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EMPRESAS BRASILEIRAS PODERÃO REALIZAR INVENTÁRIOS DE GASES DE EFEITO ESTUFA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

12/05/2008 - Suelene Gusmão - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta segunda-feira (12) na solenidade de lançamento do Programa Brasileiro Corporativo de Gases de Efeito Estufa, que o mais importante para que iniciativas como o GHG Protocol (Greenhouse Gas Protocol) sejam bem-sucedidas é em primeiro lugar o querer fazer, em segundo o poder fazer e em terceiro o saber fazer e querer fazê-lo da melhor forma possível. Marina Silva parabenizou a iniciativa que coloca à disposição das empresas brasileiras uma metodologia internacional que vai permitir realizar inventários de gases de efeito estufa, a fim de controlar sua emissão, evitando desta forma o aquecimento global. Segundo ela, é uma contribuição e um esforço voluntário de cada empresa no sentido de colaborar para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa.

O Programa é desenvolvido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, com o World Resources Institute (ERI), com o World Business Council Sustainable Development (WBCSD) e com o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

Para uma platéia composta por representantes de empresas brasileiras que já utilizam a ferramenta de cálculo para emissões de gases de efeito estufa e outras interessadas em aderir à iniciativa, a ministra lembrou a importância da discussão sobre as mudanças do clima, citando a realização da III Conferência Nacional do Meio Ambiente, encerrada no sábado (10), cujo tema central foi a questão das mudanças climáticas, em seus aspectos de adaptação, mitigação e enfrentamento das vulnerabilidades. A ministra disse que o momento para o lançamento do programa não poderia ser mais oportuno em função dos esforços que vem sendo feito pelo governo federal no sentido de se antecipar aos efeitos das mudanças climáticas.

"Não estamos esperando o lançamento da política para podermos agir, já estamos agindo concomitante a estes esforços", disse a ministra. Segundo ela, o Brasil tem a tradição de antecipação em relação ao tema, mesmo antes de ele vir a ter a atual relevância, tanto do ponto de vista político quanto social. Marina Silva informou que há 30 anos o Brasil investiu na produção de energia limpa, com os biocombustíveis, principalmente o etanol, conseguindo reduzir, neste período, com a edição do etanol na gasolina, cerca de 600 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera. A ministra citou também as ações que o governo vem implementando no combate ao desmatamento, lembrando que, de acordo com o inventário nacional de emissões de gases de efeito estufa, a maior parte deles é oriunda do desmatamento e da agropecuária.

O representante da Usaid, Eric Stoner, informou que sua instituição trabalha com a WRI para disseminar o protocolo mundialmente, lembrando que o protocolo é um programa voluntário para a captação de gases de efeito estufa. Segundo ele, no momento, está sendo construída uma parceria com o setor privado, com as ongs e com os governos. Para o embaixador do Reino Unido, a questão do crescimento econômico versus baixa emissão de carbono é fundamental e sem resolver essa equação não haverá crescimento a longo prazo. O embaixador disse também que o fenômeno das mudanças climáticas não traz apenas desafios. Segundo ele, estabelece também oportunidades a serem exploradas, com ganho de mercado aqui (no Brasil) e no mundo inteiro.

O coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV, Mario Monzoni, explicou que o GHG Protocol vai capacitar as empresas, por meio de oficinas, para que realizem seus inventários de GEF. "Estamos trazendo para o Brasil uma ferramenta já utilizada em outros países. Em dois anos de oficinas de capacitação estaremos disseminando boas práticas para evitar a emissão de gases de efeito estufa. Fernando Almeida do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável disse que o controle dos gases de efeito estufa é uma responsabilidade civil que tem a ver com a reputação empresarial, modelo de negócio sustentável". Ele classificou a não participação nesta iniciativa como insustentável. O diretor de Mudanças Climáticas, Ruy de Góes, explicou que essa iniciativa vem se somar às outras, como o combate ao desmatamento, na redução de gases de efeito estufa.

Após o lançamento do programa, foram realizadas oficinas para repassar informações sobre o GHG Protocol. As empresas Natura e Votorantim, que já utilizam a ferramenta, apresentaram os resultados obtidos após a adesão ao protocolo. Entre as empresas que aderiram à iniciativa e são membros fundadores do Programa Brasileiro GHG Protocol estão: Anglo American, Banco do Brasil, O Boticário, Camargo Correa, Copel, Natura, Nova Petroquímica, Sadia, Wal-Mart. De acordo com os responsáveis pela implantação do programa, o Brasil foi escolhido por ter uma economia forte, um forte setor de agronegócios, pela importância de suas florestas, pelo forte movimento de sustentabilidade empresarial e pelo poder dos movimentos sociais organizados.

A mesa da solenidade de lançamento do programa, ocorrido na sede do Ibama, contou com a participação do embaixador do Reino Unido, Peter Collecot, do vice-presidente executivo e diretor do WRI, Manish Bapna, do representante da Usaid, Peter Stoner, da diretora da área de Desenvolvimento do WBCSD, Shona Grant, do presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, Fernando Almeida, do coordenador do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas Mário Monzoni, e do presidente do Ibama, Bazileu Margarido. A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA foi representada no evento pelo diretor de Mudanças Climáticas, Ruy de Góes.

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IPCC debate inventários nacionais de emissões

12/05/2008 - Gisele Teixeira - A secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Thelma Krug, participa de 13 a 15 de maio, na Finlândia, de reunião do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), co-presidida pelo Brasil e Japão. A reunião tratará das metodologias para elaboração de inventários nacionais de emissão de gases de efeito estufa, especificamente para o setor de Mudança do Uso da Terra e Florestas. As discussões envolvem as dificuldades de implementação das metodologias desenvolvidas pelo IPCC para a área.

Os inventários são elaborados pelos países e revistos periodicamente, conforme estabelecido na Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. As diretrizes do IPCC dividem a metodologia de estimativa de emissões por fontes e remoções por sumidouros de gases de efeito estufa do inventário em seis setores principais: Energético, Industrial, Solventes, Agropecuário, Mudança do Uso da Terra e Florestas e, finalmente, Tratamento de Resíduos.

O Brasil prepara atualmente o seu segundo inventário e está utilizando a metodologia que hoje é obrigatória apenas para os países desenvolvidos. "Migrar para essa metodologia é um passo muito importante, porque o Brasil está utilizando o que há de mais avançado hoje para elaboração de inventários", afirma Thelma. Mas há dificuldades na implementação dessas metodologias, e não apenas por parte dos países em desenvolvimento. "Há dificuldades por parte dos países desenvolvidos também", diz a secretária

A área de maior complexidade é justamente a que diz respeito a Mudanças no Uso da Terra e Florestas, responsável por 75% das emissões brasileiras registradas no primeiro inventário. No setor agrícola, por exemplo, são necessários estudos específicos por tipo de cultivo e região, o que dificulta a aplicação das metodologias. "Estamos pinçando os aspectos que funcionam no papel, mas que na prática são difíceis de serem implementados, para discuti-los melhor na reunião", acrescenta Thelma.

De acordo com o primeiro inventário nacional, divulgado em 2004, o país emitia na época cerca de 1 bilhão de toneladas de gás carbônico (CO2), 13 milhões de toneladas de metano e 500 mil toneladas de óxido nitroso, os principais gases causadores do efeito estufa - o equivalente a 3% das emissões mundiais de gases. O documento foi elaborado abrangendo o período entre 11000 e 1994. O segundo inventário deve estar pronto no final de 2009.

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Iniciativas brasileiras para enfrentamento do clima têm destaque internacional

12/05/2008 - Grace Perpetuo - As iniciativas muito particulares do governo brasileiro no enfrentamento às mudanças climáticas suscitaram grande interesse durante a 4ª Conferência Global sobre Oceanos, Costas e Ilhas, realizada entre os dias 7 e 11 de abril em Hanói, no Vietnã. Realizada de dois em dois anos, a conferência é organizada pelo Fórum Global para os Oceanos, Costas e Ilhas que, formalizado em 2002, durante a Rio +10, em Johannesburgo, congrega governos, empresas, organizações internacionais e não-governamentais e instituições acadêmicas e científicas em torno de uma preocupação comum: a agenda global dos oceanos.

"Nessa edição, a conferência aliou a questão da qualidade dos oceanos ao fenômeno das alterações globais do clima - o que se adequa absolutamente à nossa Secretaria", diz Rudolf de Noronha, diretor do Departamento de Qualidade Ambiental na Indústria da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. "Sendo assim, mostramos como o governo brasileiro se preparou para enfrentar as mudanças climáticas, apresentando a reestruturação do MMA, que resultou na criação da Secretaria de Mudanças Climáticas, e explicando como se conjugam, aqui, as questões da qualidade ambiental dos oceanos com as das mudanças do clima", conta.

Segundo o diretor, foram apresentadas também iniciativas de adaptação a uma possível elevação do nível do mar no País, além do Macrodiagnóstico da Zona Costeira do Brasil - produzida pelo ministério -, que será lançado oficialmente na Semana do Meio Ambiente, em junho, em comemoração aos 20 anos do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. "Por tudo isso, foi uma apresentação de grande repercussão", diz Rudolf, reiterando o papel de destaque que o Brasil ganhou em meio às contribuições em geral teóricas dos outros países presentes. "Diante de nosso material muito concreto, de altíssima qualidade - que já tem dados, por exemplo, de áreas sensíveis a inundação na costa brasileira -, diversos países vieram conversar conosco para saber mais sobre as iniciativas que estão sendo tomadas".

Rudolf de Noronha relata também que, "do ponto de vista político, a conferência foi uma reunião extremamente prestigiada: além do Fórum Global dos Oceanos, estavam lá a presidente do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF); o presidente da Comissão Oceanográfica Intergovernamental (COI) da Unesco; e diretores do Pnud e do Pnuma, entre outros - sem falar no primeiro-ministro do Vietnã e em outras autoridades do país". Ao todo, de acordo com o diretor, estiveram presentes à abertura do evento representantes de cerca de 75 países.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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