27 de
Abril de 2008 - Mariana Jungmann - Repórter
da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília
- O índio Tsedzaro Ruri-ô, da etnia
Xavante, participa da solenidade de abertura da
1ª Conferência Nacional de Juventude
Brasília - Os mais de 2 mil delegados que
estiveram na abertura da 1ª Conferência
Nacional de Juventude, hoje (27), em Brasília,
trouxeram reivindicações bem específicas,
além das preocupações com saúde,
educação, trabalho e meio ambiente,
que foram expressas nas conferências estaduais
e municipais.
É o caso de Fábio
Assis de Menezes, de 23 anos, que veio de Rondônia
para representar os jovens trabalhadores e trabalhadoras
rurais do estado.
“Nós queremos, por exemplo,
ter uma educação voltada para a realidade
do campo, que construa um modelo de educação
que atenda às necessidades da produção,
da cultura, não um modelo levado da cidade
para as comunidades rurais”, explicou Fábio.
O índio Xavante Tseredzaro
Rori-õ saiu da Aldeia Abelinha, no Mato Grosso,
como convidado, para acompanhar os debates da conferência.
Rori-õ tem interesse especial nas políticas
para a população jovem indígena.
“Eu olho em volta e não
vejo nenhum dos meus parentes, os povos indígenas.
Por quê? Nós não temos computador,
nem internet, como a gente vai se credenciar pela
internet?”, reclamou o xavante.
“O governo não reconhece
a nossa educação, isso tem que ser
colocado como proposta. Com relação
à saúde é o mesmo. Nós
temos outros conhecimentos sobre como curar as doenças.
Isso precisa ser reconhecido também”, completou.
+ Mais
Justiça proíbe fazendeiros
de explorarem terra indígena no Mato Grosso
25 de Abril de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
Brasília - O juiz federal Jeferson Scheneider
decidiu hoje (25), em caráter liminar (provisório),
proibir fazendeiros que ocupam parte da Terra Indígena
Ponte de Pedra, no Mato Grosso, de explorar os recursos
naturais da área, considerada pertencente
aos índios Paresí. O despacho atende
a pedido do procurador da República Mário
Lúcio de Avelar, que denunciou o desmatamento
ilegal da área pelos agricultores.
“Quanto à exploração
da área, fica terminantemente proibida a
ampliação das áreas desmatadas,
assim como a realização de queima
de vegetação derrubada, destocamento,
enleiramente e catação manual ou mecanizada
de raízes de novas áreas, a pesca
e a caça”, diz a sentença preliminar.
Foi ordenada a apreensão de equipamentos
utilizados para o desmate, como tratores de esteira,
lâminas, pás, escavadores, motosseras
e correntes.
A Fundação Nacional
do Índio (Funai) ainda não concluiu
a demarcação da reserva, área
de 17 mil hectares localizada entre os municípios
de Campo Novo do Parecis, Nova Maringá e
Diamantino. Entretanto, já foram publicados
trabalhos de identificação e delimitação
da terra ocupada pelos índios.
O Ministério Público
também solicitava a retirada imediata dos
ocupantes não-índios da terra, mas
esse pedido foi negado pelo juiz, sob o argumento
da necessidade de se aguardar o fim do procedimento
de demarcação da área.