A área de dois hectares
onde funcionava o lixão de Cianorte, a 80
quilômetros de Maringá, está
sendo reflorestada pela Sanepar. O trabalho
de reflorestamento é desenvolvido há
quase dois anos, em parceria com o Instituto Paranaense
de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater) de Cianorte, responsável pela
elaboração do projeto e orientação
no plantio.
De acordo com coordenador do aterro
sanitário de Cianorte, Mário Lino,
o contrato de concessão firmado entre a Sanepar
e a prefeitura prevê, por força de
lei ambiental, a recuperação ou implantação
de reserva florestal com espécies nativas
em uma parte da área ocupada pela empresa
para a gestão dos resíduos sólidos.
Mário Lino relata que na
elaboração do projeto de reflorestamento
foi observado que o antigo lixão ocupava
área de cerca de 35 mil metros quadrados.
“Consultamos alguns especialistas e concluímos
que era possível plantar árvores em
cima do lixo sepultado há mais de 10 anos,
para cumprir a lei e recuperar uma área bastante
degradada e contaminada”, conclui.
No local, foram plantadas pela
Sanepar cerca de 3.700 mudas de espécies
nativas como ingá, capinxigui, timburi, grandiúva,
canafístula, jacarandá, cedro, peroba
e gurucaia. As mudas foram adquiridas junto ao Instituto
Ambiental do Paraná (IAP), de Umuarama e
Campo Mourão.
Entre os benefícios ambientais
alcançados com o reflorestamento está
a incorporação no ambiente de várias
espécies arbóreas em extinção
na região de Cianorte. “Podemos dizer que,
atualmente, temos uma pequena floresta com árvores
de até dois metros de altura. A sua existência
já está mudando a paisagem da região,
tanto pela beleza visual, como também pela
atração de vários pássaros
que se alimentam com as suas flores e sementes”,
ressalta Lino.
+ Mais
Monitoramento da qualidade da
água será aplicado em todo Estado
O monitoramento da qualidade da
água (balneabilidade) que vem sendo desenvolvido
desde 2003 no Litoral paranaense – bacia hidrográfica
litorânea - será modelo de gestão
de saneamento e qualidade ambiental aplicado pela
Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
e Sanepar nas outras 15 bacias hidrográficas
do Paraná.
O anúncio foi feito nesta
terça-feira (15) pelo secretário do
Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, e pela diretora de Meio Ambiente da Sanepar,
Maria Arlete Rosa, durante o encerramento do workshop
que discutiu com técnicos e especialistas
de instituições governamentais e comunidade
acadêmica a metodologia utilizada neste modelo.
Na quarta-feira (16), o workshop já será
levado a Maringá (região Norte do
Estado) para capacitar os técnicos que irão
atuar na bacia do rio Pirapó.
Para o secretário, o trabalho
de monitoramento e sua divulgação
no Litoral – visando a qualidade ambiental das praias
paranaenses – é uma conquista do governo
e da população em benefício
da saúde e qualidade ambiental. “Consolidamos
um sistema de abordagem e de informações
que agora fazem parte da vida da população
do Paraná e hoje todos sabem as conseqüências
do banho de mar em locais não recomendados”,
destacou Rasca.
“Antes nem a Sanepar, que atualmente
é nossa parceira em diversas ações
integradas, nem as prefeituras, nem os comerciantes
locais queriam essa divulgação. Hoje
todos estão convencidos de que a sinalização
e a transparência são fundamentais,
inclusive para atrair turistas, como pudemos constatar
este ano com o aumento em 56% no número de
visitantes”, acrescentou.
BENEFÍCIOS - Outro efeito
positivo da divulgação da balneabilidade
foi a mudança de postura da Sanepar, assumindo
a reponsabilidade e aumentando os investimentos
em saneamento básico nos municípios
litorâneos. “É a primeira empresa de
saneamento do país a se comprometer com a
qualidade ambiental do Litoral e dos recursos hídricos.
Um exemplo para o Brasil”, disse Rasca.
A constatação é
reforçada pela diretora de Meio Ambiente
da Sanepar: “Estamos investindo pesado para despoluir
as praias paranaenses. Até agora foram mais
de R$ 210 milhões em saneamento, R$ 33 milhões
somente na última temporada”, detalhou Maria
Arlete Rosa.
Segundo ela, a Sanepar vem assumindo
o seu papel em relação ao esgoto que
é uma importante fonte de poluição.
“Estamos aprofundando os estudos sobre essa problemática
que interfere na qualidade da água das praias”,
disse Arlete, mencionando a participação
de técnicos da Companhia de Abastecimento
de São Paulo (Cetesb), que estão comparando
a metodologia paranaense à paulista.
“É inédito o fato
de que uma empresa de saneamento assumiu a responsabilidade
de fiscalizar, juntamente com os órgãos
ambientais, a qualidade ambiental das águas,
detectando as fontes de poluição.
Além disso, estamos contribuindo com a formação
dos técnicos no sentido de fazer avançar
esta politica integrada no Paraná”, ressaltou
Arlete.
UNIVERSIDADES - A metodologia
utilizada no litoral, segundo a diretora, torna
possível identificar as causas da poluição
– e, assim, controlá-la de forma eficaz.
No entanto, o secretário Rasca disse que
o processo de monitoramento pode ser melhorado ainda
mais. “Precisamos aperfeiçoar o processo
com conhecimento científico, estudar as correntes,
a dinâmica da poluição. Queremos
que os participantes deste workshop apontem as necessidades
e as dificuldades para que possamos melhorar cada
vez mais. O governo do Paraná está
aberto a estas contribuições que ajudarão
o Estado na defesa do seu patrimônio”, concluiu
o secretário.
O professor da Universidade Federal
do Litoral (UFPR Litoral), Paulo Marques, falou
que entre as variáveis a serem monitoradas
nas bacias hidrográficas do Paraná
estão as microbiológicas utilizadas
na balneabilidade, como oxigênio dissolvido
e nutrientes. “Esses estudos e variáveis
a serem pesquisados serão subsídios
para melhorar a amostragem da balneabilidade”, comentou.
Marques também demonstrou
preocupação com a divulgação
desses estudos. “Não basta apenas estudar
a produção de material para a divulgação
científica junto ao público-alvo é
fundamental”, afirmou. Tudo isso, segundo o pesquisador,
dará possibilidade de evidenciar, de forma
direta, os efeitos da implantação
da rede de esgoto, por exemplo.
OUTRAS AÇÕES – A
exemplo do Programa “Se Ligue na Rede”, lançado
pela Sanepar no Litoral, o trabalho de fiscalização
nas redes de esgoto já está sendo
feito em vários municpios do Estado para
reduzir a poluição em rios e manaciais
de abastecimento público.
Em Londrina, a Vigilância
Sanitária está tomando providências
legais, com advertências e multas, além
de intensificar o trabalho de educação
ambiental, para resolver as irregularidades na rede
de esgoto da Bacia do Cabrinha. Já em Franscisco
Beltrão (Sudoeste do Estado), a Sanepar está
orientando os moradores dos bairros Alvorada e Marrecas
sobre a forma correta de ligar o esgoto à
rede pública da Sanepar e como corrigir as
irregularidades já constatadas.