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BRASIL QUER NEGOCIAÇÃO GLOBAL PARA EFEITO ESTUFA EM AMBIENTE MARINHO

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

29/04/2008 - Grace Perpétuo - Na 57ª reunião do Comitê de Proteção do Ambiente Marinho da Organização Marítima Internacional (IMO), realizada em Londres entre os dias 31 de março e 4 abril, o Brasil enfrentou forte pressão dos países europeus ao defender uma negociação global, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (UNFCCC), da questão da emissão dos gases de efeito estufa. A posição brasileira foi reiterada pela delegação do Ministério do Meio Ambiente diante de uma proposta na qual Dinamarca, Ilhas Marshall e algumas entidades marítimas defendiam que a IMO deveria ser o único ente a regular as emissões de gases de efeito estufa resultantes da navegação - acima até mesmo da UNFCCC. Os grandes países do mundo em desenvolvimento - entre eles a China, a Índia, a Arábia Saudita, a África do Sul e a Venezuela - endossaram o posicionamento do Brasil.

"Para nós, ambientalistas, qualquer restrição à emissão desses gases é muito bem-vinda, mas estamos em uma negociação brasileira muito mais ampla, que abarca todos os setores", diz o diretor do Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria do Ministério do Meio Ambiente, Rudolf de Noronha, que participou da reunião. "É inegável que a IMO, por ser a agência especializada da Organização das Nações Unidas em navegação, detém toda a experiência e o conhecimento técnico sobre o assunto, mas não endossamos negociações setoriais", reitera.

No âmbito da UNFCCC, os países do Anexo 1 - os desenvolvidos - têm obrigações comuns, mas diferenciadas. Na proposta da Dinamarca e das Ilhas Marshall, ao contrário, a IMO estabeleceria para a navegação obrigações comuns para todos os países. "Ou seja: um navio, não importa de onde venha, só poderá emitir uma quantidade definida de gases de efeito estufa", diz Rudolf.

A polêmica discussão será aprofundada em uma reunião em Oslo, na Noruega, entre os dias 23 e 27 de junho, já sobre um termo de referência preparado em Londres. "Na verdade, tudo leva a crer que esse assunto vá ficar na IMO a menos que haja a interferência de uma instância muito superior de negociação dentro da Convenção", diz Ademilson Zamboni, gerente de Qualidade Costeira e do Ar do MMA, que também participou da reunião. "Estaremos representados em Oslo, e vamos exigir que a posição dos países em desenvolvimento seja respeitada".

Pauta
A 57ª reunião do Comitê de Proteção do Ambiente Marinho da IMO abordou também outros assuntos "extremamente relevantes para o Ministério do Meio Ambiente", segundo Rudolf de Noronha. "Em primeiro lugar, ficou definido um cronograma estipulando novos limites para a redução de emissões de enxofre e de nitrogênio pela navegação", diz o diretor. "Trata-se de uma grande vitória, de um novo protocolo - pois, na navegação, tudo se torna global".

A reunião discutiu também diretrizes internacionais relativas aos seguintes temas: organismos aquáticos exóticos na água de lastro (que, utilizada em navios de carga como contrapeso, acaba por transportar e disseminar espécies de uma parte do mundo a outra); sistemas antiincrustantes, muito tóxicos, usados em navios; reciclagem de navios; dispersantes empregados em casos de derramamento de óleos no mar; e identificação e proteção de Áreas Especiais e de Áreas Particularmente Sensíveis no mundo. Estabelecidas pela IMO, essas são áreas litorâneas e marinhas especialmente suscetíveis a acidentes e que apresentam biomas cuja preservação é prioritária. Esse último tema é de especial interesse para o MMA, que inicia agora o debate acerca de potenciais Áreas Particularmente Sensíveis no Brasil.

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Encontro debate áreas marinhas situadas além das juridições nacionais

30/04/2008 - Representantes do Ministério do Meio Ambiente participam, desde a última segunda-feira (28), da reunião do Grupo Aberto Informal Ad-hoc sobre conservação e uso sustentável da biodiversidade marinhas nas áreas além das jurisdições nacionais, estabelecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas. A reunião, que ocorre nas dependências da ONU, será encerrada nesta sexta-feira (2). Integram também a delegação brasileira representantes do Itamaraty e dos ministérios da Defesa e de Minas e Energia.

O MMA está representado na reunião por meio da Assessoria de Assuntos Internacionais; da Secretaria de Biodiversidade e Florestas (Núcleo da Zona Costeira e Marinha e Departamento de Recursos Genéticos); e da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental (Gerência de Qualidade Costeira e do Ar).

O Grupo Aberto concentra o complexo debate acerca das possibilidades de cooperação internacionais nas áreas marinhas além das jurisdições nacionais; o estabelecimento de áreas marinhas protegidas; e a questão da regulação dos recursos genéticos marinhos nessas áreas. Esses mesmos assuntos - quando abordados no interior de cada jurisdição nacional - são tratados no âmbito da Convenção de Diversidade Biológica.

O grupo dos países em desenvolvimento tem se posicionado pelo reconhecimento dos recursos genéticos marinhos nas áreas além das jurisdições nacionais como "patrimônio comum da humanidade" - devendo, por isso, serem conservados e usados de modo sustentável em benefício de toda a humanidade. As discussões tratadas pelo Grupo serão consideradas na negociação da Resolução sobre Oceanos da Assembléia Geral da ONU.

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Marina Silva recebe visita de ministro do Meio Ambiente da Alemanha

25/04/2008 - Gisele Teixeira - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, recebe na segunda-feira (28) pela manhã a visita do ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Sigmar Gabriel. Biodiversidade, desmatamento e biocombustíveis - temas centrais nas relações bilaterais Brasil-Alemanha serão os principais pontos da pauta do encontro, que inclui ainda discussões sobre os preparativos para a 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-9), que acontecerá em Bonn, de 19 a 30 de maio. O Brasil preside a Conferência desde a COP-8, em Curitiba, em 2006. A partir de maio a Alemanha assumirá o posto pelos próximos dois anos.

Na Conferência são esperados cerca de cinco mil delegados de todo o mundo, entre representantes de governos e de organizações não-governamentais. O mais importante item da agenda da COP-9 para o Brasil é a negociação de um regime internacional sobre acesso e repartição de benefícios (ABS), cuja adoção constitui compromisso das Partes para 2010. O regime é considerado contribuição fundamental para a implementação do 3º objetivo da Convenção - repartição de benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. Também em Bonn, entre os dias 12 e 16 de maio, acontece a conferência dos signatários do Protocolo de Cartagena sobre Segurança Biológica. A antiga sede de governo da Alemanha Ocidental concentra hoje diversas instituições da ONU ligadas ao meio ambiente.

Há mais de 42 anos, o Brasil e a Alemanha atuam conjuntamente na área de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, a Alemanha é o segundo maior doador bilateral para cooperação com o Brasil, atrás do Japão e seguido da França. O governo alemão destaca-se por ser o maior doador do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que vem financiando projetos nas regiões da Amazônia e da Mata Atlântica, nos últimos doze anos.

Dessa forma, em sua visita oficial ao Brasil, Sigmar Gabriel irá cumprir uma extensa agenda na área ambiental. Em Brasília, na segunda-feira, estão planejadas visitas ao Itamaraty e ao Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção à Amazônia (Censipan) e coletiva de imprensa, que ocorrerá na Agência Nacional de Águas. A partir de terça-feira (29), o ministro segue para Santarém, Belém e São Paulo. Estão previstas visitas à Floresta Nacional do Tapajós e à Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, entre outros compromissos.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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