Panorama
 
 
 

BRASIL TEM MAIS DE 3 MILHÕES DE HECTARES DE TERRA EM PODER DE ESTRANGEIROS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

12 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Números do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) mostram que estrangeiros são donos de mais de 3,8 milhões de hectares de terra no Brasil. Somente em Mato Grosso, os investidores internacionais têm aproximadamente 754 mil hectares, divididos em 1.377 propriedades rurais. Seguem na lista São Paulo e Mato Grosso do Sul, estados em que os estrangeiros têm, respectivamente, 504 mil e 423 mil hectares.

Diante do quadro, a Advocacia-Geral da União (AGU) já trabalha na elaboração de um parecer para limitar a compra de terras brasileiras por estrangeiros, como estratégia de defesa da soberania do país.

A lei federal existente é pouco restritiva e movimentos sociais consideram a concentração estrangeira inadmissível em um país com demandas camponesas não atendidas. “É um incoerência, uma injustiça e uma imoralidade. Como se não bastasse a concentração de terras nas mãos de poucos brasileiros, outra parte que poderia ser destinada à reforma agrária está com não-brasileiros”, criticou, em entrevista à Agência Brasil, o padre Dirceu Fumagalli, coordenador nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Favorável ao endurecimento da legislação, o padre Fumagalli avalia que a presença crescente de estrangeiros no meio rural pode ter conseqüências mais graves na região amazônica. “A Amazônia, por estar no foco do embate da questão ambiental, tem uma propensão maior à ampliação de grandes territórios nas mãos de estrangeiros". Para ele, a preocupação é porque o primeiro impacto se dá sobre as comunidade tradicionais.

Quem também defende providências imediatas do governo para conter a ocupação de terras nacionais por estrangeiros é o deputado federal Anselmo de Jesus ( PT-RO), coordenador da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar. “Temos que colocar regras mais duras, como existem em outros países, e isso tem que ser para já”, afirmou o deputado.

Natural da Amazônia, o parlamentar diz que o governo e a sociedade brasileira precisam se conscientizar da necessidade de atuar juntos para proteger a região, superando um descaso histórico: “ Muitas vezes, a Amazônia não recebeu o tratamento devido e agora temos que sair batendo no peito para dizer que ela é nossa. Precisamos de políticas mais voltadas para atender as necessidades de quem vive na região e assim ela ficará protegida”.

Em entrevista ao programa Diálogo Brasil, da TV Brasil, o diretor de Cursos Corporativos da Fundação Getulio Vargas, Antônio Porto Gonçalves, argumentou que a presença de estrangeiros como proprietários de terras não é o maior problema fundiário do país: “O estrangeiro pode ser dono de terra, mas está sujeito às leis brasileiras. As autoridades podem entrar lá. Ser estrangeiro não é crucial. O importante é não ter o monopólio, o poder de mercado. O latifúndio é que é prejudicial, porque cria um poder local indevido e antidemocrático”.

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Mangabeira anuncia na Câmara medidas do Plano Amazônia Sustentável

11 de Junho de 2008 - Juliana Maya - Repórter da Rádio Nacional da Amazônia - Brasília - O Plano Amazônia Sustentável (PAS) foi tema de debate hoje (11), na Câmara, entre ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Roberto Mangabeira Unger, e parlamentares.

Durante audiência, Mangabeira anunciou sete medidas para o PAS, que já foram debatidas com os governadores dos estados da Amazônia. São elas: regularização fundiária; ações contra o desmatamento; incentivo a cooperativas de produtores da região, sem inibir a competição; investimento em transporte multimodal na Amazônia, com melhoria de acesso à região; condições de sustentabilidade para as comunidades locais; capacitação de recursos humanos; e instalação de indústrias agroflorestais. Agora as medidas serão analisadas por grupos de trabalho que ainda serão constituídos.

O ministro acrescentou que a prioridade, entre as medidas, é a regularização fundiária. Ele também voltou a afirmar que não há conflito entre desenvolvimento e preservação do meio ambiente. Segundo Mangabeira, se os 25 milhões de brasileiros que vivem na Amazônia não tiverem oportunidades econômicas serão levados à atividades que aceleram o desmatamento.

“A Amazônia não é apenas uma coleção de árvores, é um grupo de pessoas. Portanto, um projeto ambiental carente de projeto econômico seria inconsistente e contraproducente”, ressaltou o ministro.

Mangabeira disse que, neste momento, devem ser pensadas estratégias distintas para a Amazônia com floresta, e para a Amazônia sem floresta. Ele garantiu estar aberto a futuras propostas de deputados que queiram contribuir com o Plano Amazônia Sustentável.
O deputado André de Paula (DEM-PE), presidente da comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, afirma que o debate é um momento muito importante para a implementação do PAS. Ele diz acreditar na combinação entre desenvolvimento e preservação e acrescenta que "o Brasil já amadureceu muito pra chegar a este momento e não dá para aceitar qualquer alternativa de desenvolvimento que não respeite a questão da sustentabilidade”.

O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), vice-presidente da comissão de Meio Ambiente, acredita que é preciso que o governo invista recursos para que as medidas anunciadas pelo ministro se concretizem. Segundo o parlamentar, esse é um momento crucial para que o PAS realmente contribua para a questão ambiental no país. “Esses grupos de trabalho que ele propôs têm que ter data de início e de conclusão”, afirma Tripoli.

Também participou da audiência pública a deputada Janete Capiberibe (PSB-AP), presidente da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional, entre outros parlamentares.

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Ibama multa madeireira de sueco dono de terras na Amazônia em R$ 381 milhões

6 de Junho de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou em R$ 381 milhões a madeireira Gethal Amazonas S.A., do sueco Johan Eliasch, investigado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) por suspeita de irregularidades na compra de terras na Amazônia.

De acordo com o Ibama, a empresa não cumpriu o Termo de Ajustamento de Conduta assinado com o órgão em 2005, se comprometendo a apresentar certidões de posse e certificado de regularidade de propriedades.

A principal multa, segundo o órgão, refere-se à extração, transporte e comércio de cerca de 700 mil metros cúbicos de madeira – o equivalente a 230 mil árvores – em desacordo com a legislação ambiental brasileira.

Além da multa, o Ibama determinou o embargo federal nas áreas do plano de manejo da empresa. A regularidade das propriedades do empresário sueco também serão alvo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que estuda pedir o cancelamento de registros de terras supostamente adquiridas por Eliasch, na Amazônia.

Nos próximos dias, segundo o Incra, a Procuradoria Federal Especializada (PFE) enviará procuradores aos municípios amazonenses de Manicoré e Itacoatiara para verificar a existência de registros de imóveis em nome da madeireira Gethal nos cartórios municipais.

O Incra tem registro de 33 mil imóveis adquiridos por estrangeiros, que somam mais de 5,5 milhões de hectares.

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Madeireira multada pelo Ibama tem 20 dias para recorrer

6 de Junho de 2008 - Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A madeireira Gethal Amazonas S.A., do sueco Johan Eliasch, multada em R$ 381 milhões pelo Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) terá 20 dias para apresentar defesa e recorrer da multa. De acordo com o chefe da Divisão de Controle e Fiscalização do Ibama, Adilson Cordeiro, a notificação foi enviada hoje (6) à empresa.

O valor da multa, segundo Cordeiro, levou em conta a quantidade de madeira extraída e comercializada ilegalmente – 699.809 metros cúbicos. “É uma quantidade equivalente a 230 mil árvores da Amazônia. A maior parte da madeira foi destinada à exportação”, disse.

O Ibama também determinou embargo federal nas áreas do plano de manejo da empresa estrangeira. “Não fazemos distinção entre empresas estrangeiras e nacionais. As providências são adotadas de acordo com a legislação”, afirmou Cordeiro.

A regularidade das propriedades do empresário sueco também serão alvo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que estuda pedir o cancelamento de registros de terras supostamente adquiridas por Eliasch, na Amazônia.

De acordo com o agente do Ibama, se a empresa quitar o débito no prazo de 20 dias, terá desconto de 30% sobre o valor total.

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Ministério vai realizar ação conjunta contra crimes ambientais

8 de Junho de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O Ministério do Meio Ambiente vai realizar seminários com a Justiça dos estados da Amazônia para acelerar a produção de provas e o acompanhamento dos inquéritos de crimes ambientais. O objetivo, segundo revelou hoje (8) no Rio de Janeiro o ministro Carlos Minc, é permitir que, além das apreensões, haja a responsabilização daqueles que degradam o meio ambiente na região.

Amanhã (9) pela manhã, Minc participará de reunião ministerial, quando explica ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o custo das operações definidas por sua pasta para ampliar a defesa da Amazônia. Ele informou que o custo é pequeno, “face à questão nacional e internacional de impedir a destruição da Amazônia”.

Minc adiantou, porém, que a operação será centrada em alguns casos exemplares. Ele lembrou que no último dia 5, o presidente indicou a necessidade de “pegar casos exemplares, autuar e botar na prisão, de tal forma que não se tenha genéricas acusações”, disse.

O ministro acredita que mais de 70% a 80% dos produtores que se encontram na Amazônia querem se legalizar. “E nós vamos dar margem a isso”. Ele disse que a meta não é tratar genericamente a soja, a pecuária ou a madeira, por exemplo. “Nós vamos distinguir em cada caso quem está na linha, quem quer estar na legalidade. Vamos separar o joio da soja”, afirma.

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Ibama poderá leiloar bens apreendidos em crimes ambientais, afirma Minc

8 de Junho de 2008 - Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar no prazo de 15 dias decreto que vai alterar parte da Lei de Crimes Ambientais, permitindo, por exemplo, a redução do prazo de quatro anos para quatro meses dos recursos de delitos ambientais.

A informação foi dada hoje (8) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao participar da solenidade de posse da nova diretoria da Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (Serla). Segundo ele, o decreto já foi discutido na Casa Civil.

Sem dar muitos detalhes sobre as mudanças, Minc afirmou que um dos 50 artigos do novo decreto se refere ao chamado “perdimento”, ou seja, a destinação dos bens apreendidos. O objetivo é dar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) poder sobre o destino dos bens apreendidos de delitos ambientais, tal como ocorre atualmente com a Receita Federal.

“O Ibama hoje não tem o poder que a Receita tem de imediatamente pegar os bens apreendidos e dar destinação, leiloar”.

Segundo ele, os processos demoram cerca de três a quatro anos para serem concluídos. Os demais artigos do decreto são referentes à diminuição de prazos e de recursos e simplificação de procedimentos.

“Por que só 5% das multas são pagas?", questionou o ministro. Ele admitiu que alguns laudos, às vezes, são mal feitos e que a Justiça atrasa, “mas, às vezes, o decreto que regulamentava a lei abria uma quantidade de possibilidades de protelação, de recursos, de impugnações e isso caía fora da atividade da multa”, disse o ministro.

As mudanças que estão sendo introduzidas permitirão que um criminoso ambiental, “ao invés de poder ficar enrolando quatro anos, em quatro meses já está lá na marca do pênalti, com cartão vermelho. O que adianta você ter uma lei rígida se 95% não pagam a multa?”, indagou o ministro.

Na avaliação de Carlos Minc, a demora no recebimento de valores de multas significa que recursos que poderiam equipar os órgãos ambientais deixam de ser arrecadados. Segundo ele, o papel da multa é desestimular a impunidade ambiental.

Carlos Minc salientou que o maior rigor contra os crimes ambientais deve estar atrelado à obtenção de linhas de financiamento para os trabalhadores da Amazônia. “O que vai criar um novo modelo não só para a Amazônia é a combinação dessas duas atividades, cada vez mais fortes. Cada vez mais recursos e apoio para um novo modelo. E cada vez mais eficácia, uso da inteligência”.

O ministro disse que pretende se encontrar com o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, para ver como poderá ser criado um banco de dados verde. O objetivo é desmontar as grandes quadrilhas de criminosos ambientais e de receptadores, infiltradas inclusive nos órgãos públicos, disse o ministro.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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