(29/05/2008) Uma palestra totalmente
interativa com o público, ressaltando valores
humanos para lidar com questões ambientais
foi o que ocorreu nesta quinta-feira (29) no encontro
que o Fórum Gaúcho de Produção
Mais Limpa (FGPmaisL) promoveu com o professor
Paul Phillips, da Universidade de Northampton, do
Reino Unido. Ele é pioneiro do estudo e aplicação
de metodologias para a eficiência de recursos,
o que no Brasil é chamado de produção
mais limpa.
Por meio da criação
de “clubes”, formados por instituições
de ensino, de fomento, órgãos públicos
e não-governamentais, entidades de classe
e por empresas que buscam equacionar o processo
produtivo e a geração de resíduos,
de forma inteligente e econômica, Paul Phillips
alavancou o emprego da eficiência de recursos.
O processo iniciou em 1992 e, atualmente, são
50 clubes em todo o mundo liderados por ele, todos
com resultados positivos. Cada clube pode atender
diversas empresas.
“Na Inglaterra, por muitos anos,
o lado tecnológico da produção
mais limpa foi desenvolvido, mas em detrimento dos
valores humanos da sociedade. Uma abordagem apenas
tecnológica funcionará de forma limitada,
porque a empresa é muito mais do que um processo
tecnológico; ela envolve os empregados, os
fornecedores e até o contador,” afirmou Paul
Phillips. “Então se tomou o passo corajoso
de dizer que iríamos lidar com a empresa
de forma holística, levando a produção
mais limpa para cada componente da empresa. Pensaram
que estávamos loucos e que não funcionaria,
mas funcionou”, disse Phillips. “A fórmula
mágica é lidar com todos os domínios
humanos. Você tem um sentimento em relação
às coisas com que trabalha, então
se desenha um programa que englobe as pessoas do
local. Tem que ser desenvolvidos indicadores para
dada cultura, para dado local, a partir, por exemplo,
da visão feminina, masculina, dos jovens
e daqueles que detêm baixos salários”,
explicou o especialista. Ele ainda acrescentou que
uma das áreas de atuação tem
que ser a psicologia do mau comportamento em relação
ao meio ambiente na indústria e no comércio,
para reverter a situação.
Phillips também afirmou
que com a economia feita pela indústria na
aplicação de mecanismos de produção
mais limpa são mantidos empregos e gerados
outros. Entre as milhares de empresas, micro, médias
e de grande porte, com resultados atingidos, Paul
Phillips destacou o caso de uma indústria
de fotocopiadoras, com três mil empregados,
prestes a fechar. Foi sugerida a criação
do clube de PmaisL da empresa para todas as suas
filiais. “Juntaram a força de trabalho e
todos se tornaram ativos. A economia foi de 200
mil libras em um ano”, contou. Atualmente, a empresa
é referência mundial e detentora de
vários prêmios.
Situação gaúcha
- No RS, a Escola de Administração
da UFRGS vem estabelecendo propostas de cooperação
com o governo britânico. O assunto tem sido
levado para dentro do FGPmaisL, onde a Escola de
Administração tem assento.
O Diretor Executivo do Comitê
Gestor do FGPmaisL, Carlos Adilio Maia do Nascimento,
propõe a formatação de um projeto,
com engajamento da Secretaria Estadual do Meio Ambiente
(Sema), ao qual o fórum é vinculado,
para buscar convênio entre o Estado, Ministério
do Meio Ambiente e Governo Britânico, a fim
da criação de clubes aqui no RS. “Uma
vez formatado esse convênio, também
poderá ser levado ao Departamento de Cooperação
em Ciência e Tecnologia do Ministério
das Relações Exteriores, formalizando
o ato, o que abre espaço para financiamentos
por órgãos internacionais”, destacou
Nascimento.
Segundo a secretária executiva
do FGPmaisL, Ana Cruzat, o SEBRAE/RS e o Centro
Nacional de Tecnologias Limpas (CNTL) atuam com
grupos de empresas na aplicação de
produção mais limpa, sob a visão
tecnológica, que será absorvida pelo
Fórum, com ampliação para o
aspecto socioambiental nas comunidades onde as empresas
estão localizadas, iniciando, assim, a formação
dos primeiros clubes gaúchos.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
+ Mais
Semana do Meio Ambiente abre com
reforço para conservação da
Mata Atlântica
(26/05/2008) A abertura da Semana
Estadual do Meio Ambiente 2008 será marcada
pela inauguração de obra que contribuirá
com as ações do Projeto de Conservação
da Mata Atlântica RS.
No município de Osório,
em 27 de maio - Dia Nacional da Mata Atlântica,
às 9 horas, será inaugurada a sede
do pelotão de um dos Batalhões do
Comando Ambiental da Brigada Militar, que fica na
esquina das ruas Firmiano Osório e 24 de
Maio. Estarão presentes o Secretário
do Meio Ambiente, Otaviano Moraes, e a Gerente Executiva
do Projeto Mata Atlântica, Vera Pitoni.
O prédio, com dois pavimentos,
tem 420m² de área construída,
no valor de R$ 601 mil reais provenientes do Banco
Alemão de Desenvolvimento KfW Entwicklungsbank,
por meio da cooperação financeira
com o Estado do Rio Grande do Sul, através
da Secretaria do Meio Ambiente/Projeto Mata Atlântica
RS. Somados à edificação, a
infra-estrutura com mobiliário, equipamentos,
informática e veículos totalizam pouco
mais de R$ 1 milhão de investimento na sede.
O Comando Ambiental da Brigada
Militar é um dos co-executores do Projeto
de Conservação da Mata Atlântica,
coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema).
A construção de
sedes para o policiamento ambiental é uma
das ações previstas no Projeto, além
da estruturação do Departamento de
Florestas e Áreas Protegidas da Sema, da
implementação de 11 unidades de conservação
com a elaboração de seus planos de
manejo, estudos fundiários das áreas,
inclusão das populações locais
e de organizações não-governamentais
em conselhos consultivos das unidades e execução
de Sistema de Informações Geográficas.
BIODIVERSIDADE - O foco do Projeto
são 28 municípios do nordeste gaúcho,
estando a maioria deles na região turística
do Litoral Norte: Osório, Arroio do Sal,
Capão da Canoa, Caraá, Imbé,
Dom Pedro de Alcântara, Itati, Terra de Areia,
Maquiné, Morrinhos do Sul, Tramandaí,
Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Torres,
Xangrilá, Santo Antônio da Patrulha,
Igrejinha, Jaquirana, Gramado, São Francisco
de Paula, São José dos Ausentes, Riozinho,
Rolante, Taquara, Canela, Cambará do Sul
e Três Coroas.
A Mata Atlântica tem uma
biodiversidade oito vezes maior do a da Amazônia
e é um dos últimos refúgios
para a fauna e flora, incluindo muitas espécies
ameaçadas de extinção.
O Bioma Mata Atlântica,
considerado Patrimônio Nacional pela Constituição
Federal, ocupava cerca de 1.300.000km² do território
brasileiro e hoje seus remanescentes estão
reduzidos a aproximadamente 7,84% da cobertura florestal
original. No RS o Bioma abrange, atualmente, uma
área de aproximadamente 130.903 Km²,
ou seja, cerca de 46% da área do Estado.
A Semana Estadual do Meio Ambiente
segue até 05 de junho – Dia Mundial do Meio
Ambiente. Programação completa em
www.sema.rs.gov.br.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
+ Mais
Uso da energia é grande
responsável por mudanças climáticas
(27/05/2008) “Nenhum documento
afirma que ciclones, tornados e terremotos que têm
acontecido são conseqüências das
mudanças climáticas. Eles poderiam
acontecer de forma natural. Mas a indicação
é de que eles vão se intensificar
com as mudanças climáticas.” A colocação
é do doutor em planejamento energético
e membro do Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas, Neilton Fidelis. Ele foi o palestrante
na manhã desta terça-feira (27) do
encontro promovido pelo Fórum Gaúcho
de Mudanças Climáticas (FGMC), vinculado
à Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema),
no auditório do TecnoPUC, no campus central
da PUCRS.
Segundo Neilton Fidelis, 65% das
emissões do mundo que influem nas alterações
do clima advêm da produção e
uso da energia. “Isso porque inúmeras atividades
humanas dependem da energia”, diz. Para ele, uma
forma de mitigação seria o uso de
energias alternativas, como a eólica. Mas
Fidelis ressalta que o gargalo da questão
está no modelo de produção
e consumo. “E o mundo não está muito
disposto a rever isso”, lamenta.
Neilton Fidelis falou sobre a
atuação do Fórum Brasileiro
de Mudanças Climáticas, cujo objetivo
é conscientizar e mobilizar a sociedade para
a discussão e tomada de decisão sobre
os problemas das emissões, por atividades
humanas, de gases que intensificam o efeito estufa.
“A essência de um fórum permanente
é esse tablado de discussão, seja
convergente ou divergente, para contribuir com proposições
à política nacional de mudanças
climáticas”, disse Fidelis. Ele também
comentou a elaboração do Plano Nacional
sobre Mudanças do Clima, que busca organizar
todas as ações referentes às
questões do aquecimento global e seus desdobramentos
sociais. O Plano está centrado em quatro
eixos temáticos: mitigação;
vulnerabilidade, impacto e adaptação;
pesquisa e desenvolvimento; capacitação
e divulgação. Neilton Fidelis destacou
que o aspecto da vulnerabilidade é muito
importante nas discussões regionais sobre
as mudanças climáticas.
No Brasil, além do Rio
Grande do Sul, há oito Estados com Fórum
de Mudanças Climáticas instituído:
PR, SP, RJ, MG, BA, ES, AM, CE. Tocantins e Santa
Catarina estão se articulando. O Fórum
mais antigo é o de São Paulo.
O evento segue durante a tarde
com workshop, em que alguns membros do FGMC apresentam
estudos regionais sobre mudanças do clima
realizados por suas entidades, envolvendo agricultura,
saúde, biodiversidade e outras áreas.
O encontro organizado pelo Fórum
Gaúcho de Mudanças Climáticas
integra a Semana do Meio Ambiente 2008, que iniciou
hoje e segue até 05 de junho – Dia Mundial
do Meio Ambiente.
ASSECOM SEMA
Texto: Jornalista Jussara Pelissoli
+ Mais
Fepam conclui laudo sobre vazamento
de óleo no terminal da Transpetro
(27/05/2008) A Fepam autuou a
Transpetro nesta terça-feira (27) em R$ 25.492,00
por ter causado poluição com lançamento
de substância oleosa nas areias da praia do
município de Tramandai, numa extensão
de 1.500 metros, contados a partir da plataforma
de pesca, em direção ao sul, decorrente
do vazamento de 1000 litros de petróleo bruto
ocorrido na monobóia MN – 602.
O relatório sobre os danos
ambientais gerados nas areais da praia foi concluído
pelos técnicos do Serviço de Emergência
Ambiental (SEAMB) da Fepam. Considerando as informações
prestadas pela Transpetro, as avaliações
de campo, incluindo a vistoria de faixa de praia
e o sobrevôo realizado, os técnicos
entenderam aceitável o volume estimado de
1000 litros de petróleo vazado.
Os técnicos consideraram
também a relação entre o volume
vazado com os danos ambientais de acidentes anteriores,
como exemplo, o vazamento de oito mil litros de
petróleo ocorrido na monobóia em 09/11/1997,
que atingiu uma extensão de 14 Km, ou ainda,
no evento do vazamento de 18 mil litros, ocorrido
em 11/03/2000, onde a extensão de faixa de
praia atingida estimada foi de 30 Km. Conforme a
avaliação, o vazamento foi considerado
de pequena magnitude, isto comprovado pelos efeitos
constatados no mar e linha de praia.
Concluíram também
que a operação de resgate da tubulação,
programada com antecedência, deveria ser precedida
de medidas preventivas, tais como a colocação
de barreiras de contenção de óleo
no entorno da monobóia.
O Engenheiro Vilson Trava Dutra,
informou também que os critérios adotados
incluíram os seguintes itens: Risco a saúde
– baixo; Impacto ao Meio Ambiente – baixo; Atingindo
a área de regime especial de uso (Lei Federal
7661-88, Art. 10, e Código Estadual do Meio
Ambiente, Lei Estadual 11.520/2000, Art. 51, VII);
Atingindo áreas urbanas; Em feriado.
Ressalta-se que a aplicação
de penalidades pela poluição do mar
é de competência da União através
do IBAMA e Capitania dos Portos.
A empresa deverá também,
no prazo de 20 dias, comprovar o destino dos resíduos
gerados e apresentar relatório técnico
do acidente.
ASSECOM SEMA/ FEPAM
Coordenação: Eliane do Canto