25 de
Abril de 2008 - Yara Aquino - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O presidente
Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (25)
que é uma “mentira deslavada” a alegação
de que a produção de álcool
aumenta o preço dos alimentos. Segundo o
presidente, as críticas aos biocombustíveis
acontecem porque os países desenvolvidos
temem o crescimento brasileiro.
“Quando o Brasil começa
disputar com eles [na produção agrícola
e de biocombustível], o que acontece é
que em alguns países do mundo começam
sair propagandas: 'a cana-de-açúcar
está sendo produzida na Amazônia, o
álcool aumenta o preço do alimento
porque a terra do Brasil está sendo usada
apenas para produzir álcool'. São
mentiras tão deslavadas ”, afirmou.
O presidente afirmou que o Brasil
vai comprar a briga da produção dos
biocombustíveis. “Vamos provar que é
possível produzir álcool e biodiesel,
vamos provar que é possível produzir
alimento para encher nossa barriga e vamos provar
que somos capazes de produzir para encher a barriga
de muita gente que fala, mas que não tem
terra para plantar, o que o Brasil tem”, afirmou.
O presidente Lula mais uma vez
usou o futebol como exemplo para dizer que o Brasil
está sendo marcado como acontece com um bom
jogador. Ele disse que o Brasil está vivendo
essa situação porque era um país
o qual as pessoas não davam muita importância,
um país de terceiro mundo, de governantes
subservientes.
"As coisas mudaram, porque
esse país que antes era tratado como insignificante,
é hoje o maior exportador de café,
de soja”, disse.
Lula reafirmou que os que criticam
os biocombustíveis não fazem o mesmo
com o petróleo. “Por que não cobram
tarifa para importar petróleo, que é
poluente, e cobram tarifa para comprar nosso álcool,
que não é poluente?”, questionou.
As declarações do
presidente Lula foram dadas na assinatura de ordens
de serviço para obras do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC), em Campinas e Sorocaba, em
São Paulo.
+ Mais
PF combate liberação
de cargas irregulares de madeira em Mato Grosso
29 de Abril de 2008 - Ana Luiza
Zenker - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A Polícia Federal (PF)
desencadeou hoje (29) a Operação Termes,
no estado de Mato Grosso. Segundo nota divulgada
pela PF, o objetivo é desmontar um esquema
de liberação de cargas irregulares
de madeira, que envolvia advogados e servidores
de órgãos públicos, como a
Secretaria Estadual do Meio Ambiente, o Instituto
de Defesa Agropecuária de Mato Grosso, a
Delegacia Estadual do Meio Ambiente e a Polícia
Rodoviária Federal (PRF).
A operação mobiliza
250 policiais federais e 20 agentes da Força
Nacional de Segurança Pública, que
devem cumprir cerca de 60 mandados de prisão
e 58 de busca e apreensão.
Segundo a nota da PF, as irregularidades
foram descobertas a partir da Operação
Arco de Fogo, para reprimir crimes ambientais na
Floresta Amazônica. O esquema consistia na
facilitação do comércio ilegal
de madeira em todas as suas fases, desde o licenciamento
irregular de madeireiras e projetos florestais,
passando pela emissão de Certificados de
Identificação de Madeira falsos até
o envolvimento de policias rodoviários federais,
que seriam responsáveis pela fiscalização
da carga.
A ação da Polícia
Federal se concentra nos municípios de Cuiabá,
Várzea Grande, São Félix do
Araguaia, Comodoro, Cáceres, Porto Espiridião,
Sinop, Colíder, Porto dos Gaúchos,
Marcelândia, Cláudia, Alta Floresta,
Paranaíta e Aripuanã. Termes, o nome
da operação em latim, significa verme
em português.
+ Mais
Cetesb aponta 100 maiores empresas
emissoras de gás carbônico em São
Paulo
25 de Abril de 2008 - Flávia
Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
- São Paulo - Oito empresas do setor de aço,
ferro, gusa, minerais não-metálicos,
químico e petroquímico são
as líderes na emissão de gás
carbônico (CO2) no estado de São Paulo,
com 63% do total de emissões, o correspondente
a mais de 18 milhões de toneladas por ano,
de acordo com dados do Relatório do Inventário
Estadual de Fontes Fixas Emissões de CO2
– Fontes Industriais – Combustíveis Fósseis,
divulgado ontem (24) pela Companhia de Tecnologia
de Saneamento Ambiental (Cetesb), da secretaria
estadual de Meio Ambiente.
A lista classifica 100 indústrias
como as principais responsáveis pelas emissões.
Para a elaboração do inventário
foram escolhidas 371 empresas que indicavam maior
potencial emissor, das quais 329 disponibilizaram
as informações. Segundo a Cetesb,
para elaborar a pesquisa foram considerados o consumo
de combustível fóssil e a produção
industrial nas estimativas de emissão de
cada indústria.
As empresas que lideram a lista
são: Companhia Siderúrgica Paulista
(Cosipa), em Cubatão, Petrobras, em Paulínia,
Petrobras, em São José dos Campos,
Petrobras, em Cubatão, Petroquímica
União S/A, em Santo André, Companhia
Brasileira de Alumínio, em Alumínio,
Votorantim Cimentos do Brasil S/A, em Saltos de
Pirapora, Rhodia Poliamida e Especialidades LTDA.,
em Paulínia.
Segundo o idealizador do estudo,
o ex-secretário estadual do Meio Ambiente
José Goldemberg, a identificação
dos emissores de CO2 incentiva a adoção
de metas de redução desses índices,
sem punir as indústrias. "Fazer esse
inventário traz São Paulo para a mesma
posição que a Califórnia tem
nos Estados Unidos. Qualquer redução
que possa ser feita no estado já coloca o
país à frente da agenda ambiental
internacional.”
De acordo com a pesquisa, as emissões
provenientes das 100 primeiras indústrias
com potencial de geração de CO2 respondem
por 98,1% da emissão potencial total do estado.
Quando se refere à emissão resultante
do processo produtivo o número é de
99,7%. Quando a emissão é gerada pelo
consumo de combustível o resultado é
de 97%.
Segundo dados do relatório
da Cetesb, a próxima etapa é concluir
o inventário de outros setores que também
emitem gás carbônico, como transporte,
energia e comércio. Além disso, o
relatório diz que serão levantadas
as emissões provenientes do uso de combustíveis
renováveis e as decorrentes da produção
agrícola associada à produção
da biomassa utilizada pelos setores pesquisados.
“Dados preliminares indicam que
77% das emissões de CO2 geradas pela queima
de combustíveis nos setores pesquisados está
associada ao uso da biomassa, o que representa a
não-emissão de cerca de 50 milhões
de toneladas por ano pela simples substituição
por combustíveis fósseis”, diz o inventário.
A Petrobras informou por meio
da assessoria de imprensa que suas refinarias cumprem
rigorosamente a legislação dos estados
onde estão instaladas. Disse ainda que a
cada ano aumenta o investimento na redução
de emissões. “O planejamento estratégico
prevê, até 2012, US$ 8,5 bilhões
para a melhoria da qualidade dos combustíveis”,
afirma a nota enviada pela empresa.
A Rhodia, também por meio
da assessoria de imprensa, afirmou que as emissões
em Paulínia referem-se a um complexo industrial
composto por 31 unidades de fabricação
de vários produtos da própria empresa
e de outras instaladas no local. Segundo as informações
a Rhodia investiu US$ 12 milhões em projetos
de redução de emissões. A empresa
reforçou que mantém no local dois
projetos para redução de gases causadores
do efeito estufa e que um deles é o maior
em funcionamento no país.
As outras empresas que estão
entre as oito primeiras foram procuradas mas não
responderam à Agência Brasil.