Pesquisa
Científica - 05/05/2008 - 10:28
Felinos ameaçados de extinção
no Brasil são estudados
Foto: Divulgação Inpa
Um projeto de cooperação internacional
vai analisar populações de onças-pintadas
na Amazônia e no México. Coordenado
no Brasil pela pesquisadora Claudia Keller, do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT),
o estudo é realizado, em parceria com a Estación
Biológica Doñana, da Espanha, e com
a Universidad Nacional Autónoma de México.
Seu objetivo é criar um protocolo de monitoramento
de grandes felinos (onças-pintadas e pardas).
O "Projeto Jaguar - Seleção
de habitat, estimativas de abundância e marcadores
de onças-pintadas (Panthera onça)
em ambientes fragmentados e contínuos no
Brasil e no México" tem como foco central
estudar aspectos do uso de habitat das populações
desses animais em localidades no México e
na Amazônia.
Claudia Keller informa que, no
Brasil a onça-pintada é considerada
uma espécie ameaçada de extinção,
mas regionalmente, na Amazônia, ainda não
corre esse risco. "A situação
desses animais na Amazônia é diferente
de outros lugares do País, como, por exemplo,
na Mata Atlântica, que já está
muito impactada e onde não restam áreas
extensas o suficiente para manter grandes populações
de onças", diz.
O Projeto
O Projeto Jaguar é financiado
pela Fundação BBVA, da Espanha. Trata-se
de um intercâmbio entre instituições
espanholas e da América Latina na área
de Ecologia e Conservação. No Brasil,
além de Claudia Keller, participam do projeto
William Magnusson e Albertina Lima, do Inpa, e Antonio
Rossano Mendes Pontes, da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE).
No Brasil, o projeto está
associado ao Programa de Pesquisa em Biodiversidade
(PPBio). "As amostragens do projeto são
realizadas em quatro áreas onde existe infra-estrutura
do PPBio, que são a Reserva Ducke, a Reserva
Biológica do Uatumã (ambas no Amazonas),
o Parque Nacional do Viruá e a Estação
Ecológica de Maracá, em Roraima",
explica Claudia.
Resultados
Ela ressalta que o interessante
no projeto é que na Amazônia se tem
a oportunidade de avaliar as onças em uma
situação cada vez mais rara no mundo:
"são animais que não estão
sendo caçados todos os dias ou vivendo em
habitats reduzidos ou degradados, onde não
conseguem mais manter territórios apropriados
de caça", diz.
A expectativa é de que,
até o final do projeto, em 2009, o protocolo
de análise molecular já esteja finalizado
para iniciar a aplicação no País.
Além disso, o projeto mantém uma bolsista
brasileira, o que deve resultar em pelo menos uma
dissertação de mestrado do Programa
de Pós-Graduação em Ecologia
do Inpa.
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Desmatamento na Amazônia
é tema de debate no Goeldi
Seminário - 06/05/2008
- 09:50
Com o objetivo de promover um amplo debate sobre
o avanço do desmatamento na Amazônia,
o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG/MCT)
e o Instituto de Desenvolvimento Econômico,
Social e Ambiental do Pará (Idesp) promovem
hoje (6) e amanhã (7), em Belém (PA),
o seminário "Desmatamento na Amazônia:
um diálogo necessário. É possível?".
Participam pesquisadores, membros
de organizações não-governamentais
e empresários. A intenção é
realizar um amplo diálogo para sistematizar
recomendações aos tomadores de decisões.
O diretor do Idesp, Peter Mann
de Toledo, coordena o painel que tem como palestrantes
Cláudio Aparecido de Almeida (Inpe/MCT),
Roberto Araújo (MPEG), Francisco de Assis
Costa, da Universidade Federal do Pará (UFPA),
Bertha Becker, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e Alfredo Homma, da Embrapa Amazônia
Oriental.
Em outro painel, participam representantes
de organizações não-governamentais.
Coordenado por Leandro Ferreira, do Museu Goeldi,
o debate tem a participação dos representantes
de David MacGrath (Ipam), Adrian Garda (Conservação
Internacional), Roberto Esmeraldi (Amigos da Terra),
Paulo Adario (Greenpeace), Jane Silva (Comissão
Pastoral da Terra-Pará) e Carlos Souza (Imazon).
Na quarta-feira, debatem o tema
empresários e tomadores de decisão.
A coordenação do painel será
do jornalista Lúcio Flávio Pinto.
Participam o secretário de Estado de Meio
Ambiente, Valmir Gabriel Ortega; a diretora do Instituto
de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor),
Raimunda Monteiro; o secretário-adjunto da
Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso, Salatiel
Alves Araújo, e os representantes do setor
produtivo Armando Soares (Faepa) e Manoel Pereira
Dias (Aimex).
Agência Museu Goeldi
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Projeto "Pequenos Guias"
comemora 15 anos
Preservação Ambiental
- 09/05/2008 - 08:30
O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(Inpa) comemora hoje (9), às 15h, a formatura
da 15ª turma do projeto "Pequenos Guias
do Bosque da Ciência". São 22
adolescentes residentes no entorno do Instituto,
que se preparam para acompanhar visitantes do Bosque,
respeitando os conceitos de preservação
ambiental.
O Laboratório de Psicologia
e Educação Ambiental (Lapsea) do Instituto
é o responsável pela criação
do projeto e treinamento dos alunos. Já formou
mais de 800 "guardiões" da unidade
de preservação.
As aulas duram em média
20 meses, sendo divididas em três fases de
caráter educativo. Na primeira etapa - "Formação
Educacional Crítica" -, os jovens têm
encontros semanais com pesquisadores e educadores
para discutir questões socioculturais, ambientais
e de ecoturismo. As atividades são realizadas
com metodologia construtivista. O processo dura
de oito a dez meses.
A segunda etapa - "Atuação
e Interação no Bosque da Ciência"
– dura de dez a um ano. É nesta fase que
os participantes fazem uma espécie de "tour"
com os visitantes, fornecem informações
básicas sobre os pontos de visitação
e os elementos da fauna e da flora do lugar. Trata-se
de exercício de construção
de cidadania e envolvimento com o meio ambiente.
Ao final, os adolescentes passam
para a fase de "Participação
Cidadã da Comunidade", que não
se limita ao espaço do Bosque da Ciência.
Eles participam em período contínuo
de campanhas, eventos e cursos sobre questões
socioambientais.
Com informações
da Assessoria de Comunicação do Inpa
Assessoria de Comunicação do MCT