Panorama
 
 
 

ABRIL INDÍGENA: POPULAÇÃO INDÍGENA PODE CHEGAR A 1 MILHÃO EM 2010, DIZ PRESIDENTE DA FUNAI

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

19 de Abril de 2008 - Pedro Ivo de Oliveira - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os índios querem ser reconhecidos pela sociedade como povos diferentes, mas que compõem a nação brasileira. Também querem que seus direitos, como o direito à terra e a uma educação e saúde diferenciadas, sejam respeitados. A avaliação é do presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, que hoje (19), Dia do Índio, falou sobre a atual situação dos povos indígenas brasileiros, em entrevista à Rádio Nacional.

“Após uma colonização que durou muitos séculos, em um processo muito violento, os índios brasileiros conseguiram sobreviver fisicamente e culturalmente. Há mais de 100 anos, o Marechal Rondon iniciou seu trabalho em defesa dos povos indígenas do Brasil. Hoje, no ritmo em que estão indo, podem chegar a 1 milhão em 2010”, afirmou.

Segundo a Funai, a estimativa aproximada de habitantes indígenas nas terras brasileiras recém-descobertas era de 10 milhões de indivíduos.

Estudos validados pela fundação indicam que apenas na Bacia Amazônica existiam 5,6 milhões habitantes. Essas populações falavam, dentro do território brasileiro, cerca de 1,3 mil línguas diferentes. Atualmente, os indígenas mantêm vivos cerca de 180 dialetos.

De acordo com Meira, para que os índios tenham seus direitos respeitados, é preciso que o Congresso aprove o Estatuto dos Povos Indígenas.

+ Mais

Campanha pretende vacinar cerca de 100 mil índios até 23 de maio

22 de Abril de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) pretende vacinar cerca de 100 mil índios, dos 25 estados que têm população indígena, até o dia 23 de maio. A campanha Mês da Vacinação dos Povos Indígenas 2008 e a Semana da Vacinação nas Américas começaram no último sábado (19). Este ano, o foco são 19 mil crianças de até 4 anos de idade, mulheres em idade fértil e idosos.

A campanha teve início no Vale do Javari (AM), região onde a incidência de doenças como hepatite é alta entre os povos indígenas. “Nós resolvemos começar a campanha por lá, para chamar a atenção da população em geral sobre o problema que é restrito ao Vale do Javari”, explicou o presidente da Funasa, Francisco Danilo Bastos Forte.

De acordo com Forte, cerca de 60 profissionais da área de saúde indígena estão dando assistência às comunidades que moram no Vale do Javari, com o suporte do navio hospital Oswaldo Cruz no pólo-base São Luiz, perto do município amazonense de Tabatinga. No Vale do Javari, os profissionais estão fazendo um levantamento da situação de todos os indígenas que vivem no local.

“Com isso, a gente pode ter uma definição clara com relação à distribuição de medicação, acompanhamento especial e, caso seja necessário, realizar até internação no hospital”, destacou.

Segundo o presidente da Funasa, em 2007 a meta era imunizar 56 mil índios em todo o país. Desse total, 83% foram vacinados. Ele acredita que, com o aumento que a estrutura da operação, os resultados serão melhores este ano.

+ Mais

Compra de fazendas pode ser solução para Guarani-Kaiowás, diz antropólogo

18 de Abril de 2008 - Vinicius Konchinski - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - A solução para o impasse fundiário entre os índios Guarani-Kaiowá e fazendeiros do Mato Grosso do Sul deve envolver uma mudança na Constituição sul-matogrossense, para viabilizar a compra das terras em questão pelo governo do estado. A informação é do antropólogo Rubem Thomaz de Almeida, presidente do Instituto Kaiowá Ñandéva, e que há 35 anos trabalha pela expansão dos territórios indígenas na região.

Segundo Almeida, o conflito entre os agricultores e os Kaiowá é antigo. Em novembro do ano passado, o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para tentar demarcar novamente os territórios indígenas na região. No entanto, para ele, os agricultores só abrirarão mão da área de suas fazendas se forem remunerados por isso.

"Sem pagar pelas terras, os agricultores vão continuar barrando os processo de ampliação da área indígena na Justiça, como estão fazendo em Roraima”, disse. “A solução é pagar pelas áreas e entregá-las aos índios.”

Almeida conta, porém, que a União, de acordo com a Constituição Nacional, não pode comprar territórios. "Mudar a Constituição do país é complicado", disse o antropólogo. Por isso, ele defende que seja alterada a Constituição do Mato Grosso do Sul para que o estado pague pelas áreas, com dinheiro repassado pelo governo federal.

+ Mais

Amazonas lança política para garantir ensino superior aos índios

17 de Abril de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - A partir de hoje (17), o Amazonas começa a implantar a Política Pública Universitária para as Populações Indígenas, anunciou o governador Eduardo Braga. Portaria assinada por ele estabelece os parâmetros, prioridades e procedimentos de normatização do projeto.

A Política Pública Universitária para as Populações Indígenas, por meio da qual o governo amazonense pretende garantir aos índios a inclusão no ensino superior, será executada pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Para implementar a nova política pública, enfatizou Braga, não haverá necessidade de novos investimentos. De acordo com ele, os recursos e a infra-estrutura da UEA permitem a qualificação dos indígenas nos cursos de graduação, pós-graduação e mestrado.

O governador explicou que a idéia também é preparar os indígenas para atuar em escolas e outras instituições de nível superior, aliando suas tradições culturais à formação técnica. Os resultados dessa política, destacou Braga, serão colhidos a médio e longo prazos.

"Queremos garantir que os povos indígenas tenham acesso ao ensino superior por meio de uma alternativa pensada em termos de política pública específica para eles. Contudo, os resultados não poderão ser colhidos de imediato, mas sim ao longo desse período de estudos que se inicia para os indígenas", afirmou o governador.

Com a Politica Pública Universitária para as Populações Indígenas, o estado pretende desenvolver diversas propostas. Entre elas, as de formação de professores indígenas, capacitação de corpo docente para atuar na UEA, ensino de disciplinas orientadas para o desenvolvimento sustentável – como a piscicultura e o manejo ambiental -, produção de material didático intercultural e inclusão digital dos indígenas por meio das cybermalocas - espaços que possibilitarão o uso de computadores e o acesso à internet.

A assinatura da portaria que instituiu a nova politica universitária do Amazonas reuniu representantes de várias tribos indígenas, como Bernadino Tikuna. Segundo ele, os cerca de 80 membros de sua etnia que vivem há 12 anos em uma comunidade na zona Leste de Manaus têm vontade de estudar.

"Nossos filhos não têm como ir além do ensino fundamental e médio. A gente quer dar a eles essa oportunidade, mas precisamos de ajuda para isso. Se o governo nos ajudar a estudar e a resgatar nossa cultura, jamais perderemos nossas tradições e costumes. É por isso que temos que ter os professores indígenas. Nossos filhos vão levar tudo isso adiante", disse o Tikuna.

Para a reitora da UEA, Marilene Corrêa, o lançamento dessa política representa uma verdadeira "tomada de consciência" do poder público e das instituições educacionais diante da necessidade de oferecer aos indígenas o acesso aos cursos de graduação, pós-graduação e mestrado. "É adequado que os povos indígenas tenham tratamento diferenciado do estado brasileiro. Esse fato é inadiável. Muitos indígenas estão sofrendo um processos de transição e adaptação de suas identidades étnicas e nacionais. Creio que essa política universitária vai nos ajudar a enfrentar essas diferenças", disse a reitora.

+ Mais

Após morte de criança indígena do Pará, Funasa admite falha de comunicação

17 de Abril de 2008 - Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Francisco Danilo Bastos Forte, admitiu hoje (17) falha da coordenadoria-regional do Distrito Sanitário Especial Indígena do Pará na morte de Gian Tiryó, de 19 meses. Ele disse que só tomou conhecimento do surto de diarréia e vômito na aldeia localizada na fronteira com o Suriname após a notícia da morte. E que o coordenador foi repreendido.

O surto afetou 58 crianças e quatro adultos na aldeia. Gian morreu no sábado (12), em Macapá (AP), devido a uma parada respiratória causada por desidratação. Ele havia sido transferido para a capital em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que levava jornalistas. à região.

Em Brasília, durante reunião na sede da Funasa com lideranças Kayapó que participam do Acampamento Terra Livre 2008, Danilo Forte afirmou que o órgão teria adotado medidas preventivas se soubesse o que estava acontecendo no Pará: “Se tivéssemos tomado conhecimento antes, com certeza tomaríamos medidas preventivas. Soubemos já depois do fato ocorrido e aí fica difícil tomarmos alguma iniciativa.”

Ele lamentou não ter "um sistema on line para saber de tudo que está acontecendo nas comunidades indígenas" e informou que há cerca de 482 mil índios em pelo menos 2 mil aldeias de 25 estados: "O Brasil é muito grande para a gente estar em todo canto ao mesmo tempo. Segundo o Ministério da Saúde, 1.100 municípios não têm um médico. Esta é uma realidade. Então, imagina ter um profissional em cada aldeia. É impossível”.

Forte ainda incentivou os Kayapó a comunicarem à Funasa sempre que houver algum problema em suas comunidades. “Teve qualquer problema, me manda um fax. Hoje tem o tal do e-mail, que você manda e recebe na mesma hora”, disse aos Kayapós. “A denúncia é válida para que a gente saiba o que está acontecendo. O maior fiscal da saúde indígena são os índios. Se vocês não fiscalizarem aquilo que é de vocês, não vai ter quem fiscalize”.


+ Mais

Justiça Federal dá prazo para Ibama combater desmatamento em terra indígena no Pará

23 de Abril de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - A Justiça Federal estipulou prazo de 48 horas para que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) inicie as ações de combate a queimadas e desmatamento na Terra Indígena Xikrin do Cateté, no Sudeste do Pará.

A notificação foi encaminhada hoje (23) pela subseção judiciária de Marabá (PA) e caso o Ibama não cumpra a decisão, terá que pagar multa de R$ 10 mil por dia. A decisão começará a valor após o recebimento da notificação.

Segundo nota divulgada pelo Ministério Público Federal (MPF), o juiz Carlos Haddad também determinou que o MPF ficará responsável pela coordenação da operação.

A ação judicial foi elaborada a partir de informações sobre a degradação ambiental nas regiões do estado do Pará e dados gerados pelo sistema de Acompanhamento do Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

A nota informa ainda que no inicio do ano o procurador da República Marco Mazzoni solicitou a atuação da Policia Federal, da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Ibama na fiscalização de queimadas e desmatamento na Terra Xikrin. E que apenas o Ibama não aceitou participar da operação, sob a alegação de alguns fiscais estavam de férias e outros em operações, e de que não tinha recursos para pagar as diárias.

+ Mais

Índios do Amazonas pedem solução para pagamento de salários de equipes de saúde

23 de Abril de 2008 - Amanda Mota - Repórter da Agência Brasil - Manaus - Cinqüenta índios da etnia Mura pediram hoje (23), na sede da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Amazonas, a regularização do pagamento dos salários das equipes multidisciplinares responsáveis pelo atendimento básico de saúde indígena em 17 municípios do estado. Segundo o conselheiro distrital de Saúde Indígena do município de Careiro Castanho, Wuarlen Mura, o problema já dura quatro meses – o último salário foi pago em dezembro.

Wuarlen explicou que as equipes, formadas por enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes de saúde, fazem o atendimento básico nos municípios. "Sem elas [equipes], não será possível realizar nem as vacinações previstas na campanha que a Funasa planejou fazer em parceria com o Exército. Viemos conversar com o dirigente da Funasa no Amazonas porque queremos resolver a situação de forma rápida, até porque essas equipes não têm mais como se manter nas aldeias." Ele disse que o atraso no pagamento prejudica cerca de 100 pessoas.

De acordo com a direção da Funasa no Amazonas, o pagamento dos salários das equipes multidisciplinares é feito pela Associação Saúde Sem Fronteiras, com recursos do Ministério da Saúde que. O coordenador da Funasa no estado, Narciso Barbosa, atribuiu os problemas no pagamento ao atraso na prestação de contas da associação ao Ministério, que, segundo ele, está impedindo a liberação dos recursos. Barbosa garantiu, entretanto, que a situação está prestes a ser resolvida, já que, na semana passada, entregou, na sede da Funasa, em Brasília, a documentação que deve agilizar a resolução do processo.

Ele admitiu que houve problemas na prestação de contas e disse que isso inviabilizou o repasse dos recursos. "Contudo, esse convênio, especificamente, está sendo auditado pela Controladoria Geral da União, e as pendências já foram encaminhadas. Acredito que, até sexta-feira [25], tenhamos uma novidade positiva para esses profissionais", afirmou Barbosa.

Sobre os atendimentos realizados, Barbosa ressaltou que não há comprometimento das atividades. Ele informou que somente hoje o atendimento foi suspenso, mas disse acreditar que as atividades sejam retomadas ainda nesta semana, tão logo sejam regularizados os pagamentos pendentes.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.