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BRASIL NÃO PODE DESCARTAR RISCOS FUTUROS DA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS, DIZ ESPECIALISTA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

8 de Maio de 2008 - 14h38 - Última modificação em 8 de Maio de 2008 - 14h38
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Elza Fiúza/ABr
Brasília - O representante da ONG Fase, Jean-Pierre Leroy, fala durante a 3ª Conferência Nacional de Meio Ambiente
Brasília - O risco de impactos econômicos e sociais da produção de biocombustíveis deve ser considerado pelo governo brasileiro, apesar de a atual cultura de matérias primas para o etanol e biodiesel ainda não competir com a produção de alimentos. O alerta é do filósofo e ambientalista Jean-Pierre Leroy, da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase).

“Há um risco futuro, porque o agronegócio não se pauta pelas necessidades de consumo, se pauta pela oportunidade de negócios e de lucro”, disse ele, em entrevista à Agência Brasil durante a 3ª Conferência Nacional do Meio Ambiente.

Segundo Leroy, se a União Européia concretizar a expectativa de, até 2020, chegar a 10% de mistura de combustíveis alternativos aos carburantes fósseis, os países produtores de etanol – como o Brasil – “cairão na tentação” de aumentar a produção de agrocombustíveis em detrimento de culturas alimentares.

As Nações Unidas chegaram a sugerir à União Européia uma reavaliação de tais planos para conter possíveis pressões inflacionárias. Entretanto, o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que se reuniu com membros da Comissão de Energia do Parlamento Europeu em Bruxelas nesta semana, considera a hipótese pouco provável. “Não acredito que a Europa vá rever esses planos. Corremos o risco de eles estabelecerem uma certificação muito rígida para importação dos biocombustíveis – isso sim nos preocupa.”

O deputado disse que o bloco europeu estuda, por exemplo, exigir que cada empresa produtora de etanol faça rastreamento de toda a produção. “O que é um processo muito caro, porque esse monitoramento tem que ser feito por organismos internacionais”, afirmou. “Defendemos muito o etanol brasileiro para os representantes europeus. É muito diferente do etanol de milho. A cana-de-açúcar não pode ser responsabilizada pela competição com alimentos.”

Jean-Pierre Leroy ressaltou que, no caso brasileiro, a questão do impacto dos biocombustíveis vai além do etanol e precisa levar em conta os riscos da produção de biodiesel. “O programa do biodiesel incentiva o pequeno produtor a produzir mamona, por exemplo, mas, com o tempo, os subsídios vão diminuindo e, para continuar plantado mamona, há o risco de que o pessoal que mantinha o feijão e outras culturas alimentares deixe isso de lado e passe a produzir só a mamona.”

Segundo Leroy, o equilíbrio para produção sustentável dos agrocombustíveis “é uma discussão sem respostas fáceis”, que ainda impõe desafios complexos para governos e sociedade. “Quem tenta responder como o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva, às vezes um pouco abruptamente, está se arriscando, porque a questão é bem mais complicada”, avaliou.

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Brasil usa menos de 5% da área plantada para cultivar matéria-prima de biocombustível

8 de Maio de 2008 - 09h54 - Última modificação em 8 de Maio de 2008 - 10h43
Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Dos cerca de 350 milhões de hectares passíveis de cultivo no Brasil, apenas 75,6 milhões são usados atualmente - 72 milhões com a agricultura e 3,6 milhões com o plantio de matéria prima para a fabricação de biocombustíveis.

A informação foi dada pelo gerente executivo da área de Desenvolvimento de Sistemas de Gestão da Petrobras, Antonio Sergio Oliveira Santana, em palestra no primeiro dia da Conferência Internacional de Amsterdã sobre Sustentabilidade e Transparência, que se realiza em Amsterdam, na Holanda.

Santana disse que o Plano de Negócios 2008-2012 da Petrobras prevê a produção de 938 milhões de litros de biodiesel por ano. Para isto, estão sendo destinados R$ 227 milhões à construção de plantas industriais nas cidades de Candeias (Bahia), Montes Claros (Minas Gerais) e Quixadá (Ceará), com previsão de início de operação no segundo trimestre de 2008.

O gerente executivo da Petrobras falou sobre as ações que a companhia vem desenvolvendo para ampliar a sua participação no segmento dos biocombustíveis, lembrando que, recentemente, a companhia aprovou a criação de uma subsidiária especialmente para conduzir as atividades no setor.

Segundo ele, o Plano Estratégico da companhia estabelece a atuação global, na comercialização e logística de biocombustíveis, que prevê a liderança na produção brasileira de biodiesel e a ampliação da participação no negócio etanol.

Para isso, informou, a previsão de investimento em biocombustíveis é de US$ 1,5 bilhão até 2012. As informações foram publicadas na Agência Petrobras de Notícias, na página da estatal na internet, e indicam que o etanol e o biodiesel foram os temas que dominaram a palestra.

Informações da empresa indicam que, no plano do etanol, o projeto de criação dos Centros Bioenergéticos (Cbios) irá consolidar a exportação de álcool, além de estabelecer contratos de longo prazo, novas usinas e produção mecanizada em regiões degradadas ou subutilizadas para a agricultura.
Santana citou como exemplo do trabalho desenvolvido pela companhia o fato de a Petrobras estar desenvolvendo desde outubro um projeto piloto de produção de etanol em agricultura familiar no Rio Grande do Sul.

Pelo projeto, os agricultores fornecerão a matéria-prima para a produção do biocombustível e serão responsáveis pela operação das microdestilarias, com capacidade de produção de mais de 500 litros de etanol por dia. A produção poderá ser diversificada e simultânea ao cultivo de alimento.

Sobre o biodiesel, o gerente executivo explicou que é produzido a partir de plantas oleaginosas prioritariamente não comestíveis, como a mamona, o algodão e o pinhão-manso, que possam substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

“Uma tonelada de biodiesel evita a emissão de 2,5 toneladas de dióxido de carbono [gás carbônico] na atmosfera. Além de ser uma alternativa de combustível para transporte, vai gerar trabalho e renda para milhares de pequenos agricultores da região Nordeste”.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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