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FUNAI E GOVERNO DO RO QUEREM QUE EXÉRCITO AJUDE A EVITAR CONFLITOS EM TERRA INDÍGENA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

20 de Maio de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Em lados opostos na disputa pela demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, a Fundação Nacional do Índio (Funai), que defende a manutenção da homologação da área de 1,7 milhão de hectares, e o governo de Roraima, a favor da demarcação em ilhas, concordam com a necessidade de que o Exército esteja presente na região para evitar conflitos e mortes após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Funai, Márcio Meira, afirmou que o órgão sempre se posicionou a favor de que o Exército esteja presente nas linhas de fronteira. Segundo ele, existem mais de 20 pelotões de fronteira do Exército na Região Norte e muitos estão em terras indígenas. "Não há nenhuma contrariedade constitucional de termos a presença das Forças Armadas nas terras indígenas, que são terras da União”, afirmou Meira.

O governador de Roraima, José de Anchieta Júnior, reforçou a necessidade de que o Exército esteja na região. Ele teme que a decisão do STF, a favor ou contra a demarcação, acirre os ânimos entre índios e arrozeiros. “Acho que após a decisão, a instituição que tem mais legitimidade, mais conhecimento para ir para a região, é o Exército Brasileiro. Se o Exército for para lá, resolve a situação”, pontuou.

Hoje (20), Meira e Anchieta Júnior participaram de reunião do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Brasília, que discutiu a situação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Após a ida de um grupo de conselheiros a Roraima, a OAB decidiu encaminhar ao governo federal, ao STF e ao Ministério da Defesa um relatório indicando a necessidade de ampliar o contingente de soldados da Força Nacional de Segurança na região e de enviar tropas militares para a terra indígena.

“Estamos solicitando o reforço na segurança para que, seja qual for a decisão, não haja violência e não tenhamos mortes”, disse o presidente da OAB, Cezar Britto. “Não podemos ficar anunciando uma morte que poderá acontecer. É hora da prevenção. E é nesse sentindo que vamos atuar”, completou Britto.

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Conselheiro da OAB diz que Raposa Serra do Sol é vulcão prestes a explodir

20 de Maio de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A Terra Indígena Raposa Serra do Sol é “um vulcão prestes a explodir”, na avaliação do presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil, Agesandro da Costa Pereira.

Segundo ele, já ocorreu violação de direitos humanos no local e há risco de novos confrontos . “Corre o risco de novas situações com muito mais gravidade”.

O coordenador do Grupo de Trabalho de Assuntos Indígenas, que esteve na região, Lúcio Flávio Sunakozawa, informou que pedirá não só a permanência dos policiais no local.

“A força que se encontra lá já demonstrou que é insuficiente para conter qualquer conflito. Vamos pedir aos conselheiros que aprovem o pedido do envio de mais homens à região, dada a gravidade da situação”.

Pereira e Sunakozawa participam da sessão plenária da OAB na qual se discute o conflito na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Também foram convidados para o debate o governador de Roraima, José de Anchieta Junior, e o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira.

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Decisão do STF pode colocar em risco outras homologações, afirma Funai

20 de Maio de 2008 - Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Antonio Cruz/Abr - Brasília - O presidente da Funai, Márcio Meira, durante sessão da OAB para discutir o conflito na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima
Brasília - O presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira, afirmou hoje (20) que uma eventual decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) contrária à demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol pode colocar em risco todas as outras homologações no país.

Segundo Meira, que participa desde a manhã da reunião do conselho federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), as demarcações de áreas indígenas sempre foram feitas de forma contínua e, para ele, essas áreas “serão as únicas ilhas de florestas preservadas na Amazônia daqui a 50 anos”.

Além do presidente da Funai, participam do encontro, o governador de Roraima, José de Anchieta Júnior e o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR).

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Ato na USP defende retirada de arrozeiros da Terra Indígena Raposa Serra do Sol

19 de Maio de 2008 - Vinicius Konchinski - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), da Procuradoria Geral da República, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e do Conselho Indigenista de Roraima (CIR) participaram hoje (19) de um ato contra a redemarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Durante o evento, promovido pelo Grupo de Estudos em Direito Indigenista da USP, foram feitos discursos em defesa da demarcação da reserva já homologada pela Presidência da República. Os manifestantes também reivindicaram que o Supremo Tribunal Federal (STF) negue o pedido dos arrozeiros para permanecer no local e libere a desocupação daquela área.

“Os índios não estão pedindo favor. O que ele querem é que seus direitos sejam respeitados”, afirmou o jurista e professor da USP Dalmo Dallari. “A argumentação de que a presença do índio na fronteira fragiliza a soberania nacional já foi discutida na Constituinte. Portanto, só se deve cumprir o que está estabelecido na Constituição”, disse, rebatendo a alegação de militares que vêem a extensão da reserva como uma ameaça à segurança nacional.

A demarcação atual visa a garantir a cultura dos indígenas que habitam a reserva, acrescenta a procuradora da República Deborah Duprat. Segundo ela, a diversidade cultural também é um direito garantido pela Constituição. “A Constituição também trata da cultura. Diz que cada um tem o direito de viver como manda a seu meio cultural. Sem o território, os índios da Raposa Serra do Sol não poderão viver do seu modo."

Durante a manifestação, os representantes da Funai, da Procuradoria Geral da República, dos dois conselhos e da USP denunciaram as agressões sofridas pelos índios nos últimos anos, por causa do conflito com os arrozeiros. Ao final do encontro, eles redigiram um documento no qual relatam a situação dos indígenas e apresentam suas reivindicações para ser encaminhado ao STF.

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Líder indígena condiciona liberação de reféns a acordo com a Funai

21 de Maio de 2008 - Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil - São Paulo - Índios Terena e Guarani que mantém três funcionários da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Bauru como reféns na cidade de Avaí, no interior paulista, dizem que só vão liberar os reféns depois que a Funai aceitar uma negociação. Os índios pedem a permanência da sede da Funai em Bauru e a nomeação de um indígena para a direção. Segundo os indígenas, a fundação determinou que a sede da instituição seja transferida para Itanhaém, no litoral sul do estado.

De acordo com o líder do movimento, o cacique Terena Anildo Lulu Kadju, os funcionários foram feitos reféns às 11h de ontem (20). No final da manhã de hoje (21), a Polícia Federal tentou interceder e negociar para que os índios soltassem os reféns, mas não houve sucesso. Segundo Kadju, os policiais retornaram para a cidade para tentar contato com a Funai em Brasília.

“A Funai em Brasília se recusa a negociar conosco. Fizemos os funcionários reféns para chamar a atenção e exigir uma negociação, porque tudo o que tínhamos que fazer legalmente já fizemos e não fomos atendidos.”

Kadju informou que os reféns estão bem, que estão sendo alimentados e que não foram agredidos. Entretanto, o cacique afirma que não poderá garantir a integridade física deles caso a Polícia Federal interceda e haja confronto.

“Se houver confronto vamos reagir e aí pode sobrar para todo mundo”, disse o cacique. Entre os reféns está o chefe administrativo do escritório, Arnor Gomes de Oliveira; o diretor de meio ambiente, Mário de Camilo; e o chefe de posto indígena da reserva de Araribá, Edemilson Sebastião.

Segundo Kadju, os problemas começaram há um ano quando os índios exigiram a saída do então diretor da fundação em Bauru Nilton Bueno Machado e a sua substituição por um indígena. Os líderes indicaram o nome do Guarani Gabriel Poti, que foi rejeitado sob a alegação de que ele teria problemas com a Justiça.

“Disseram que tinha alguns processos em andamento contra ele, mas nunca nos mostraram nenhum documento que comprovasse isso.”

Ainda de acordo com Kadju, o Terena Dionízio Vargas - por ser capitão do Exército aposentado e ser graduado em economia - foi indicado para o cargo, mas seu nome não foi aceito pelas comunidades.
A Agência Brasil tentou contato com a Funai em Brasília, mas não obteve sucesso.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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