Panorama
 
 
 

ARCO DE FOGO: DESMATAMENTO CAI 80% EM RELAÇÃO A FEVEREIRO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

22 de Abril de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou hoje (22) os números sobre novos desmatamentos na Amazônia registrados em março. A área desmatada no período foi de 145,7 quilômetros quadrados, de acordo com o Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter). E aponta uma redução de 80% em relação a fevereiro, quando o Deter contabilizou 725 quilômetros quadrados de novas áreas desmatadas.

Segundo o Deter, houve queda no número de novas áreas desmatadas em quase todos os estados da Amazônia Legal, exceto o Maranhão, onde a área registrada pelo Inpe aumentou de 2,1 quilômetros quadrados em fevereiro para 12,2 quilômetros quadrados no último mês.

Em alguns estados o sistema não encontrou registro de desmates em março – caso do Acre, Amapá, Amazonas e Rondônia. Com 112,4 quilômetros quadrados de novas áreas devastadas, Mato Grosso responde por 77% dos desmatamentos registrados pelo Deter no período, apesar da redução de 82,4% em relação a fevereiro.

Na avaliação do coordenador da campanha Amazônia, do Greenpeace, Paulo Adário, os novos números do Inpe “são uma boa notícia” para a floresta. Adário creditou a redução do desmate à grande incidência de chuvas na região durante o mês de março e às medidas de combate à degradação da floresta, entre elas a restrição de crédito para propriedades irregulares e a Operação Arco de Fogo, iniciada em fevereiro.

“É um resultado positivo. Sinal de que a Operação Arco de Fogo está começando a assustar os fazendeiros”, afirmou.

Até o ínicio de abril, a Operação Arco de Fogo havia aplicado R$ 31,3 milhões em multas e apreendido 25,8 mil metros cúbicos de madeira em toras e serrada nos estados do Pará, Mato Grosso e Rondônia – bases da ação integrada da Polícia Federal, Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Força Nacional de Segurança.

“Espero que [a redução] persista, porque é fundamental que o desmatamento caia radicalmente no primeiro semestre para que o números de 2007/2008 fiquem abaixo dos do período anterior”, acrescentou Adário.

O Deter fornece dados sobre a cobertura vegetal da região para alertar as autoridades, a fim de agilizar a fiscalização. A consolidação dos dados é feita por outra metodologia, o Programa de Cáulculo de Desflorestamento da Amazônia (Prodes), que define as taxas de desmatamento e é divulgado no segundo semestre de cada ano.

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PF e Ibama reagem a proposta de senadores de suspender Operação Arco de Fogo

23 de Abril de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O coordenador-geral da Operação Arco de Fogo, delegado federal Álvaro Palharini, considerou hoje (23) "contraditória" a proposta do grupo de senadores que defende o fim da operação, que desde fevereiro atua no combate ao desmatamento ilegal em Mato Grosso, Pará e Rondônia.

Os parlamentares cogitam promover uma obstrução das votações no Senado Federal para pressionar o fim da operação em municípios dos três estados.

Palharini lembrou que “quem produz as leis é o Congresso, são os senadores – ou seja, eles próprios produziram as leis que agora querem que não se cumpra”.

Para o diretor de Proteção Ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Flávio Montiel, com a proposta, os senadores estariam desconsiderando a atribuição do Estado de cumprir ações de fiscalização.

“No meu entendimento, quem quer impedir a fiscalização compartilha o ato ilegal”, avaliou. “A ação fiscalizatória não sofre interferência política de nenhum tipo, é parte do Plano Nacional de Combate ao Desmatamento na Amazônia, uma ação do Estado, reúne 12 ministérios”, argumentou.

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Operação Arco de Fogo vai intensificar fiscalização em Mato Grosso

23 de Abril de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Operação Arco de Fogo, deflagrada em fevereiro para combater a exploração ilegal de madeira na Amazônia, vai acirrar a fiscalização em Mato Grosso nos próximos dias. Cerca de 250 homens do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) atuarão em três eixos no estado, identificados como bases da exploração ilegal da floresta.

A operação é coordenada pela Polícia Federal e além do Ibama, conta com a atuação da Força Nacional de Segurança. O coordenador geral da operação, delegado Álvaro Palharini, prefere não divulgar o efetivo da corporação que será deslocado nas próximas ações da Arco de Fogo.

Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados ontem (22) apontam que Mato Grosso foi responsável por 77% dos 145,5 quilômetros quadrados de novos desmatamentos registrados pelo Sistema de Detecção em Tempo Real (Deter) no mês de março. Somente o município de Marcelândia, norte do estado, contabilizou 45% do total de desmatamento da Amazônia Legal no período. O município é um dos 36 que mais desmataram em 2007.

“Os números do Deter servem exatamente para isso: orientar a fiscalização”, apontou o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Flávio Montiel, que avaliou a redução de novas áreas desmatadas entre fevereiro e março como um “resultado da presença do estado brasileiro” na Amazônia.

“Mesmo com a variação de nuvens na região [que dificultam as análises por satélite], os números são significativamente menores que nos meses anteriores”, avaliou.

“A tendência lógica é a queda dos níveis de desmatamento, os madeireiros estão sofrendo a ação do Estado”, acrescentou o delegado Palharini. De acordo com a PF, a Operação Arco de Fogo não tem previsão de término, e de acordo com o coordenador geral, deverá ser intensificada, com possíveis “mudanças de estratégia e de alvos” nos três estados de atuação: Pará, Rondônia e Mato Grosso.

Além desta ação conjunta, outra operação de combate ao desmatamento também está em curso na região, coordenada pelo Ibama. De acordo com Montiel, desde o inicio de março a Operação Guardiões da Amazônia apreendeu 37 mil metros cúbicos de madeira ilegal, aplicou mais de R$ 168 milhões em multas, lacrou 27 serrarias e madeireiras e embargou 14 mil quilômetros quadrados de áreas irregulares nos nove estados da Amazônia Legal.

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Senadores discutirão medidas para forçar suspensão da Operação Arco de Fogo

22 de Abril de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Senadores da Subcomissão Temporária para Acompanhar a Crise Ambiental na Amazônia se reunirão amanhã (23) para discutir medidas no sentido de forçar uma suspensão da Operação Arco de Fogo, criada pelo governo federal para combater o desmatamento ilegal na Amazônia.

Um das hipóteses é promover uma obstrução das votações no Senado, com o apoio de lideranças partidárias. O grupo já visitou cidades paraenses que foram alvo da Operação.

"O que nós vimos no Pará nos leva a analisar a Operação, no mínimo, como precipitada – o Estado não pode entrar com uma ação repressora quando não cumpre sua tarefa de licenciar”, afirmou o senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), que integra a subcomissão.

Flexa Ribeiro relatou que os senadores viram no município paraense de Tailândia, onde se inciou a Operação Arco de Fogo, milhares de desempregados, empresas paralisadas e estabelecimentos comerciais com tarjas pretas nas fachadas, em protesto contra a situação econômica do município após a fiscalização.

Segundo o parlamentar, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) deveria constituir uma força-tarefa com as secretarias estaduais para aprovar os planos de manejo que permanecessem paralisados há mais meses ou anos: “Nós queremos apenas que as empresas que encaminharam seus projetos de manejo florestal tenham o seu projeto aprovado ou rejeitado. Não dá para misturar todos os empresários no mesmo cesto, pois há aqueles que querem trabalhar legalmente e o Estado não permite.”

As críticas não são, entretanto, compartilhadas pelo senador José Nery (PSOL-PA), que disse não ver razão para pleitear uma interrupção na ação fiscalizadora. “Nós, legisladores, temos é que apoiar [a Operação Arco de Fogo], pois é a primeira vez que o Estado brasileiro toma uma posição enfática de fiscalizar e punir com rigor o crime ambiental na Amazônia."

Para Nery, os trabalhadores que perderam o emprego em razão do fechamento de madeireiras e serrarias podem ser realocados em outras atividades produtivas incentivadas pelo governo. Um das alternativas que apontou é o incremento da reforma agrária e da produção de frutas regionais, além do apoio a projetos de desenvolvimento sustentável de organizações sociais da região.

Em Tailândia, onde começou em meados de fevereiro, a Operação Arco de Fogo já foi concluída, de acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com mais de R$ 23 milhões aplicados em multas – por funcionamento sem licença ou estocagem de madeira ilegal – e 23 mil metros cúbicos de madeira apreendida. Pelo menos 13 madeireiras e carvoarias foram embargadas.

Em Paragominas, segunda cidade paraense a receber a força-tarefa, foram aplicadas nos dez primeiros dias multas no valor de mais de R$ 5 milhões contra empresas que devastaram a floresta nativa.

A Operação Arco de Fogo também está em vigor em municípios de Mato Grosso e de Rondônia. Senadores que questionam a ação estatal prometem viajar a estes estados nos próximos dias para uma averiguação dos reflexos nas economias locais.

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Madeiras apreendidas devem ser transformadas em bancos escolares, diz Ibama

20 de Abril de 2008 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Brasília - As madeiras de origem ilegal apreendidas por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em ações vinculadas à Operação Arco de Fogo, iniciada em fevereiro, devem ser revertidas em bancos escolares e outros móveis e imóveis de uso das instituições públicas. A informação foi dada pelo chefe de fiscalização do Ibama-DF, Ênio Cardoso, em entrevista à Rádio Nacional.

“Nós já estamos com ações para pedir o perdimento dessa madeira. Então, na verdade, elas serão transformadas em bancos escolares, armários escolares, em armários e casas para instituições públicas. Quer dizer, tudo que estamos fazendo é para as instituições governamentais”, afirmou.

Realizada pelo Ibama, pela Polícia Federal e Força Nacional de Segurança, a Operação Arco de Fogo tem como objetivo combater a exploração ilegal de madeira nos 36 municípios que mais desmataram a Amazônia no ano passado. Apesar de estar bem distante da região, Brasília, segundo Cardoso, é o 11º município em consumo de madeira da Amazônia.

No Distrito Federal, além de apreender caminhões com cargas ilegais na divisa, o Ibama está fazendo apreensões também nos depósitos de madeireiras. Cardoso explicou que, enquanto um caminhão carrega cerca de 25m³ de madeira, já foram encontrados em algumas madeireiras até 600m³ do produto. Desde o início da operação na capital federal, há pouco mais de um mês, cerca de 40 madeireiras com produto de origem ilegal já foram auditadas, interditadas e multadas.

“Existe hoje um sistema que se chama Documento de Origem Florestal (DOF). Esse documento funciona como crédito e débito, como se fosse uma conta bancária. Então, temos como rastrear de onde saiu essa madeira por essa transação de compra e venda que cai na rede de computadores do Ibama. Quando vamos lá e verificamos que o estoque é maior do que se declarou, com certeza a origem é ilegal”, explicou Cardoso.

Depois de verificada a irregularidade, a empresa é bloqueada no sistema do Ibama e não pode mais fazer nenhum transação com madeira. Além disso, afirma Cardoso, a empresa é visitada toda semana por fiscais para verificação do estoque, que não pode aumentar. O valor da multa a ser aplicada varia de R$ 100 a R$ 500 por metro cúbico de madeira ilegal encontrado.

O transportador da madeira ilegal perde o caminhão e a carga. “Porque todo instrumento utilizado na prática de crime ambiental deve ser apreendido. O caminhão é apreendido e o Ibama pede o perdimento desse bem”, acrescenta o chefe de fiscalização do Ibama-DF. Segundo ele, até hoje nenhum caminhoneiro conseguiu recuperar um caminhão apreendido por esse motivo.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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