24 de Maio
de 2008 - Da Agência Brasil - Fábio
Rodrigues Pozzebom/Abr - Brasília - Garrafas
de plástico na prateleira de uma distribuidora
de bebidas. Mais de um mês após a liberação
do uso do plástico reciclado de garrafas
PET na embalagem de alimentos, nenhuma empresa obteve
licença para trabalhar nesse mercado
Brasília - Mais de um mês após
a liberação do uso do plástico
reciclado de garrafas tipo PET (usadas em refrigerantes)
para produção de embalagens de alimentos,
nenhuma empresa obteve ainda a licença para
trabalhar nesse mercado, que segundo o diretor do
Centro de Estudos Socioambientais Pangea, Antonio
Bunchast, tem potencial de crescimento para movimentar
quase R$ 200 milhões ao ano.
Segundo a Associação
Brasileira da Indústria do PET, aproximadamente
51% de todo esse material plástico é
reciclado, deixando outras 184 milhões de
toneladas produzidas por ano nos aterros e lixões.
Para Antonio Bunchast, a resolução
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) que permite o uso do PET reciclado para
produzir embalagens de alimentos provavelmente irá
aumentar a reciclagem desse material. “A probabilidade
é que aumente a coleta do PET por parte dos
catadores, já que vai haver um aumento da
demanda desse produto”, explicou Bunchast.
Ele considera a medida “positiva
do ponto de vista ambiental e positiva do ponto
de vista da geração de trabalho e
renda”. Porque não só “poupa recursos
naturais, mas se torna um negócio viável
para cooperativas de catadores de materiais recicláveis”.
Bunchast apontou ainda a importância
da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
que prevê a co-responsabilização
dos produtores dos materiais na coleta dos resíduos
pós-consumo. Ele usou como exemplo o caso
das embalagens Tetra Pak, utilizadas em leite longa
vida, e os copos descartáveis, que não
são reciclados devido aos altos custos para
o reaproveitamento.
“Não se pode produzir Tetra
Pak de uma maneira difusa, sem um planejamento de
como se vai recuperar aquele resíduo na natureza
depois”, ressaltou.
Uma das empresas que pretende
reciclar plástico PET para embalar alimentos,
a Bahia PET, já utiliza um sistema de reaproveitamento
aprovado na Alemanha. O diretor industrial, Waltencir
Teixeira, explicou que a técnica de reciclagem
usada pela empresa começa com uma lavagem
química do material, depois passa por um
processo de fusão a 280º C, para então
ser filtrado.
De acordo com o diretor, ao final
do processo, o material está “tão
descontaminado quanto o material virgem”. Uma garrafa
PET de plástico reciclado custa cerca de
15% menos do que uma feita com outro tipo de matéria-prima.