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PESQUISA APONTA ESPÉCIES ADEQUADAS PARA ARBORIZAR BELÉM

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

Meio Ambiente - 15/04/2008 - 08:27
Arborizar exige pesquisa, planejamento e compreensão da sociedade
O pesquisador Rafael Salomão, da Coordenação de Botânica do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT) estuda, há algum tempo, mais de 170 espécies de árvores, entre nativas, introduzidas e exóticas, para analisar quais delas são as mais adequadas para o uso na arborização de vias em Belém (PA).

Segundo ele, a arborização de grandes centros urbanos é fundamental para oferecer serviços ecológicos, como sombra e frutos para os pássaros, além de se prestar à reconstituição de ambientes naturais degradados. Mas apenas o plantio não representa um projeto de arborização. É necessário que sejam observadas as particularidades da cidade na qual se pretende realizá-lo, as condições de cada bairro, ruas e calçadas, e ainda a fiação elétrica. É preciso também que sejam feitos estudos preliminares de qual espécie pode se adequar melhor ao espaço urbano.

Planejar a arborização de Belém é diferente de planejar a de São Paulo ou a de Porto Alegre. "O item fundamental que temos que pensar é o do conforto térmico para os cidadãos. Belém é uma cidade que na maior parte do ano tem o clima quente. Então temos que usar espécies que produzam sombra", diz Salomão. Para ele, "não é adequado para a cidade espécies de palmeiras, por exemplo. Sou contra a adoção dessa espécie para arborização, pois elas não suavizam o calor".

Em seu estudo Salomão observa características como porte (altura, diâmetro), volume da copa, floração, folhagem, valor legal, se produz frutos comestíveis, em quanto tempo ela cresce, fitossandidade (se ela é suscetível a doenças), tamanho da folha, caducifolia (perda de folhas durante parte do ano), intensidade de frutificação, peso do fruto, sistema radicular e longevidade.

espécies mais adequadas

"Não é interessante que tenhamos uma árvore que em determinada parte do ano perca as folhas, por que não terá mais sombra. Nem espécies que tenham frutos muito pesados, que ao caírem podem atingir pessoas e veículos, ou folhas muito grande, que entopem esgotos e bueiros", diz Salomão. De acordo com essas características, ele atribuiu pesos para as que mais se ajustassem a arborização de vias públicas sob fiação elétrica e assim fez um ranking das espécies. O pau-preto (Cenostigma tocantinum ), e a sibipiruna (Caesalpinia peltophoroide) estão entre as espécies que seriam indicadas para o plantio na cidade.

O pesquisador explica não ser necessário dar preferência ao uso de espécies nativas, em detrimento de algumas introduzidas ou exóticas que se adaptam e são melhores que certas espécies da região. "A sipibiruna é uma espécie nativa da Mata Atlântica, pode-se mostrar apropriada para Belém. Ela tem uma copa ampla, não tem frutos pesados e apresenta folhas pequenas que se mantém durante o ano inteiro, além de ter uma floração muito bonita e crescimento rápido".

Um detalhe importante que precisa ser avaliado para se plantar árvores na cidade é a fiação elétrica. Os galhos podem causar problemas a rede se não forem adequadamente cortados. Para que isso não ocorra é importante observar se a arborização está sendo feita em praças ou bosques, onde o ideal para árvores de grande porte, em vias estreitas ou em vias largas, se ficará sob a rede elétrica e o tamanho das calçadas.

"A manutenção das árvores e a poda também são fundamentais para que o projeto de arborização urbana se conserve. O corte dos galhos não pode ser feito de qualquer maneira", diz Leandro Ferreira, da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia do MPEG.

Mangueiras

Essa espécie começou a ser plantada há mais de 60 anos na cidade. Ao contrário do que muitos pensam, essa não é uma espécie nativa. "As mangueiras são da Índia e não são adequadas para arborização. Elas têm um sistema radicular muito agressivo, que atrapalha as calçadas e os frutos são pesados", diz Ferreira. Mas existe uma grande resistência por parte da população quando se fala nas mangueiras. "As pessoas não podem analisar pelo lado emocional, mas sim pelo lado técnico".

Uma das soluções que ele aponta para que haja esclarecimento e compreensão sobre a arborização da cidade é debater o assunto envolvendo os órgãos coimpetentes.
Dominiki Giusti, Agência Museu Goeldi
Assessoria de Comunicação do MCT

 
 

Fonte: Ministério da Ciência e Tecnologia
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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