Panorama
 
 
 

PARTICIPANTES DE ENCONTRO REJEITAM HIDRELÉTRICAS E APRESENTAM PLANO PARA BACIA DO XINGU

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2008

26 de Maio de 2008 - Da Agência Brasil - Brasília - Em carta divulgada hoje (26), os participantes do Encontro Xingu Vivo para Sempre se dizem contrários à construção de hidrelétricas ao longo do Rio Xingu e exigem a implementação de um projeto de desenvolvimento composto de 12 tópicos.

O encontro realizado entre os dias 19 a 23 de maio, em Altamira (PA), reuniu índios, ribeirinhos e organizações da sociedade civil para discutir os empreendimentos hidrelétricos previstos para o Rio Xingu. Durante o evento, o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende foi esfaqueado por índios Caiapó após palestrar sobre o projeto da hidrelétrica de Belo Monte.

No documento apresentado hoje (26), os participantes do encontro se manifestam contra qualquer tipo de barragem ao longo do Rio Xingu. “Não admitiremos a construção de barragens no Xingu e seus afluentes, grandes ou pequenas”, declaram.

Sobre a usina de Belo Monte, um dos principais projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o documento afirma que “interromper o Xingu em sua Volta Grande causará enchentes permanentes acima da usina, deslocando milhares de famílias ribeirinhas e moradores e moradoras da cidade de Altamira, afetando a agricultura, o extrativismo e a biodiversidade, e encobrindo nossas praias”.

Já a respeito das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) os responsáveis pela carta alegam que “algumas já foram construídas, outras já estão autorizadas e até hoje não houve qualquer tipo de avaliação dos impactos que esse conjunto de obras causará aos 14 povos indígenas do Parque Indígena do Xingu”.

Os participantes do encontro se declaram "conhecedores do Rio Xingu" e exigem a implementação de 12 propostas descritas ao longo do texto. Segundo eles, as sugestões fazem parte do modelo de desenvolvimento ideal para a Bacia do Xingu.

Entre os que assinam a carta estão a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Instituto Sócio-Ambiental (ISA), a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), além de vários índios das etnias Caiapó e Xikrin.

As propostas apresentadas pela carta são:

1. A criação de um fórum de articulação dos povos da bacia que permita uma conversa permanente sobre o futuro do rio e que possa caminhar para a criação de um Comitê de Gestão de Bacia do Xingu;

2. A consolidação e proteção efetiva das Unidades de Conservação e Terras Indígenas bem como o ordenamento fundiário de todas as terras públicas da região da Bacia do Xingu;

3. A imediata criação da Reserva Extrativista do Médio Xingu;

4. A imediata demarcação da Terra Indígena (TI) Cachoeira Seca, com o assentamento digno dos ocupantes não-indígenas, bem como a retiradas dos invasores da TI Parakanã;

5. A implementação de medidas que efetivamente acabem com o desmatamento, com a retirada de madeira ilegal e com a grilagem de terras;

6. O incremento de políticas públicas que incentivem o extrativismo e a consolidação da agricultura familiar feita em bases agroecológicas e que valorizem e estimulem a comercialização dos produtos da floresta;

7. Efetivação de políticas públicas capazes de promover a melhoria e instalação de sistemas de tratamento de água e esgoto nos municípios;

8. O incremento de políticas públicas que atendam as demandas de saúde, educação, transporte, segurança adequadas às nossas realidades;

9. Desenvolvimento de políticas públicas que ampliem e democratizem os meios de comunicação social;

10. O incremento de políticas públicas para a ampliação das experiências de recuperação de matas ciliares e de áreas degradadas pela agropecuária, extração de madeira e mineração;

11. Que nenhum outro dos formadores do Xingu venha a ser barrado, como já aconteceu ao Rio Culuene com a implantação da PCH Paranatinga 2;

12. Proteção efetiva do grande corredor de sócio-biodiversidade formado pelas terras indígenas e unidades de conservação do Xingu.

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Resultado do leilão de Jirau pode ser questionado na Justiça

27 de Maio de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Os Ministérios Públicos Estadual e Federal de Rondônia encaminharam hoje (27) à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) um pedido de informações sobre as mudanças que foram realizadas pelo consórcio vencedor do leilão da Hidrelétrica de Jirau no projeto da usina que será construída no Rio Madeira.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público Estadual, se as mudanças forem confirmadas, o órgão poderá entrar com uma ação civil pública pedindo a anulação do resultado do leilão e a realização de estudos para a concessão de um novo licenciamento ambiental para a obra.

Depois de ter sido anunciado como vencedor da disputa pela construção da usina, na última segunda-feira (19), o consórcio Energia Sustentável do Brasil anunciou que fez algumas mudanças no projeto inicial. A medida possibilitaria uma economia de R$ 1 bilhão no projeto, que tem custo estimado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) de R$ 8,7 bilhões.

A principal mudança é a realocação da barragem em 9,2 quilômetros abaixo do ponto original, o que, segundo o consórcio, vai possibilitar que sejam feitas menos escavações, diminuindo os impactos ambientais e os custos, além de antecipar o cronograma da obra. As mudanças no projeto deverão ser aprovadas pela Aneel e também pelo Ibama, que é o responsável por conceder as licenças para o empreendimento.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ibama disse que ainda não foi notificado oficialmente das mudanças e que a alteração na localização do empreendimento é algo inédito na história do órgão. Em reunião realizada hoje (27) com a Aneel, representantes do consórcio se comprometeram a apresentar, dentro de 60 a 90 dias , o novo projeto com as mudanças que serão analisadas pelo órgão.

Para Irineu Meirelles, diretor-presidente da Madeira Energia, consórcio formado pelas empresas Odebrecht e Furnas e vencedor do leilão para construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio, as mudanças no projeto de Jirau podem atrasar as obras de Santo Antônio devido à possibilidade de se fazer novo licenciamento ambiental. O grupo também participou da disputa pela usina de Jirau. As duas usinas serão construídas no Rio Madeira, em Rondônia.

Na avaliação do advogado ambientalista Diamantino Silva Filho, os vencedores não têm legitimidade para realizar as alterações e o caso pode parar na Justiça, o que afetaria o cronograma da construção da usina hidrelétrica. Segundo ele, além da ação civil movida pelo Ministério Público, há ainda a possibilidade de uma ação movida pelo consórcio perdedor ou até de uma ação popular. Em ambos os casos, a obra seria suspensa. Para Diamaentino, o resultado do leilão pode até ser cancelado, “como uma medida extrema”.

“Não é porque o país precisa [de hidrelétricas] que se pode ultrapassar a legitimidade de órgãos que têm competência para opinar sobre determinados temas”, disse o advogado, lembrando que a competência para analisar os impactos ambientais de uma obra é do Ibama. Ele criticou o fato do consórcio não ter ouvido o instituto para realizar as mudanças. “Se o Ibama não foi ouvido e não opinou pela liberação da área para onde foi levada a usina, é evidente que há uma falta de legalidade e legitimidade nessa decisão”, concluiu.

Ao explicar as alterações, durante o anúncio dos vencedores do leilão, Victor-Frank Paranhos, presidente do Consórcio Energia Sustentável do Brasil - composto pelas empresas Suez Energy e Camargo Corrêa, Eletrosul e Chesf - disse que já foram feitos estudos sobre os impactos das mudanças. Ele destacou ainda que os estudos serão apresentados ao Ibama. “Cabe ao Ibama avaliar se o impacto será menor ou maior. Vamos mostrar um estudo técnico de grande profundidade, vamos solicitar reuniões com o Ibama e mostrar o nosso projeto, e esperar a análise profunda deles”, disse.

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Justiça Federal determina suspensão de licença ambiental de termelétrica no Maranhão

26 de Maio de 2008 - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O procedimento de licenciamento ambiental da usina termelétrica Porto do Itaqui, no Maranhão, que estava sendo realizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente, foi suspenso hoje (26) pela Justiça Federal do estado. A licença prévia, que já havia sido concedida, também foi suspensa.

De acordo com a Procuradoria da República no Maranhão, a decisão é fruto de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal no Maranhão e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) contra o estado do Maranhão e a Diferencial Energia Empreendimentos e Participações Ltda.

O recurso pede o reconhecimento da competência do Ibama para o licenciamento ambiental da termelétrica e questiona a competência do estado para licenciar a obra, já que a termelétrica deverá atingir áreas de manguezais e produzir energia, que deverá ser comercializada nacionalmente.

A Usina Termelétrica Porto do Itaqui, que será movida a carvão mineral, tem previsão de gerar 360 megawatts a partir de 2011.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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