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EUROPA QUER REDUZIR EMISSÕES ÀS CUSTAS DAS FLORESTAS LATINO-AMERICANAS

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Maio de 2008

16 de Maio de 2008 Faixa estendida nas históricas ruínas de Machu Pichu alertam para o perigo de se criar um grave problema para as florestas tropicais da América Latina para resolver as emissões de CO2 da União Européia com a produção de biocombustíveis.
Machu Pichu (Peru) — Greenpeace exige de presidentes reunidos no Peru compromisso com sustentabilidade na produção de biocombustíveis.

Um dia antes do início da 5a. Cúpula de presidentes da América Latina, Caribe e União Européia, que começou nesta sexta-feira em Machu Pichu, no Peru, o Greenpeace denunciou o perigo da produção de biocombustíveis em larga escala para a região e pediu que os governos adotem critérios de sustentabilidade para a atividade.

Uma grande faixa foi estendida nas ruínas da cidade histórica peruana afirmando: "Perigo: biocombustíveis. Salvemos as florestas para salvar o clima", numa clara alusão ao impacto dos biocombustíveis sobre as florestas da América Latina e ao aumento dos preços dos alimentos.

"A produção de biocombustíveis está sendo impulsionada pelos governos dos países industrializados como uma solução 'rápida' para o problema das emissões de gases do efeito estufa, mas estão apenas criando mais problemas do soluções. Se o que querem é proteger o clima, precisamos proteger as florestas primárias que sobraram", afirmou Maria Eugenia Testa, do Greenpeace Argentina.

Apesar das advertências científicas e denúncias feitas por entidades internacionais sobre a ameaça que os biocombustíveis representam às florestas e para a segurança alimentar das pessoas, muitos governos da União Européia e da América Latina continuam promovendo a produção em grande escala do produto.

"Os produtores de biocombustíveis estão colocando em perigo a subsistência das populações mais pobres do mundo ao influenciar os preços dos alimentos", denunciou Testa.

"Por outro lado, a extensão de cultivos de milho, soja ou cana-de-açúcar influenciam também nas terras agrícolas disponíveis, provocando destruição - direta e indiretamente - de ecossistemas naturais, como as florestas tropicais", afirmou.

A regulamentação européia estipula que os combustíveis usados no transporte deverão ter 5,75% de biocombustíveis até 2010 e 20% até 2020.

"A Europa estabeleceu um número que excede sua capacidade de produção e por isso incentiva os países latino-americanos a se tornarem provedores de biocombustíveis no mercado internacional, colocando em risco seu patrimônio natural", criticou Juan Carlos Villalonga, diretor político do Greenpeace Argentina. "Por isso é imprenscindível hoje que os presidentes reunidos nesta cúpula presidencial em Machu Pichu reconheçam e estabeleçam critérios comuns de sustentabilidade para a produção de biocombustível."

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Lula mostra sua verdadeira face ao receber Angela Merkel em Brasília

14 de Maio de 2008 Angela Merkel em encontro com Lula em Brasília.
Brasília (DF), Brasil — Um dia depois de perder sua ministra do Meio Ambiente, presidente faz propaganda dos biocombustíveis e retórica sobre Amazônia.

Um dia depois de Marina Silva deixar o ministério do Meio Ambiente, a chanceler alemã Angela Merkel chegou ao Brasil para assinar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva um termo de compromisso para a criação de um Grupo de Trabalho para discutir critérios de sustentabilidade para a produção de biocombustíveis.

Em seu discurso durante encontro com a primeira-ministra alemã, realizado nesta quarta-feira em Brasília, Lula mais uma vez fez propaganda dos biocombustíveis e retórica sobre a Amazônia. Mostrando que seu discurso está longe da prática, o presidente brasileiro falou em combate ao desmatamento na floresta amazônica depois de perder sua melhor aliada para essa tarefa, Marina Silva.

Na área de energia, ao mesmo tempo em que é firma um acordo para promover as energias renováveis e eficiência energética, Lula renovou o acordo nuclear Brasil-Alemanha. Isso só demonstra, mais uma vez, a esquizofrenia de seu governo, que de um lado busca tecnologias limpas para geração de energia e de outro caminhando na contramão da sustentabilidade, promovendo a energia nuclear, que é suja, cara e perigosa. A mesma Alemanha, por exemplo, tem compromisso governamental de desativar suas usinas nucleares nos próximos anos.

Merkel aproveitou a visita para convidar Lula a participar da Convenção das Nações Unidas sobre Biodiversidade (CDB), que tem início na próxima semana, em Bonn, na Alemanha.

“Lula não tem o que fazer em Bonn, já que a saída de Marina Silva mostra que o país não leva a sério a agenda ambiental”, disse Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace.

“A chanceler Merkel visita um Brasil que parou na década de 1970, que acredita no desenvolvimento a qualquer custo no lugar do desenvolvimento sustentável e que está despreparado para enfrentar o mundo moderno”.

Desde que assumiu a Presidência da República, Lula tem reforçado, em repetidas escolhas, o dogma que opõe o meio ambiente ao desenvolvimento econômico brasileiro – como a liberação dos transgênicos, a retomada da corrida nuclear brasileira com a construção de Angra 3 e as políticas esquizofrênicas para a Amazônia, ora promovendo o combate ao desmatamento, ora estimulando o avanço da fronteira agrícola sobre a floresta. Para o Greenpeace, Lula deveria trabalhar para aliar proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida da população, por meio de geração de emprego e renda com o uso responsável dos recursos naturais.

O Greenpeace espera que, ao final da CDB em Bonn, os governos adotem iniciativas para aumentar o financiamento público global para a conservação da biodiversidade na ordem de 30 bilhões de euros por ano destinados à criação e implementação de uma rede de áreas protegidas terrestres e marinhas, além de zerar o desmatamento adotando metas de redução até 2015 e impedir que a produção dos biocombustíveis venha representar uma ameaça a biodiversidade por causa da conversão de habitats em plantação de soja na Amazônia, por exemplo, ou colocar em risco a produção de alimentos.

Governos também devem combater rigorosamente a biopirataria através de um mandato claro sobre o acesso e repartição de benefícios da biodiversidade e adotar o princípio da precaução para impedir a liberação de qualquer espécie transgênica no meio ambiente.

“Os países industrializados, como a Alemanha, tem se beneficiado da exploração dos recursos florestais e marinhos há décadas”, diz Martin Kaiser, coordenador político do Greenpeace.

“Agora, a chanceler Merkel, como presidente da CDB, deve dar um sinal claro para os países em desenvolvimento, liberando os 2 bilhões de euros anuais necessários para a conservação e uso responsável das florestas e dos oceanos”.

 
 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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