22 Apr
2008 - A terceira conferência do Fórum
Global da Soja Responsável (RTRS, em inglês)
acontece nos dias 23 e 24 de abril, em Buenos Aires,
com o tema: “Comida, Ração e Combustível
para o Futuro”. O objetivo do encontro é
se aproximar de padrões globais para produção
de soja responsável.
Com os preços da soja atingindo
patamares recordes, a pressão para expandir
os negócios se torna maior. Essa pressão
aumenta com a enorme demanda por ração
para gado e galinhas e produção de
biocombustíveis. Para gerenciar este crescimento
de maneira sustentável e reduzir os impactos
negativos nas pessoas e na natureza, representantes
de toda a cadeia produtiva da soja global – produtores,
processadores, financiadores e organizações
não-governamentais – se juntaram ao Fórum
Global da Soja Responsável.
A terceira conferência do
Fórum está com 78 inscritos e visa
estabelecer os critérios e princípios
para produção e comercialização
da soja responsável. Trata-se de um processo
participativo, envolve múltiplos atores e
está na segunda etapa de consulta pública
na conferência. Outros tópicos a serem
apresentados e debatidos são modelos de verificação
do sistema de monitoramento e certificação,
o papel dos biocombustíveis, expectativas
e contribuições dos consumidores e
varejistas e um foco especial na análise
da cadeia produtiva da soja na Argentina.
Soja
A indústria da soja é
uma das que mais cresce na América do Sul.
A produção é uma grande fonte
de renda, porém, se cultivada de maneira
inadequada, pode trazer graves impactos ecológicos
e sociais, especialmente quando áreas de
grande valor para a conservação são
convertidas em lavoura. Quando o cultivo da soja
envolve desmatamento, também contribui para
o aumento do aquecimento global.
A área de soja cultivada
mais que dobrou nos últimos dez anos nos
países considerados grandes produtores do
grão: Brasil, Argentina, Paraguai. A demanda
por soja deve crescer em cerca de 60% nos próximos
20 anos, especialmente na União Européia
e China, onde o produto é usado para fazer
ração para animais. Isso pode resultar
na ocupação de 16 milhões de
hectares de novas áreas de Cerrado e 6 milhões
de hectares de florestas tropicais na América
do Sul. A maior parte desta conversão pode
ser evitada com o uso de técnicas adequadas
e planejamento estratégico.
A Rede WWF está convencida
de que a produção de soja pode caminhar
lado-a-lado com a conservação do meio
ambiente e respeito às comunidades tradicionais.
Se forem adotadas técnicas apropriadas de
planejamento do uso da terra e boas práticas
agrícolas. Como implantação
de zonas-tampão, manejo sustentável
da água e uso responsável de defensivos
agrícolas. A Rede WWF encoraja todos os atores
da cadeia produtiva a participar do Fórum
Global sobre Soja Responsável e buscar juntos
um processo participativo para estabelecer princípios
e critérios para termos uma soja responsável.
+ Mais
Repams e WWF-Brasil estimulam
criação de reservas particulares no
MS
23 Apr 2008 - Com o objetivo de
incentivar a criação de Reservas Particulares
do Patrimônio Natural (RPPNs), a Associação
de Proprietários de RPPN do Mato Grosso do
Sul (REPAMS) e o WWF-Brasil iniciam neste mês
de abril uma série de ações
de mobilização no Estado.
As atividades começam nesta
quinta-feira, 24 de abril, com um encontro na sede
do Sindicato Rural de Bonito, às 19h. Outra
reunião com o mesmo tema acontecerá
no dia 29 de Abril (terça-feira) no Sindicato
Rural de Miranda (MS).
Participam do evento desta quinta-feira,
em Bonito, representantes dos sindicatos rurais
e das prefeituras de Bonito e Jardim, além
de universidades e instituições de
pesquisa. O objetivo do encontro é levar
aos proprietários rurais da região
e interessados pelo tema informações
sobre o significado de uma Reserva Particular do
Patrimônio Natural (RPPN), sua importância
e motivação de criação.
A abertura será feita pelo presidente da
Repams Laércio Machado de Sousa e pelo analista
de programas de conservação do WWF-Brasil,
Eduardo Mongelli. Em seguida, acontece a palestra
com o tema Marketing Verde e os benefícios
financeiros a partir da criação de
uma RPPN, ministrada pela professora e administradora
Ana Cristina Trevelin.
No encontro, serão mostrados
os benefícios ambientais de uma reserva e
possíveis oportunidades financeiras, como
o marketing verde, voltado à bovinocultura
tipo exportação ou ao ecoturismo.
Para isso, serão apresentados alguns conceitos
e estratégias de marketing que podem ser
utilizados pelos produtores rurais.
Para Laércio sousa, a participação
do setor privado na conservação da
biodiversidade, especialmente na planície
pantaneira, é bastante significativa já
que grande parte das terras são propriedades
privadas. “A mudança na matriz energética
que impulsiona os cultivos de cana-de-açúcar
e de milho, por exemplo, tem ocasionado perdas significativas
da nossa biodiversidade. As RPPNs são uma
forma de amenizar essas perdas”, afirma.
Eduardo Mongelli, analista de
programas de conservação sênior
do WWF-Brasil avalia que é fundamental falar
diretamente ao proprietário rural, poder
público e técnico sobre a importância
que as RPPNs têm na conservação
dos recursos naturais.
“Os benefícios trazidos
por este tipo de unidade de conservação
agregam valor e importância ao município,
melhorando a qualidade de vida da população.
Podem também incrementar a atividade turística
e divulgar a região, gerando empregos e aumentando
a economia local”, salienta Mongelli.
Os eventos contam com o apoio
do Bionúcleo Gestão Ambiental e Empresarial,
Instituto das Águas da Serra da Bodoquena
(IASB), Sindicato Rural de Bonito, prefeitura de
Bonito e Jardim, Instituto de Ensino Superior da
FUNLEC (IESF), prefeitura de Miranda e Sindicato
Rural de Miranda.
Parceria - O evento de mobilização
é uma das ações da parceria
entre a Repams e o WWF-Brasil, que prevê uma
série produtos de comunicação
e de mobilização. Entre eles, a reestruturação
do site da Repams e a reedição e reimpressão
de folder institucional da instituição
e do Guia para criar e Implementar Reservas Particulares
do Patrimônio Natural (RPPNs).
A parceria também inclui
ações de divulgação,
apoio na elaboração integrada de Plano
de Manejo de RPPNs de MS e realização
de evento para divulgação do Fundo
de Apoio às RPPNs do Pantanal e Cerrado de
MS (FAPACE).