08/04/2008
- A biblioteca do Parque Estadual do Jaraguá
receberá, nos próximos dias, sete
títulos em Braille sobre meio ambiente, atendendo
à demanda dos deficientes visuais que freqüentam
essa unidade de conservação. A iniciativa
é do Projeto Espaço Conviver, da Secretaria
do Meio Ambiente do Estado, adquiridos com recursos
da Coordenadoria de Educação Ambiental.
As publicações foram
produzidas pela Fundação Dorina Nowill,
instituição especializada em portadores
de deficiência visual. Os títulos disponíveis
são: “O meio ambiente em debate” e “O desafio
amazônico”, de Samuel Murgel Branco; “SOS
tartarugas marinhas”, de Rogério Andrade
de Barros; “A viagem das sementes”, de Paulo Ernani
Carvalho; “Diga não ao desperdício”,
da Codeagro, órgão da Secretaria Estadual
da Agricultura e Abastecimento; “Poluição
das águas”, Luis Roberto Magossi e Paulo
Henrique Bonacella; e ”Meio ambiente e desenvolvimento”,
de José Eli da Veiga.
 |
 |
O Projeto Espaço Conviver,
que está na sua terceira fase, começou
com a adaptação do espaço físico,
com a criação da “Trilha do Silêncio”,
inaugurada em dezembro de 2007, com o apoio da Coordenadoria
de Educação Ambiental, Fundação
Florestal e Instituto Florestal. A segunda fase
consistiu na capacitação dos funcionários
dos parques da Região Metropolitana de São
Paulo, que durante quatro sábados, com jornadas
de oito horas, receberam treinamentos e informações
sobre como receber e tratar esse público
especial.
De acordo com a coordenadora de
Educação Ambiental, Maria de Lourdes
Rocha Freire, “a proposta de criar esse espaço
nos parques do Estado é inovadora e tem o
objetivo de transmitir aos deficientes físicos
informações corretas e atualizadas
sobre as questões ambientais, por meio de
cursos e outras atividades”. Para Freire, o projeto
visa, na sua essência, a inclusão de
todos os segmentos sociais e para isso deverá
adquirir mais exemplares em Braille e disponibilizá-los
nos parques Villa-Lobos, Água Branca, Guarapiranga
e outros.
Para o diretor do Parque Estadual
do Jaraguá, Vladimir Arrais, é “mais
um passo para a inclusão nas unidades de
conservação”. Para isso, o Projeto
Espaço Conviver será levado a outros
parques estaduais que dispõem de condições
para a promoção de cursos e atividades
de educação ambiental, “de maneira
a proporcionar aos portadores de deficiências
oportunidade e formas de integração
nas atividades de preservação da natureza,
pois eles também têm compromisso com
o meio ambiente”, conclui Arraes.
Segundo os coordenadores do projeto,
Gil Kuchembuck Scatena, turismólogo, e Júlia
de Lima Krähenbühl, bióloga, ambos
da Coordenadoria de Educação Ambiental,
a parceria com os outros órgãos da
SMA foi fundamental para a adaptação
da trilha e para as providências das fases
posteriores.
“Para assegurar a validade do projeto, levamos ao
parque algumas pessoas com deficiências e
mobilidade reduzida para que se manifestassem sobre
o que deveria ser modificado para melhor atender
as suas necessidades. “Procuramos, no entanto, manter
as características de trilhas em espaços
naturais conservados, atendendo aos desejos dos
próprios usuários na fase de teste
que, como ressaltaram, não queriam um piso
de ‘shopping center’”, afirmou Scatena.
Texto: Rosely Ferreira
Foto: Zé Jorge