23/04/2008
- As oito primeiras colocadas no inventário
das 100 maiores indústrias emissoras de gás
do efeito estufa são responsáveis
por 63% do total de emissões do Estado de
São Paulo, o que equivale a mais de 18 milhões
de toneladas de CO2 por ano. A informação
foi divulgada nesta quarta-feira (23/04) durante
a apresentação feita pelo diretor
de Engenharia, Tecnologia e Qualidade Ambiental
da CETESB, Marcelo Minelli, na reunião do
CONSEMA - Conselho Estadual do Meio Ambiente, em
São Paulo. A apresentação do
inventário, que está disponível
no site da agência ambiental paulista – no
endereço www.cetesb.sp.gov.br/100co2.pdf
- , contou com as presenças do secretário
estadual do Meio Ambiente, Xico Graziano, do presidente
da CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento
Ambiental, Fernando Rei, e do idealizador do inventário,
o ex-secretário do Meio Ambiente José
Goldemberg.
Segundo Goldemberg, a identificação
dos grandes setores emissores de CO2 serve como
um incentivo à adoção de metas
de redução, sem que isso seja um instrumento
punitivo. “Fazer esse inventário traz São
Paulo para a mesma posição que a Califórnia
tem nos Estados Unidos. Qualquer redução
que possa ser feita no Estado já coloca o
país à frente da agenda ambiental
internacional”, disse o ex-secretário.
O inventário foi feito
com base nos critérios estabelecidos para
avaliações das emissões de
CO2 do Intergovernmental Panel on Climate Change
– Guideline for National Greenhouse Gas Inventories
– IPCC/2006 e da Diretiva da Comunidade Européia,
de 1996, sobre a base de dados dos empreendimentos
licenciados pela CETESB. Conforme tais critérios,
foram considerados o consumo de combustível
fóssil e a produção industrial
nas estimativas de emissão de cada indústria.
Para a elaboração
do inventário, foram selecionadas 371 empresas
do Estado com maior potencial de emissões.
Dessas, 329 disponibilizaram informações
para o inventário. Os quatro setores industriais
considerados os maiores emissores foram o de aço
e ferro gusa, minerais não metálicos,
químico e petroquímico.
No entanto, é preciso levar
em consideração que 43% do CO2 emitido
pela indústria é proveniente de combustível
renovável. “Se somente o combustível
fóssil fosse usado, as emissões de
CO2 aumentariam 50 milhões de toneladas por
ano”, afirma Minelli.
Segundo o secretário Xico
Graziano, a próxima etapa é terminar
o inventário dos outros setores que emitem
CO2 como, por exemplo, o de energia, transporte
e comércio. “Até o fim do ano, ainda
vamos agregar outras informações e
complementar o inventário com setores que
ainda não foram contabilizados”, disse o
secretário.
Texto: Ludmilla Fregonesi
Foto: José Jorge