Panorama
 
 
 

FLORESTAR PIC NATUREZA RESULTA EM AUMENTO DA MATA ATLÂNTICA COM PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

09 May 2008
Direto da Terra
Conservar a natureza com a participação direta das comunidades locais foi um dos saldos positivos do Projeto Florestar PIC Natureza, do WWF-Brasil em parceria com o Itaú, que visou a restauração da Mata Atlântica em regiões de nascentes e de abrigo de espécies ameaçadas.

O projeto permitiu o plantio de mais de 42 mil mudas nativas e funcionou como uma semente que impulsiona ações de restauração de longo prazo, ampliando a sustentabilidade local. Isso porque, mais do que o simples plantio de árvores, o trabalho esteve voltado à recuperação de nascentes, conservação da biodiversidade, qualidade do solo, entre outros serviços que podem ser valorizados nas propriedades rurais.

As ações foram implantadas em três estados por parceiros locais que consolidaram modelos de conservação já trabalhados por cada entidade:
Associação Mico-Leão-Dourado, no Rio de Janeiro, Rede de Intercâmbio de Tecnologias Alternativas, em Minas Gerais, e Instituto Giramundo Mutuando, em São Paulo.

Após mais de um ano de atividades, representantes das três entidades participaram da oficina de encerramento do PIC Natureza, em Casimiro de Abreu (RJ), em abril último, para avaliar os resultados desta iniciativa.

Com mais de 30 hectares recobertos por espécies da Mata Atlântica, a restauração foi além do plantio e adequou-se à realidade de cada região, principalmente pelo uso de práticas agroecológicas que reforçam a função produtiva da terra.

Para funcionar, os projetos possuem grande capacidade de articulação local, com a formação de alianças entre agricultores, poder público, fazendas, universidade e entidades civis, e, principalmente, buscam a restauração associada a uma mudança de modelo produtivo no campo.

Inicialmente, a restauração baseou-se em diagnósticos e planejamento do uso da propriedade em conjunto com os agricultores, partindo de seu conhecimento e perfil para inserção do saber técnico no sistema produtivo.

“Integrar estratégias de conservação que contemplem diversas abordagens como a proteção da biodiversidade, dos serviços ambientais como a água e a promoção de trabalho (plantios) e renda, é o que dará maior chances de efetiva participação da sociedade e, portanto, maior possibilidade de bons resultados, ou seja, consistentes e de longo prazo”, avalia a coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil, Luciana Simões.

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Direto do Campo: Bafo (encurralado) de onça

08 May 2008 - Por Adriano Gambarini
Minha intenção era aproveitar o dia internacional do meio ambiente e falar um pouco a quantas anda a situação de nosso planeta, trazer fotos de diversas partes do mundo – China, Antártida, Amazônia e outros lugarzinhos que continuam a sofrer com problemas ambientais. Mas resolvi pegar o gancho de um acontecimento que trouxe à tona um velho assunto preocupante: o sufoco que os animais silvestres vêm passando com a expansão urbana.

Nesta semana acompanhei mais uma vez o trabalho do Centro Nacional de Pesquisas para Conservação de Predadores Naturais – CENAP/IBAMA. Na cidade de Extrema, divisa de São Paulo com Minas Gerais, um morador local estava sofrendo com a perda de galinhas para algum “gatuno”.

Acreditando que pudesse ser um cachorro (disse ele), montou uma armadilha e nela caiu uma onça-parda. A polícia florestal foi avisada e ela, obviamente, acionou o centro técnico. Veterinário e biólogos a postos, o bicho foi sedado, recebeu um chip subcutâneo, teve amostras de sangue tiradas, foi medido, pesado e solto num cinturão de mata não muito longe dali.

Explicaram para o tal morador que provavelmente o animal voltaria já que aquela região era seu território. Comentaram da ilegalidade e do perigo da sua atitude em montar uma armadilha, pois se fosse um animal um pouco maior certamente teria se desvencilhado daqueles arames. E toda esta história aconteceu a menos de dois quilômetros do centro da cidade.

De acordo com a Conservation International, o Cerrado perde cerca de 3 milhões de hectares por ano, o que equivale a 2, 6 campos de futebol por minuto, taxa 10 vezes maior do que a Floresta Atlântica. E não vou nem citar a ‘menina dos olhos’ do mundo, a Amazônia, ou a ignorada Caatinga.

Acrescente o êxodo rural para os grandes centros urbanos e sua conseqüente expansão, a proliferação de estradas, a caça de animais silvestres por aqueles que efetivamente não dependem disto como alimento, a necessidade natural do maior felino brasileiro de palmilhar um vasto território para sobreviver e pronto, tem-se o inevitável encontro.

No caso da oncinha ‘mineira’ seu futuro foi garantido, pelo menos por enquanto - os policiais que participaram dessa captura noticiaram que há um mês atrás uma outra onça-parda fora atropelada na Rodovia Fernão Dias, não muito longe dali.

Nos últimos 12 meses, o CENAP registrou mais de 10 ocorrências de onças vistas e/ou capturadas próximas a cidade. Nos últimos 5 anos, foram quase 30 casos. Pode parecer pouco, não fosse o fato que estes felinos estão no topo de cadeia alimentar e possuem naturalmente uma baixa densidade populacional.

Em agosto passado, na zona rural de Bragança Paulista, há 70 km de São Paulo, um morador encontrou uma outra onça-parda acuada em cima de uma árvore. Documentei também o trabalho do CENAP e caminhando por ali, num raio de 500 metros ao redor da casa, encontrei 3 armadilhas para pacas e tatus; carnívoro tem que comer e se não encontra suas presas naturais, vai buscar onde tem - a simples lógica da sobrevivência.

Mas talvez o caso mais trágico tenha sido das onças-pintadas encontradas – e mortas, na periferia de Corumbá, MT. Um casal com filhote juvenil utilizavam uma loca como abrigo na barranca do rio que beira a cidade. Antes que o IBAMA local e o CENAP fossem chamados, a infeliz tentativa da policia florestal de solucionar o problema causou a morte de um animal.

Os técnicos então prepararam uma armadilha, e quando a outra onça estava para entrar, acidentalmente um policial disparou, quase atingindo o veterinário que esperava o momento certo para anestesiar. Depois de muitos esforços, conseguiram capturar a onça ferida, que veio a morrer por complicações cirúrgicas.

O filhote foi capturado e realocado em área natural. O alarmante desta história não está apenas nos procedimentos humanos, mas no fato de que até mesmo em Corumbá, considerada o ‘portal’ do Pantanal, esses felinos estão cada vez mais oprimidos pelas cidades.

O fato é que a situação deste carnívoro, topo de cadeia alimentar, de importância vital para o equilíbrio natural das espécies, um dos animais mais imponentes e belos de nossos biomas (a emoção de encontrar uma onça em vida livre é algo que adjetivo nenhum pode descrever) têm minguado cada vez mais no peso do alicerce de um grande problema: o desmatamento. *

* terminei de escrever este texto às 9:30 h do dia 15/06. Ao meio-dia uma nova onça-parda foi capturada no telhado de uma casa, nos arredores de Ribeirão Preto, SP.

Adriano Gambarini é fotógrafo, escritor, geólogo, espeleólogo e mergulhador. Membro do Conselho do Instituto Pró-Carnívoros, fotografa para WWF-Brasil, CI e Terra Brasilis. É autor fotográfico de 7 livros e possui um arquivo com 45 mil imagens do Brasil, Antártida e mais 17 países.

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Parceiros da Alemanha e Estados Unidos visitam o Amazonas

03 May 2008
Durante todo o mês de abril, cinco grupos de importantes parceiros, compostos por membros do conselho nacional e filiados do WWF - Alemanha e WWF - Estados Unidos, estiveram no Amazonas para conhecer o trabalho do WWF-Brasil na região. Durante a experiência inédita para a maioria, além da capital do estado, Manaus, os visitantes estiveram em Anavilhanas e no Parque Estadual Rio Negro Setor Sul. O roteiro de viagem para os grupos alemães foi um pouco mais extenso e lhes permitiu também visitar o Cristalino Jungle Lodge, hotel de selva adjacente ao Parque Estadual Cristalino, no Mato Grosso.

Com o objetivo de apresentar as iniciativas desempenhadas em algumas das áreas em que o WWF-Brasil atua, a viagem proporcionou aos visitantes verem de perto as ações pela conservação da natureza e desenvolvimento sustentável as quais cada um também ajuda a realizar, por meio de seu apoio financeiro à rede WWF.

Semanalmente, seguindo roteiros semelhantes, antes de partir para as atividades em campo, cada um dos cinco grupos, sendo quatro de doadores alemães e um de norte-americanos, iniciava o itinerário com um breve passeio pela capital amazonense para visitar alguns dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade, como o famoso teatro Amazonas.

A bordo do barco que os levou em sua jornada pelo rio Negro e adjacências, puderam apreciar um dos mais surpreendentes fenômenos da natureza: o chamado Encontro das Águas. Trata-se do trecho em que as águas dos rios Amazonas (de cor barrenta) e Negro (de cor escura) se encontram e correm lado a lado, sem se misturar.

Em seguida, cada grupo partiu para Novo Airão, município localizado a 115 km de Manaus, na margem direita do Rio Negro. A pequena cidade abrange em seu território importantes unidades de conservação como a Estação Ecológica do Arquipélago de Anavilhanas, parte do Parque Nacional do Jaú e do Parque Estadual do Rio Negro, sendo as duas primeiras unidades contempladas pelo Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa).

Depois de nove horas de viagem, a viagem até Novo Airão foi seguida com uma visita até Anavilhanas onde puderam navegar em voadeiras entre algumas das várias ilhas que compõe a estação ecológica, caminhar nas trilhas dentro da floreta e mergulhar no rio. O barco partiu então para a região do rio Cuieiras no Parque Estadual Rio Negro Setor Sul. Lá, alguns dos grupos puderam visitar comunidades ribeirinhas e conversar com moradores antes de retornarem à Manaus, seis dias depois.

Para motivar um debate a cerca das ações do WWF-Brasil na Amazônia entre os visitantes, Samuel Tararan, Analista de Programa de Conservação do WWF-Brasil responsável pela região do Rio Negro, fez uma apresentação a cada um dos grupos sobre o trabalho que ajuda a realizar no escritório regional da organização em Manaus. Na ocasião, teve a oportunidade de conversar e tirar as dúvidas dos participantes. Também acompanhou toda a viagem do grupo de doadores ligados ao WWF- Estados Unidos, realizada entre os dias 6 e 13 de abril.

Segundo Meg Symington, diretora executiva do WWF- Estados Unidos para iniciativas na Amazônia e uma das responsáveis pela viagem, todos ficaram encantados com as belezas cênicas e diversidade biológica da região e estão ainda mais convencidos que é preciso trabalhar pela conservação do lugar.

Grupos de alemães também vão ao Mato Grosso

Além da viagem para a região do rio Negro, a programação planejada para os quatro grupos alemães também contemplou a visita ao Cristalino Jungle Lodge, hotel de selva adjacente ao Parque Estadual Cristalino, no Mato Grosso.

Os visitantes caminharam nas trilhas ao redor do hotel e subiram em uma torre com 50 metros de altura. De cima da copa das árvores da floresta, eles observaram animais e plantas nativas.

“A oportunidade de conhecer esse lindo patrimônio, que tem sido alvo das minhas preocupações, me torna muito mais envolvido com a idéia de conservá-lo”, afirmou Prof. Dr. Detlev Drenckhan, presidente do conselho do WWF-Alemanha que também participou da visita e ressaltou a importância do trabalho realizado na região. “Viver essa experiência, sentindo e vendo tão de perto o que queremos proteger, aumentou nossa vontade de fazer nossa parte”, afirmou.

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Encontros no Mato Grosso do Sul incentivam criação de reservas particulares

02 May 2008
Por Geralda Magela
A família do produtor rural Nilson Costa possui uma propriedade de 254 hectares no município de Nioaque (MS), próximo à Bonito. Na propriedade herdada do avô, Nilson quer criar uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Por isso, participou do encontro realizado pela Associação de Proprietários de RPPN do Mato Grosso do Sul (Repams) e pelo WWF-Brasil em Bonito, no dia 23 de abril.

Na propriedade rural, a família Costa desenvolve algumas atividades de subsistência e criação de gado. Mas, de acordo com o produtor rural, a área está bem conservada com 80% de cobertura composta por mata nativa, além de estar cortada por dois pequenos rios. “Quero criar uma reserva para garantir que a propriedade continue preservada para as próximas gerações. Vim aqui buscar informações sobre como fazer isso”, destacou Nilson ao final do encontro.

Além de manter preservada essa parcela da propriedade que pertence à família há três gerações - segundo ele, a maioria dos tios já vendeu a sua parte mas ele não quer que a sua tenha o mesmo destino - o produtor rural pretende aproveitar a beleza cênica dos recursos naturais do lugar para desenvolver atividades de ecoturismo. Por enquanto, a criação da reserva ainda não é possível porque a terra está em processo de inventário, mas assim que a situação for resolvida, ele quer iniciar o processo.

Encontros regionais
Levar aos proprietários rurais e profissionais que atuam com esse segmento informações sobre os critérios e condições para criação de reservas particulares é um dos objetivos dos encontros regionais realizados em Bonito, dia 23, e em Miranda, dia 29.

A programação dos encontros contou com apresentações do WWF-Brasil e da Repams sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido na região e as possibilidades de apoio das instituições aos interessados em criar uma reserva. Houve também uma palestra ministrada pela professora Ana Cristina Trevelin sobre marketing ambiental e os possíveis benefícios financeiros a partir da criação de uma RPPN.

Na abertura do encontro em Bonito, o presidente da Repams, Laércio Sousa, falou sobre as características de uma RPPN. “Uma vez criada, a reserva é para sempre. A propriedade rural pode ser vendida, mas o novo dono tem que assumir as mesmas obrigações”, explicou. Entretanto, além dos ganhos para o meio ambiente, o proprietário pode obter outros benefícios com a reserva, desenvolvendo pesquisa científica e atividades de educação ambiental e turismo. Ele destacou também que a criação de uma RPPN é um ato voluntário. “O proprietário precisa querer”, enfatizou.

No Mato Grosso do Sul, o estímulo à criação de reservas particulares é uma das estratégias do WWF-Brasil e da Repams para garantir a conservação da biodiversidade no Pantanal. Isso porque, a maioria das propriedades pertence a particulares. Por isso, a mobilização dos proprietários, prefeituras e técnicos é importante para ampliar no número de reservas.

O biólogo Eduardo Mongelli, analista de conservação do WWF-Brasil, avalia que é fundamental falar diretamente ao proprietário rural, poder público e técnicos sobre a importância que as RPPNs têm na conservação dos recursos naturais.

“Os benefícios trazidos por este tipo de unidade de conservação agregam valor e importância ao município, melhorando a qualidade de vida da população. Podem também incrementar a atividade turística e divulgar a região, gerando empregos e aumentando a economia local”, salienta Mongelli.

Os eventos de mobilização contaram com o apoio do Bionúcleo Gestão Ambiental e Empresarial, Instituto das Águas da Serra da Bodoquena (IASB), Sindicato Rural de Bonito, prefeitura de Bonito e Jardim, Instituto de Ensino Superior da FUNLEC (IESF), prefeitura de Miranda e Sindicato Rural de Miranda. A ação continua agora com visitas a proprietários rurais, prefeituras e sindicatos nos municípios na região de Bonito e, entre eles, Miranda, Porto Murtinho, Nioaque, Terena, Guia Lope, Aquidauana, Terenos, Piraputanda, Dois irmãos e Anastácio.

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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