Panorama
 
 
 

SECRETÁRIO GARANTE SUSTENTABILIDADE DO ETANOL A PARLAMENTARES EUROPEUS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Abril de 2008

28/04/2008 - Suelene Gusmão - O secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, Egon Krakhecke, garantiu à delegação da Comissão de Agricultura e Desenvolvimento Rural do Parlamento Europeu, em visita ao MMA nesta segunda-feira (28), que a produção brasileira do etanol, derivado da cana-de-açúcar, é ambiental e socialmente sustentável e que não afeta a produção de alimentos. Krakhecke falou para um grupo de políticos da Inglaterra, França, Portugal, Espanha, Irlanda, Itália e Alemanha, representantes de legendas como o Partido Popular Europeu, Partido Socialista Europeu, Grupo da Aliança dos Democratas e Liberais pela Europa e Grupo Parlamentar dos Verdes e Aliança Livre. O grupo está em visita ao Brasil para cumprir uma agenda de assuntos de interesses comuns entre a Europa e o Brasil.

Egon Krakhecke iniciou sua apresentação informando que o Brasil tem uma matriz energética composta de 45% de energia renovável. Ele lembrou aos parlamentares europeus que a produção do bioetanol não é um tema novo no Brasil e que as primeiras experiências com sua produção têm mais de 100 anos. O secretário fez um histórico sobre o uso do biocombustível na mistura com a gasolina, afirmando que hoje cerca de 90% dos automóveis fabricados no País são da modalidade flex, não importando a proporção.

Para responder a uma questão levantada por Neil Parish, do Partido Popular Europeu, Krakhecke informou que para evitar a competição entre a plantação de cana-de-açúcar e a produção de alimentos, o governo brasileiro vem realizando o zoneamento agroecológico nas regiões, com o objetivo de indicar onde pode ser produzido o etanol e onde não é permitido. Entre os locais excluídos para a atividade, o secretário listou a Amazônia, o Pantanal e as áreas consideradas prioritárias para a proteção da biodiversidade. Além do zoneamento, Egon disse que os incentivos estão direcionados para o uso das terras abertas, excluindo novas áreas. Ele informou ainda sobre a adoção do Selo Social, explicando que para se habilitarem ao selo, os produtores de biodiesel precisam provar que um percentual da produção provém da agricultura familiar. Segundo ele, no Nordeste a exigência é de 50%.

A fim de situar os parlamentares europeus com relação à grandeza do Brasil, Krakhecke disse que a Europa trabalha com escassez de terra para a agricultura. "Dos 800 milhões de hectares de terras do Brasil, 60% é composto por florestas e áreas protegidas. Os restantes 40% são aptos à agricultura", disse. Segundo ele, restam ainda 80 milhões de hectares para serem utilizados. "O Brasil tem outra dimensão, outra escala, sem necessidade de avançar sobre a Amazônia para a produção de cana-de- açúcar", informou.

De acordo com o secretário, as restrições da Europa com relação ao etanol proveniente da cana-de-açúcar são influenciadas pelo etanol proveniente de outras matérias-primas. Mas o secretário lembrou que com relação às emissões de CO2, o etanol de cana-de-açúcar leva ampla vantagem sobre os outros combustíveis. "As emissões evitadas pelo etanol da cana são, em média, de 80% mais baixas do que a gasolina", justificou.

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Brasil e Alemanha discutem preparativos para a COP-9 e biocombustíveis

28/04/2008 - Gisele Teixeira e Daniela Mendes - Os preparativos para a 9ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP-9), que acontecerá em Bonn, de 19 a 30 de maio, e a produção sustentável de biocombustíveis foram os principais assuntos da reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha, Sigmar Gabriel, e a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva. As duas autoridades mantiveram encontro na manhã desta segunda-feira, em Brasília, acompanhados de seus principais assessores. Foi o primeiro compromisso da agenda oficial de Sigmar Gabriel, que permanece no Brasil até a próxima-sexta-feira.

Durante a reunião, o ministro solicitou à Marina Silva que o Brasil ajude a Alemanha na força-tarefa para fazer avançar a negociação de um regime internacional sobre acesso e repartição de benefícios (ABS) durante a COP-9.

O Brasil preside a Conferência desde a COP-8, em Curitiba, em 2006. A partir de maio a Alemanha assumirá o posto pelos próximos dois anos. O regime, que deverá estar pronto até 2010, é considerado contribuição fundamental para a implementação do terceiro objetivo da Convenção - repartição de benefícios derivados do uso dos recursos genéticos. "Temos apenas dois anos para fazer cumprir uma decisão tomada há 15 anos", destacou o ministro, defendendo que os países desenvolvidos paguem pelo uso dos recursos naturais utilizados.

A ministra Marina Silva disse que a adoção do regime é um dos principais instrumentos para conter o desmatamento no Brasil, por valorizar a floresta em pé. Ela destacou a importância das comunidades tradicionais e anunciou que o Brasil está transformando projetos-piloto nesta área em políticas públicas. Segundo a ministra, o Programa de Apoio às Comunidades Tradicionais, que tinha dotação inicial de US$ 200 milhões para os próximos 12 anos, deve contar agora com US$ 1,5 bilhão para o mesmo período.

A inclusão de critérios de sustentabilidade na produção de biocombustíveis também foi abordada pelos dois ministros. Sigmar Gabriel disse que a adoção de uma certificação, a exemplo do que já acontece para a madeira, seria uma forma de valorizar e diferenciar a produção sustentável, que não pressiona a floresta e não compete com a produção de alimentos.

"Nós já adotamos critérios ambientais e socialmente corretos de produção. O que temos de fazer é torná-los públicos para nossos parceiros", afirmou Marina.

Marina Silva destacou que o programa brasileiro de biocombustíveis é conseqüência de investimentos em tecnologia, e representa um esforço importante para as ações de mitigação das mudanças climáticas e de inclusão social. Ela ressaltou que o Brasil possui 300 milhões de hectares de área agricultável, mas que utiliza apenas 1% para a produção de biocombustível. "Não se pode enfrentar novos desafios com velhas práticas. Com a Embrapa e outras empresas, podemos dobrar nossa capacidade de produção sem derrubar uma árvore sequer", acrescentou.

O ministro alemão anunciou que, durante a visita da chanceler Angela Merkel ao Brasil, será assinado um acordo na área energética entre os dois países e negou que a alteração aplicada pela Alemanha na porcentagem de etanol brasileiro adicionado ao combustível fóssil alemão tenha sido uma restrição ao etanol nacional. Acordo entre os dois países prevê o acréscimo de 10% de etanol no combustível alemão. "Isso ocorreu porque a frota dos veículos mais antigos da Alemanha, de fabricação francesa e italiana, não comporta essa mistura", explicou. Gabriel destacou, porém, que a previsão é que a Alemanha irá se enquadrar até 2020.

Há mais de 42 anos, Brasil e Alemanha atuam conjuntamente na área de cooperação para o desenvolvimento. Atualmente, a Alemanha é o segundo maior doador bilateral para cooperação com o Brasil, atrás do Japão. O governo alemão destaca-se por ser o maior doador do Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7), que vem financiando projetos na Amazônia e na Mata Atlântica, nos últimos doze anos.

Sigmar Gabriel irá cumprir uma extensa agenda na área ambiental no Brasil. Nesta segunda-feira, além de reunião com a equipe de secretários do Ministério do Meio Ambiente, ele manteve agenda no Itamaraty e visitou o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção à Amazônia (Censipam). A partir de terça-feira, o ministro segue para Santarém, Belém e São Paulo. Estão previstas visitas à Floresta Nacional do Tapajós e à Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, entre outros compromissos.

Desmatamento - À tarde o ministro alemão visitou o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Ele assistiu a uma demonstração dos sistemas utilizados pelo centro para monitoramento do desmatamento na Amazônia e teve acesso aos dados mais recentes das ações do governo federal nas principais áreas de desmatamento da Amazônia Legal.

O secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, explicou ao ministro as ações adotadas pelo governo desde dezembro do ano passado, quando foi detectado um aumento no desmatamento em 36 municípios da Amazônia Legal. Como medida, ele citou a proibição de qualquer tipo de desmatamento nesses municípios, a obrigatoriedade de recadastramento de todos os proprietários rurais dessas regiões, a proibição de crédito público e privado àqueles que desmatarem ilegalmente ou não se recadastrarem e a proibição de qualquer tipo de produção em áreas consideradas irregulares.

Para Capobianco, o desafio maior está ligado à mudança no modelo econômico. Nosso desafio não é apenas comando e controle. O nosso grande desafio é uma mudança no modelo econômico na região com novas atividades produtivas que se beneficiem da floresta em pé , afirmou.

O ministro alemão elogiou a tecnologia empregada pelo Brasil e a integração de esforços entre as várias áreas de governo para evitar o desmatamento. Segundo Sigmar Gabriel, o país deve se orgulhar das conquistas alcançadas nos últimos anos . Ele disse acreditar ser fundamental a oferta de alternativas econômicas àqueles que pretendem trabalhar de forma regular na exploração dos recursos naturais da Amazônia.

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MMA amplia GT para analisar exploração de petróleo e gás

28/04/2008

Suelene Gusmão - Portaria assinada pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e publicada no dia 25 (sexta-feira) no DOU criou o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Atividades de Exploração e Produção de Óleo e Gás (GTPEG). De caráter consultivo, o GT terá como finalidade contribuir para a elaboração de diretrizes técnicas e análise das questões ambientais relacionadas à definição de blocos exploratórios e ao licenciamento ambiental de empreendimentos de exploração e produção de óleo e gás no território nacional e águas jurisdicionais brasileiras. O objetivo é o de proteger ecossistemas de áreas sensíveis aos impactos das atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural.

Com a criação do GT as análises ambientais serão subsidiadas com o conjunto de conhecimentos produzidos pelo MMA para que as qualificações e restrições sejam estabelecidas em bases mais realistas. O gerente de Qualidade Costeira e do Ar do MMA, Ademilson Zamboni, explica que a criação do GT é de vital importância em função da crescente oferta de novas áreas para exploração de petróleo e gás. Esta atividade vem demandando, cada vez mais, a incorporação de elementos novos para uma análise ambiental mais consistente , disse.

Até a criação do GTPEG, as análises ambientais das rodadas de licitação da ANP, iniciadas em 2003, eram conduzidas pelo Ibama, por meio da Coordenação de Licenciamento de Petróleo e Gás. Com a necessidade de incorporação de elementos novos para uma análise ambiental mais consistente, o GT foi reestruturado passando a contar com a participação das seguintes secretarias do MMA: Mudanças Climática e Qualidade Ambiental, Biodiversidade e Florestas e o Instituto Chico Mendes para a Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Além da elaboração das diretrizes técnicas, o GTPEG tem entre outras funções: propor a metodologia adequada para a elaboração de Guias de Licenciamento de atividades petrolíferas marinhas; propor pesquisas e estudos relacionadas aos impactos das atividades de exploração e produção; propor quais as áreas e períodos de restrição para a realização de atividades produtivas, visando a conservação da biodiversidade e ecossistemas associados e o aperfeiçoamento dos instrumentos que viabilizem o monitoramento da biodiversidade local.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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