21 de
Maio de 2008 Os três consoles analisados -
Xbox 360, Playstation 3 e Wii - ainda estão
longe de serem considerados eletrônicos verdes.
Amsterdã, Holanda — Análise em laboratório
revela que a Nintendo, Sony e Microsoft ainda usam
substâncias químicas tóxicas
na fabricação de seus produtos.
Apesar de alguns avanços,
os principais fabricantes de consoles de jogos continuam
usando substâncias tóxicas em seus
produtos. Levamos o Wii (da Nintendo), o Playstation
3 Elite (Sony) e o Xbox 360 (Microsoft) a um laboratório
para uma análise científica e todos
os consoles deram positivo para a presença
de vários tipos de substâncias químicas
perigosas.
Nossa análise, publicada
no relatório Jogando Sujo (arquivo pdf para
baixar, texto em inglês), detectou o uso de
substâncias químicas perigosas e materiais
como PVC e retardantes de chamas (BFRs), altamente
tóxicos.
Os testes também mostraram
que os fabricantes analisados procuraram alternativas
para o uso de algumas substâncias perigosas.
Por exemplo, o Wii da Nintendo se virou muito bem
se usar o berílio em seus contatos elétricos,
e o uso de PVC e ftalatos foi limitado. Já
o Playstation 3 da Sony foi produzido com placas
de circuito livres de brominato e o Xbox 360 usou
menos materiais à base de brominato.
Como vimos anteriormente em laptops
e telefones celulares, se os fabricantes prestarem
atenção no que seus concorrentes estão
fazendo certamente encontrarão caminhos a
tomar para substituir muitas substâncias tóxicas
antes usadas nos componentes. Consoles de jogos
mais limpos e verdes é possível. Não
há desculpas para continuar jogando sujo.
O mercado de consoles de jogos
é um dos que mais crescem no mundo atualmente.
Mais de 60 milhões de consoles foram vendidos
em 2007 e o setor apresentou um crescimento de 14%
em relação ao ano anterior. Ironicamente,
apesar de serem usados para jogar, os consoles não
são classificados como brinquedos. Se fossem,
a atual legislação européia
sobre substâncias químicas tóxicas
em brinquedos e artigos de criança impediria
que esses consoles fossem vendidos na Europa.
A ameaça tóxica
não pára por aqui. Os consoles de
jogos também contribuem para o aumento de
um tipo de lixo altamente poluidor - o e-lixo. Quando
acaba a sua vida útil, o console de jogos
acabam geralmente em lixões em países
em desenvolvimento, onde esses materiais tóxicos
causam danos à saúde dos trabalhadores
locais e também ao meio ambiente.
A tecnologia para limpar a produção
de consoles de jogos já existe e os fabricantes
deveriam adotá-la imediatamente. Tanto a
Nintendo como a Sony, Microsoft e todas as demais
empresas que fabricam eletrônicos precisam
começar a jogar limpo já.
+ Mais
Contrabando de carne de baleia
sob investigação da Justiça
no Japão
20 de Maio de 2008 Carne de baleia
obtida pelo Greenpeace no Japão, durante
uma investigação que revelou o contrabando
do produto do navio-fábrica Nisshin Maru,
que participa do programa baleeiro no Santuário
da Antártica.
Tóquio, Japão — Denúncia do
Greenpeace foi feita após quatro meses de
investigação, que contou com apoio
de ex-funcionários do Nisshin Maru.
O promotor público de Tóquio
confirmou que investigará a denúncia
feita pelo Greenpeace de que há contrabando
de carne de baleia obtida pelo programa japonês
de caça de baleias no Oceano Antártico.
No último dia 15 de maio,
ativistas do Greenpeace mostraram 23,5 quilos de
carne de baleia que estavam escondidas em uma das
quatro caixas enviadas por um tripulante do navio-fábrica
Nisshin Maru para sua casa. A investigação
do Greenpeace durou quatro meses e obteve informações
de que o contrabando acontecia com conhecimento
de representantes do Instituto de Pesquisa Cetácea
e da empresa responsável pela frota baleeira,
a Kyodo Senpaku. Além disso, mostrou ainda
que restaurantes locais e comerciantes de carne
esperavam receber a carne de baleia diretamente
da tripulação do Nisshin Maru, bem
antes da liberação autorizada pelo
governo, em junho.
"Estamos felizes com a decisão
tomada pela promotoria pública de Tóquio
de iniciar uma investigação sobre
o caso e vamos cooperar de todas as formas",
afirmou Junichi Sato, coordenador da campanha de
Baleias do Greenpeace Japão.
"Enquanto a investigação
ocorre, o governo japonês não têm
outra opção a não ser suspender
imediatamente qualquer permissão de caça
para o Instituto de Pesquisas Cetáceas e
para a empresa Kyodo Senpaku, bem como suspender
o subsídio dado ao programa", acrescentou.
Representantes da empresa Kyodo
Senpaku afirmaram que a carne é apenas um
'souvenir' dado à tripulação
no final da expedição, mas há
claras evidências - incluindo informações
falsas contidas nas caixas interceptadas, de que
o conteúdo seria 'cartolina' - de que a carne
é contrabandeada com anuência das autoridades.