis
efeitos do aquecimento global.
A sanitarista e especialista em
Saúde Pública da Organização
Pan-Americana de Saúde (Opas), escritório
regional da OMS, Mara Lúcia Carneiro Oliveira,
afirma que o aumento da temperatura e da umidade,
aliado ao desmatamento, favorece a proliferação
do mosquito da dengue em áreas urbanas.
“O que precisa é mais integração:
ampliar a vigilância sobre a qualidade da
água, dar mais importância ao controle
dos vetores, ter uma resposta mais rápida
em situações de emergência,
capacitar pessoal para reconhecer os fatores do
meio ambiente que interferem na saúde e desenvolver
essas ações intersetoriais”, diz a
sanitarista.
Nesta semana, em Brasília,
a Opas reunirá representantes de países
da América do Sul e da América Central
para o desenvolvimento de um plano de ação
do setor saúde, tendo em foco o aquecimento
global.
O secretário de Ciência,
Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério
da Saúde, Reinaldo Guimarães, reconhece
que a dengue pode ser considerada um exemplo de
como as mudanças climáticas colocam
em risco a saúde pública.
"É sabido hoje, por
exemplo, que a dengue, com o aumento da temperatura,
regiões no sul dos Estados Unidos e Europa,
estão se tornando zonas endêmicas porque
o aumento da temperatura faz com que o mosquito
possa proliferar naqueles ambientes”, afirma Guimarães.
No entanto, para ele, casos como
o da tuberculose, que não guardariam nenhuma
relação com as alterações
do clima, mostram que não há uma única
causa para que as doenças tropicais ou negligenciadas
estejam no patamar preocupante que ocupam.
"O aquecimento global é
um problema extremamente importante, mas não
pode ser responsabilizado por tudo de mal que ocorre
na face da Terra.”
+ Mais
Rio lança pacote de medidas
para combater a dengue com foco na educação
e coleta de lixo
7 de Abril de 2008 - Isabela Vieira
- Repórter da Agência Brasil - Rio
de Janeiro - No pacote anunciado hoje (7) pelo governo
fluminense para combater a dengue estão campanhas
educativas e reforço na coleta de lixo. As
ações envolvem as pastas de educação
e meio ambiente e incluem empresas públicas
com a meta de reduzir a epidemia atual e evitar
novos transtornos em 2009.
O governo quer mobilizar 1,6 mil
escolas do estado para um trabalho de conscientização
da população, do qual também
devem participar funcionários da Companhia
de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae),
Defensoria Pública e policiais. Parcerias
estão previstas também com associações
comerciais e com os taxistas. Uma reunião
na próxima sexta-feira (11) definirá
como cada setor poderá atuar.
Para evitar o acúmulo de
água parada, a idéia do governo é
melhorar a coleta de lixo, principalmente, com novas
estratégias para a região metropolitana
em parceria com empresas municipais
“Implementaremos uma força-tarefa
no recolhimento de lixo nos municípios, nas
comunidades e nas encostas”, disse o secretário
de governo, Wilson Carlos, ao divulgar as medidas
do pacote no Palácio Guanabara.
Também constam no pacote
mensagens à Assembléia Legislativa
pedindo uma lei que diminua o prazo para o resgate
de veículos apreendidos nos pátios
das delegacias. A meta é que fiquem, no máximo,
90 dias, depois, a recomendação é
para que sejam leiloados.
Outra proposta pede a obrigatoriedade
da venda separada de tampas de caixa d’água.
Atualmente esses produtos são vendidos de
"forma casada" pelos fabricantes. “As
caixas d’água são o grande foco de
dengue nas comunidades carentes”, informou o secretário
Wilson Carlos.
Para ampliação do
atendimento, o governo também anunciou a
criação de uma nova tenda de hidratação
no Méier para pacientes do Hospital Salgado
Filho. Esta será a 8ª barraca desse
tipo. No local, trabalharão 44 médicos
cedidos pelo hospital paulista Albert Einstein.
Outras tendas montadas em Realengo
e Campo Grande, zona oeste, e Gávea, zona
sul, também vão ganhar reforço.
Cerca de 30 médicos de vários estados
começam a chegar ao Rio. Hoje (7), eles participaram
de uma capacitação.