Cruzeiro
do Sul/AC (09/04/08) - Nos últimos 12 dias
da operação “Águas de Março”,
fiscais do Ibama e Policia Militar (COE) de Cruzeiro
do Sul apreenderam 300 quilos de carnes de animais
silvestres, 41 jabutis, 34 peles de animais (queixadas,
preguiças, veados e gatos do mato), duas
motosseras, duas escopetas caseiras, um revolver
calibre 32 e cinco espingardas.As apreensões
foram feitas ao longo do rio Juruá e afluentes,
entre os municípios de Cruzeiro do Sul, Porto
Walter e Marechal Thaumaturgo.
De acordo com o analista ambiental
do Ibama, Lisarbson Messias, as carnes tinham como
destino abastecer os municípios do Vale do
Juruá, e as peles seriam comercializadas
por peruanos ao preço de R$ 5 reais a unidade.
A maioria das peles foi aprendida
na comunidade Triunfo, onde, segundo levantamento
da COE, existe envolvimento de alguns moradores
com o tráfico de drogas e peles de animais
silvestres. “Na comunidade Triunfo, na margem esquerda
do rio Juruá, existem varadouros que dão
acesso aos rios e comunidades peruanas, daí
a necessidade de uma maior atenção
pelas autoridades públicas para a região”,
alertou.
Ibama finaliza operação
“Águas de Março” no Alto Juruá
A operação “Águas de Março”
foi realizada em três períodos, de
13/03 a 18/03 a no rio Boa Fé, no município
de Gaujará/AM, nos dias 24/03 a 03/04 em
Ipixuna/AM e nos dias 07/04 a 13/04 em Cruzeiro
do Sul, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo.
De acordo com Márcio Venício,
chefe do escritório regional do Ibama no
Juruá, tudo foi feito para coibir as atividades
ilegais que ainda existem na região, respeitando
sempre o que diz a lei. “As pessoas têm que
entender que o mundo mudou, as leis estão
sendo aplicadas com rigor e nossa função
é evitar que a natureza se destrua nas mãos
dessas pessoas que não têm responsabilidade
com o futuro na raça humana”, desabafou Venício.
Andrade Filho
+ Mais
Conferência Estadual de
Meio Ambiente reúne milhares de pessoas no
Pará
Belém (07/04/08) - Encerrou
ontem, dia 06, a III Conferência Estadual
de Meio Ambiente no Pará, que mobilizou cerca
de 25 mil pessoas de 134 municípios, durante
as conferências nessas cidades. Somente neste
último fim de semana, no Hangar - Centro
de Convenções da Amazônia, mais
de mil pessoas estiveram reunidas para o debate
sobre políticas públicas na área
do meio ambiente.
O Ibama participou com três
grupos de trabalho: Populações Tradicionais
e Mudanças Climáticas; Sustentabilidade
e Recursos Florestais; e Atividade Pesqueira, Mudanças
Ambientais Globais e Sustentabilidade. No primeiro
grupo, os analistas ambientais do Ibama, Vergara
Filho e Luís Felipe do Carmo, em parceria
com a Assessora de Populações Tradicionais
do governo do estado, Edna Marajoara, reuniram com
cerca de 200 pessoas para discutir as intervenções
climáticas e as relações humanas
no que diz respeito ao meio ambiente global e local.
De acordo com Vergara Filho, que
representou o Ibama e o Instituto Chico Mendes na
Conferência, durante a reunião do grupo,
foi discutido o papel dos povos indígenas
e comunidades locais como atores efetivos na busca
de mecanismos que possam minimizar os efeitos das
mudanças climáticas na Amazônia
e no estado do Pará. “Vários representantes
das mais diversas etnias, puderam expor suas preocupações
sobre o tema como também contribuíram
com sugestões e propostas que foram lidas,
revisadas e agrupadas pela sistematização
do grupo a ser encaminhado à plenária
do evento”, afirmou Vergara.
No grupo de Atividade Pesqueira,
Mudanças Ambientais Globais e Sustentabilidade,
os analistas ambientais Antonio Melo, Rita Barreto
e Rodolfo, além do secretário adjunto
da Secretaria de Pesca e Aqüicultura do estado
(Sepaq), Constantino Alcântara, foram mediadores
das propostas elaboradas pela Comissão Nacional.
Ouviram as sugestões dos interessados, que
dentre as 23 propostas de melhorias do trabalho
pescador artesanal feitas por eles, incluíram
a do Seguro-defeso. “Eles defendem que é
necessária a mudança de data do defeso
de acordo com a região, visto que o período
de reprodução dos peixes é
diferenciada nas várias regiões do
Pará”, explicou Rita Barreto.
Segundo o superintendente do Ibama
no Pará, Aníbal Picanço, que
representou a presidência do Ibama no evento,
o propósito de uma conferência como
essa é contribuir com a mudança do
quadro ambiental “que vêm se agravando nos
últimos 20 anos”, e que é necessária,
portanto, a apresentação de propostas
que minimizem esses efeitos. “Nossa região
precisa de governantes do tamanho do desafio amazônico
e possuir uma política inclusiva que possa
mostrar ao mundo que podemos sim, cuidar da nossa
casa e contribuir para que o clima se mantenha equilibrado”,
afirma Aníbal.
Luciana Almeida