5 de Maio
de 2008 - 13h06 - Última modificação
em 5 de Maio de 2008 - 15h00
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Antonio Cruz/ABr
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, participa da abertura do 1º Seminario
Nacional de Combate à Desertificação
Brasília - O Brasil terá grandes dificuldade
para conter o desmatamento em 2008 e manter o retrospecto
de três anos consecutivos de queda nos índices
de derrubada nas florestas. A afirmação
é da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
que participou hoje (5) da abertura do 1º Seminário
Nacional de Combate à Desertificação,
no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
“É um período difícil,
com estiagem que se prolongou. Período em
que tivemos elevação de preços
de algumas commodities agrícolas e, ao mesmo
tempo, um período eleitoral, em que a ação
de fiscalizar e combater fica sem reflexo nos espaços
locais”, argumentou Marina Silva. Para a ministra,
o governo federal terá que “ter mais agilidade
e capacidade de resposta” para que se mantenha os
índices negativos de desmatamento.
“Temos que interagir mais fortemente
com os setores que estão atuando em conjunto,
como Ibama, Polícia Federal, Exército,
Polícia Rodoviária Federal e os agentes
locais”, afirmou
A ministra ressaltou que algumas
medidas do governo contra os municípios campeões
em desmatamento têm contribuído para
diminuir o desmatamento da Amazônia. Essas
localidades estão impedidas, por exemplo,
de contrair empréstimos públicos.
“Foram tomadas medidas fortes,
como a moratória aos 36 municípios
[da Amazônia] que mais desmatam, a resolução
do Conselho Monetário que proíbe crédito
para áreas ilegalmente desmatadas, a criminalização
da cadeia produtiva para quem desmata, produz e
compra produto de áreas ilegalmente desmatada.
Com isso, esperamos uma redução do
desmatamento."
+ Mais
Brasil serve de exemplo para outros
países no combate à desertificação,
diz ministra
5 de Maio de 2008 - 16h20 - Última
modificação em 5 de Maio de 2008 -
16h20
Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, afirmou hoje (5) que o Brasil tem servido
de exemplo para outros países no combate
à desertificação, mas ressaltou
que ainda há muito a ser feito para acabar
com o problema.
“O Brasil é considerado
um dos países que têm conseguido maiores
avanços na agenda do combate à desertificação.
Tanto é que tem sido utilizado como exemplo
para países da África, América
Latina e Caribe", disse a ministra, ao participar
da abertura do 1º Seminário Nacional
de Combate à Desertificação.
Marina Silva destacou, entretanto,
que ainda há um desafio muito grande: "Mais
de dois bilhões de pessoas no mundo estão
sob os efeitos da desertificação.
É um processo que avança muito mais
rápido do que a capacidade de reverter.”
A ministra disse que algumas medidas
adotadas no país já surtem efeito
e deu como exemplo o Plano de Combate à Desertificação.
“É um processo em curso. Se formos fazer
um balanço, tanto o governo federal, como
os governos estaduais precisam ampliar suas ações.
É preciso que tenha uma parcela do governo
federal, mas também deve ser traduzido com
os governos estaduais e os municipais e a sociedade
de modo geral. Um problema dessa magnitude [não
se resolve apenas] com políticas para as
pessoas.”
A desertificação
é um processo de degradação
das terras nas zonas áridas, semi-áridas
e subúmidas secas, resultante da ação
de diversos fatores, principalmente atividades humanas.
As Áreas Suscetíveis à Desertificação
(ASD) no Brasil estão principalmente no Nordeste,
nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão,
Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande
do Norte e Sergipe. Algumas regiões de Minas
Gerais e do Espírito Santo também
são afetadas. Estima-se que a desertificação
atinja15,72% do território brasileiro e que
uma população aproximada de 31,6 milhões
de habitantes sofra com o problema.
Para o coordenador da Articulação
do Semi-árido, João Evangelista, que
também participou da abertura do seminário,
falta vontade política para solução
do problema. Segundo ele, o Plano de Combate à
Desertificação, lançado há
mais de um ano, ainda não saiu do papel.
“Não sei se [foi] por omissão. Acho
que não há uma decisão do governo
de fazer o combate”, afirmou Evangelista.
Ele disse que tem acompanhado
as discussões sobre o problema nos último
dois anos e que tem observado um certo avanço.
"Antes a discussão nem era possível
com os estados", ressaltou Evangelista, que
ainda considera muito tímidas as ações.
"O plano nacional foi lançado em 2005
e, de lá para cá, muito pouco foi
feito. Quase nada foi efetivado. Então, construir
um plano e não ser efetivado é jogar
recurso público no lixo”, criticou.
O seminário reúne
até amanhã (6), em Brasília,
cerca de 250 pessoas, entre pesquisadores, moradores
de municípios afetados pela desertificação
e representantes da sociedade civil, de governos
e do setor empresarial. As propostas aprovadas serão
levadas à 3ª Conferência Nacional
do Meio Ambiente, cujo tema central este ano são
as mudanças climáticas.
+ Mais
Conferência vai discutir
impactos do aquecimento global no Brasil
7 de Maio de 2008 - 05h52 - Última
modificação em 7 de Maio de 2008 -
07h17
Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Cerca de 2 mil representantes
de governos, empresários e da sociedade civil
começam a discutir hoje (7) em Brasília
ações e políticas públicas
para enfrentar os impactos do aquecimento global
no Brasil. Até sábado (10), os delegados
da Terceira Conferência Nacional do Meio Ambiente
(CNMA), que tem como tema as mudanças climáticas,
pretendem chegar a um acordo sobre sugestões
para subsidiar o Plano e a Política Nacional
de Mudança do Clima, prometidos para este
ano.
O assunto ganhou evidência
internacional em 2007, após a divulgação
do 4º Relatório do Painel Intergovernamental
sobre Mudança Climática (IPCC, na
sigla em inglês). O grupo de 2.500 cientistas
concluiu que o aquecimento global é um fenômeno
inequívoco e, muito provavelmente, provocado
pela ação humana.
Entre as possíveis conseqüências
do aquecimento global no Brasil, os cenários
do IPCC prevêem a savanização
da Amazônia e a transformação
do semi-árido em deserto.
“O aquecimento é um tema
que mobiliza o planeta, principalmente diante da
recente incidência de fenômenos climáticos
impactando diferentes regiões do mundo, inclusive
o Brasil. A conferência coincide com essa
agenda mundial de preocupações com
esse fenômeno”, avalia o coordenador nacional
da CNMA e secretário de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Hamilton Pereira.
Além das estratégias
em relação à desertificação,
que deve ser a principal demanda dos estados do
Nordeste brasileiro na conferência, o combate
à devastação da floresta amazônica
será um dos itens prioritários da
plenária nacional. O desmatamento é
responsável por 75% das emissões brasileiras
de gás carbônico, um dos gases de efeito
estufa considerados causadores do aquecimento global.
“Outro tema forte é o impacto
da produção de etanol nas áreas
do bioma Cerrado, levantado pelas delegações
do Centro-Oeste”, aponta Pereira.
De acordo com o MMA, o texto-base
da conferência recebeu mais de 5 mil propostas
durante as etapas municipais e estaduais realizadas
ao longo de 2007. As propostas estão compiladas
em quatro grandes eixos: mitigação,
adpatação, educação
e cidadania ambiental e pesquisa e desenvolvimento
tecnológico.
Balanço divulgado pelo
organização da CNMA aponta a execução
de 85% das demandas apresentadas pela conferência
de 2007. Entre elas, o início das ações
de revitalização da bacia do Rio São
Francisco e o fortalecimento das medidas de fiscalização
e controle do desmatamento, segundo Pereira.
A 3ª Conferência do
Meio Ambiente será aberta oficialmente às
19h pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
e pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.