Para o
governador Roberto Requião, a saída
de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente
representa uma perda para o Paraná, para
o país e para o mundo. Por meio de nota oficial
divulgada no dia 14, Requião falou sobre
os avanços conquistados por Marina Silva
à frente do Ministério e a importância
do seu apoio nos posicionamentos e na implementação
da política ambiental do Paraná.
“Marina Silva é símbolo
da resistência e de persistência na
luta sócio-ambiental. Aqui e internacionalmente”,
afirmou o governador Requião em nota oficial.
Segundo ele, durante o período em que foram
companheiros de Senado, aprendeu a admirá-la
e respeitá-la por seu comprometimento com
as causas populares e com a preservação
da natureza.
Requião foi enfático
em dizer que, nos últimos anos, a política
ambiental do Governo do Paraná tem caminhado
em consonância com as diretrizes implantadas
por Marina da Silva no Ministério do Meio
Ambiente.
O governador lembrou o importante
apoio de Marina ao Paraná, durante a 8ª
Conferência das Partes sobre Biodiversidade
(COP8) e a 3ª Reunião das Partes do
Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança
(MOP3), realizadas em Curitiba em 2006, quando o
Governo Federal não havia definido se apoiava
ou não a rotulagem e identificação
de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs).
Naquele momento, o Paraná posicionava-se
como o primeiro Estado brasileiro a ter uma lei
própria de rotulagem.
“Nesse período, graças
à Marina, a posição brasileira
em relação aos transgênicos
avançou, em que pesem as fortíssimas
resistências de setores do Governo Federal.
Deixamos a incômoda posição
de defesa dos interesses das transnacionais para
alinhar o nosso País ao lado dos que se preocupam
com a defesa do meio ambiente, da saúde e
da soberania das sementes”, destacou Requião.
Ele lamenta a falta que Marina fará na próxima
semana, quando será realizada a COP9, na
Alemanha. “O mundo sentirá falta de sua corajosa
e eficiente participação”, reforçou.
Requião citou ainda, as
boas marcas deixadas por Marina Silva na política
ambiental do Paraná, como o fortalecimento
do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama);
a política estadual de recursos hídricos,
as Conferências de Meio Ambiente e a criação
das Unidades de Conservação Federais,
para a preservação da biodiversidade.
“O Paraná lamenta a saída
da amiga e companheira Marina Silva. Que isso não
represente o atraso, que uma política ambiental
consistente, contemporânea e preventiva não
ceda espaço à voracidade do capital
predatório”, finalizou o governador.
Para o secretário de Estado
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, a saída de Marina Silva representa
um verdadeiro desastre ambiental. “Dificilmente
teremos tempo de corrigir as conseqüências
que a saída de Marina trarão para
o meio ambiente do Brasil e do mundo”, ressaltou
Rasca.
A diretora de Meio Ambiente e
Ação Social da Sanepar, Maria Arlete
Rosa disse que Marina representava uma fronteira
de resistência e de avanços para o
setor. “A saída dela é lamentável
porque Marina representava uma fronteira a tudo
que é realmente importante para a garantia
da qualidade de vida das gerações
futuras, em especial a proteção da
água”, afirmou.
A coordenadora de Meio Ambiente
da Copel, Marlene Zanin, afirmou que a saída
da ministra Marina Silva é preocupante. “Marina
Silva conseguiu colocar no governo federal o pensamento
majoritário da sociedade a respeito das questões
ambientais. Além disso, era uma grande parceria
do Paraná. Agora se inicia um novo momento
em que espero que haja continuidade da política
que vinha sendo colocada em prática”, disse.
O presidente do Instituto Ambiental
do Paraná (Iap), Vítor Hugo Burko,
espera que a saída de Marina não aumente
a tolerância a crimes ambientais. “O trabalho
da ministra foi um marco na história da política
ambiental do País, pois ela conseguiu mostrar
para a sociedade a importância de preservar
o meio ambiente. Espero que sua mudança não
interfira na condução desta política
e que, em nome do desenvolvimento, não sejam
cometidos crimes ambientais oficiais e legalizados”,
disse.
+ Mais
Cheida garante reconhecimento da Assembléia
Legislativa ao trabalho de Marina Silva
O deputado estadual e presidente
da Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da
Assembléia Legislativa, Luiz Eduardo Cheida
(PMDB), garantiu no dia 14 de maio, o reconhecimento
público dos deputados estaduais, por meio
de requerimento, ao brilhante trabalho desenvolvido
por Marina Silva à frente do Ministério
do Meio Ambiente. “É uma demonstração
de solidariedade e reconhecimento público
a quem sempre trabalhou pelo Brasil. Mesmo aqueles
que discordam dela concordam que o Brasil ficará
menor politicamente com a sua saída do Ministério
do Meio Ambiente”, afirmou Cheida.
Em seu pronunciamento, o deputado
citou trechos da nota oficial divulgada pelo governador
Roberto Requião e disse que a saída
de Marina Silva representa a vitória do mercado.
“Marina Silva sempre defendeu que a política
ambiental também deveria ser social e que
o progresso não deveria vir a qualquer custo”.
Ela fez da política ambiental
do Paraná a sua política. Bateu de
frente com o Ministério da Agricultura em
relação aos transgênicos, ao
plantio desordenado de cana-de-açúcar
no Pantanal e ao Ministério das Minas de
Energia, contra a instalação de hidrelétricas
no Rio Madeira “, destacou Cheida”.
Para o deputado, Marina não
foi forçada a pedir demissão por suas
falhas e sim por suas qualidades. “Marino é
um ícone. Sempre entendeu que o planeta é
um só e o mundo, o seu país. Às
vésperas da 9ªConferência das
Partes sobre Biodiversidade (COP9) o Brasil está
só”, disse.
Cheida contou que conhece Marina
Silva há 20 anos, quando ambos eram vereadores
pelo PT. “Eu em Londrina e ela em Rio Branco. Desde
então, conheci sua debilidade física
e tive a honra de conhecer a força do seu
caráter. A sua demissão sangra a nossa
esperança”, lamentou.
O presidente da Comissão
de Ecologia da Assembléia do Paraná
finalizou seu pronunciamento avaliando o comentário
do presidente Lula durante o lançamento do
Plano Amazônia Sustentável (PAS) de
“que o Brasil está vendo que ele está
fazendo do uma nova China”. Devemos alertar o presidente
de que não queremos o crescimento a qualquer
custo. Não queremos e não podemos
pagar um alto preço, caso tentemos este caminho.
Temos outras alternativas viáveis e o grande
desafio hoje é crescer de maneira sustentável.
Espero que o Brasil supere este momento”, finalizou.
+ Mais
Paraná Biodiversidade lançou
cartilha sobre a fauna para público infantil
O “Livro Vermelho da Fauna Ameaçada
do Estado do Paraná”, publicação
do projeto Paraná Biodiversidade, que relacionou
344 espécies em risco de desaparecer do território
paranaense, foi adaptado para o público infantil.
O resultado é a cartilha “Fauna do Paraná
em Extinção”, mais de 10 mil exemplares,
distribuídos às escolas públicas
do Estado. Com linguagem acessível, fotos
e ilustrações, a cartilha traz capítulos
sobre mamíferos, aves, répteis, anfíbios,
peixes, abelhas e borboletas.
PÚBLICO NFANTIL - O “Livro
Vermelho da Fauna Ameaçada do Estado do Paraná”,
publicação do projeto Paraná
Biodiversidade, que relacionou 344 espécies
em risco de desaparecer do território paranaense,
foi adaptado para o público infantil. O resultado
é a cartilha “Fauna do Paraná em Extinção”,
que já teve mais de 10 mil exemplares, distribuídos
às escolas públicas do Estado. O projeto
Paraná Biodiversidade é coordenado
pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos e desenvolvido pelo Instituto Ambiental
do Paraná (IAP).
Com linguagem acessível,
fotos e ilustrações, a cartilha é
dividida em sete capítulos: mamíferos,
aves, répteis, anfíbios, peixes, abelhas
e borboletas. Cada um deles informa as características,
habitat, comportamento, hábitos alimentares,
reprodução e as principais ameaças
à espécie.
O secretário de Estado
do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca
Rodrigues, explicou que a cartilha tem como objetivo
conscientizar as crianças sobre a importância
da fauna para o equilíbrio do ambiente natural.
“Junto com a flora, há união de relações
que mantém vários dos ecossistemas
únicos, e, se há um desequilíbrio
em um grupo da fauna, a percepção
na flora é notável. Por isso a cartilha
deseja mostrar o quanto da fauna ainda há
para compreender e reservar”, disse.
AULAS – A cartilha traz informações
sobre 121 espécies. No capítulo dedicado
aos mamíferos, por exemplo, constam 28 animais.
Segundo a coordenadora do projeto pelo Paraná
Biodiversidade no IAP, Márcia de Guadalupe
Pires Tossulino, a idéia é que o material
seja utilizado em sala de aula, para que professores
trabalhem a importância da preservação
da fauna.
“A adaptação do
Livro Vermelho contribui para que as informações
sejam repassadas de forma clara e objetiva para
o público infantil. As crianças precisam
compreender a importância da fauna para todo
o meio ambiente e ao perceber isso, elas se tornam
guardiãs destas espécies”, concluiu
Márcia.
Livro Vermelho – O Livro Vermelho
da Fauna Ameaçada do Estado do Paraná
teve sua primeira edição publicada
em 1995, contendo informações sobre
167 espécies. Em 2004, uma nova versão
mais completa, com 344 espécies, foi lançada
pelo IAP.
+ Mais
Paraná em Ação
em Guaraqueçaba atende 80 pessoas na área
de terras
O Instituto de Terras, Cartografia e Geociências
(ITCG) é o mais novo parceiro do programa
Paraná em Ação e sua primeira
participação em Guaraqueçaba
(litoral do Estado), onde 80 pessoas foram atendidas
e orientadas sobre os serviços da entidade,
sobretudo da importância da regularização
fundiária de suas propriedades. Segundo o
secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos, Rasca Rodrigues, além da
oportunidade de moradores dos mais distantes municípios
entrarem em contato com o Instituto, o programa
também colabora com a divulgação
dos trabalhos do ITCG.
Rasca exemplificou que com esse
programa chega nas localidades em que os serviços
são necessários, especialmente porque
muitos de seus moradores não têm condições
de arcar com as despesas, tanto do deslocamento
para resolver seu problema, como dos custos para
os procedimentos de regularização
fundiária”, exemplificou.
Identificar áreas - O presidente
do Instituto, José Antônio Peres Gediel,
explicou que o processo de regularização
fundiária tem como objetivo identificar áreas
de terras públicas ou de posse e detalhar
sua ocupação por meio do cadastramento
das famílias que ocupam estes imóveis.
“O cadastramento é feito a partir de uma
ação discriminatória, com a
participação de técnicos do
(ITCG) que, em entrevistas com as famílias
atualizam dados como, por exemplo, há quanto
tempo ocupa a área”, detalhou.
Neste processo, os moradores contam
com toda a ajuda do governo. “Desde as medições
realizadas por técnicos do Instituto até
advogados para regulamentar todos os processos para
que saiam as escrituras e a comprovação
de que a terra tem dono”, concluiu o chefe de departamento
de regularização fundiária,
Roberto Gomes, que representa o ITCG no Paraná
em Ação.