2 de Junho
de 2008 - Ana Luiza Zenker* - Repórter da
Agência Brasil - Brasília - O aumento
na área desmatada na Amazônia Legal
passou de 4.974 quilômetros quadrados, entre
2006 e 2007, para 5.850 quilômetros quadrados
de agosto de 2007 até o mês de abril
de 2008, o que chamou a atenção dos
pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). Isso porque, nos últimos
três anos, o ritmo de desmatamento na região
vinha diminuindo.
Segundo dados apresentados hoje
(2) pelo diretor do Inpe, Gilberto Câmara,
até agora 17% da cobertura original da floresta
já foram desmatadas, totalizando cerca de
700 mil quilômetros quadrados, dos quais 300
mil quilômetros quadrados desmatados só
nos últimos vinte anos. Além disso,
a cada dez segundos, de acordo com o diretor, é
desmatada uma área equivalente a um campo
de futebol, na Amazônia. No cômputo
geral, as áreas mais devastadas são
o estado de Rondônia, o nordeste de Mato Grosso
e o leste do Pará.
+ Mais
Minc diz que indícios de
aumento da devastação na Amazônia
exigem resposta imediata
2 de Junho de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, disse hoje (2) que os “indícios”
de aumento do desmatamento na Amazônia, constatados
pelos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe), exigem uma resposta imediata dos órgãos
de fiscalização e proteção.
“O dado é preocupante.
Não vamos brigar com os termômetros
e chorar a seiva derramada. Vamos agir. Algumas
ações ainda não geraram frutos
e outras serão adotadas agora”, disse Minc.
Entre as propostas anunciadas
por Minc está a apreensão de gado
em propriedades onde for caracterizado o desmatamento
ilegal. As ações de fiscalização
que devem ocorrer a partir de 15 de junho serão
realizadas em conjunto com forças policiais.
O ministro responsabilizou a produção
de soja e a criação de gado pela devastação
recente da Amazônia. “Os preços da
soja e da carne estão disparados e essa relação
é historicamente comprovada no Brasil. Há
um estímulo para que novas áreas sejam
ocupadas por soja, que joga o gado para frente.
E o avanço do gado é responsável
por 70% a 80% do desmatamento na Amazônia”,
afirmou.
Minc também alertou para
o fato de que a realidade da degradação
na Região Amazônica possa ser ainda
mais grave do que os dados apontados pelo Inpe até
o momento. “Os piores meses de desmatamento são
tradicionalmente junho, julho, agosto e setembro
quando há estiagem e avanço da preparação
de terrenos. O pior está por vir e agora
é que será o nosso teste”, disse.
Apesar de o Inpe ter revelado
que o estado do Mato Grosso concentrou 70% do desmatamento
detectado no mês de abril, o ministro evitou
fazer críticas ao governador Blairo Maggi.
“Não estou aqui para atacar ou defender governador.
Quero trabalhar junto. Falei hoje com o Blairo Maggi
e pretendo ir até o estado ainda neste mês”,
afirmou.
+ Mais
Diminuição de nuvens
sobre a Amazônia também contribuiu
para desmatamento
2 de Junho de 2008 - Ana Luiza
Zenker* - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A diminuição da
cobertura de nuvens sobre os estados, que fazem
parte da Amazônia Legal, influenciou no aumento
da área que sofreu corte raso ou degradação
progressiva. É o que indica o informe apresentado
hoje (2) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
Segundo o informe apresentado,
a área desmatada na região subiu de
145 quilômetros quadrados, em março,
para 1.123 quilômetros quadrados durante o
mês abril deste ano. O instituto ressaltou,
porém, que, em abril, as nuvens cobriam 53%
da Amazônia Legal. No mês anterior,
a cobertura chegou a 78% da área.
Atualmente, são dois os
sistemas utilizados pelo Inpe para monitorar o desmatamento.
Um deles, a Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), que capta imagens somente
acima de uma altura de 250 metros. Com isso, a cobertura
de nuvens na região prejudica a identificação
das áreas desmatadas.
De acordo com o diretor do Inpe,
Gilberto Câmara, o instituto está investindo
para melhorar a qualidade do serviço. A expectativa
é de que até 2011 estejam em funcionamento
novos satélites, com capacidade de captar
imagens de alturas abaixo de 50 metros. Com isso,
as nuvens não devem mais atrapalhar tanto
na captação das imagens.
O outro sistema, o Programa de
Cálculo do Desflorestamento da Amazônia
(Prodes), somente vai ser divulgado em agosto próximo.
+ Mais
Para ministro, desmatamento anual
no Brasil dificilmente será inferior ao último
registrado
2 de Junho de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Na entrevista coletiva em que
avaliou os dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Especiais (Inpe) sobre o desmatamento na Amazônia
em abril, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc,
fez uma previsão pessimista em relação
aos dados anuais que serão consolidados em
agosto pelo Programa de Cálculo do Desflorestamento
da Amazônia (Prodes).
“Muito dificilmente o desmatamento
será menor que no ano passado. Chegamos ao
segundo nível mais baixo dos últimos
15 anos e sempre que se chega nesse nível
surgem pequenos aumentos, que poderão ser
estimulados pelos preços internacionais favoráveis
à soja e carne”, afirmou Minc, que responsabiliza
essas atividades produtivas pelo aumento da devastação.
A previsão do ministro
encontra amparo em medições do Inpe
pelas quais o aumento na área desmatada na
Amazônia Legal passou de 4.974 quilômetros
quadrados, entre 2006 e 2007, para 5.850 quilômetros
quadrados de agosto de 2007 até o mês
de abril de 2008.
O ministro relativizou, porém,
o impacto negativo que o recrudescimento da destruição
da floresta possa ter. Ele enfatizou a necessidade
de se pensar em soluções duradouras
para o problema.
“Nossa guerra não é
apenas com número. O objetivo é lançar
as bases de um novo modelo de desenvolvimento. Nossa
guerra é substituir o modelo predatório
atual, que empobrece o povo e destrói a floresta.
Queremos um modelo em que floresta possa ser preservada
como banco genético importante e que o povo
tenha condição de vida melhor”, disse
Minc.
+ Mais
Minc promete trabalho em parceria
com Maggi no combate ao desmatamento
2 de Junho de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, mostrou-se hoje (2) disposto a não
adotar uma posição de enfrentamento
com relação ao governador do Mato
Grosso, Blairo Maggi, que comanda o estado apontado
pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe)
como principal responsável pelo desmatamento
recente da Amazônia.
“Conversei hoje com ele [Maggi]
que o importante é trabalhar em conjunto
para garantir a produção sustentável
e combater o desmatamento. Inclusive entre 2002
e 2007, o estado do Mato Grosso foi um dos que mais
diminuiu o desmatamento”, disse Minc.
O ministro informou que o trabalho
em conjunto com Maggi é uma “determinação
do presidente Lula” e anunciou que deverá
fazer um visita ao Mato Grosso ainda em junho. “Nós
não queremos chorar a seiva derramada. Queremos
impedir o desmatamento e vamos atuar com os estados”,
afirmou Minc.
+ Mais
Mato Grosso foi responsável
por 70% do desmatamento da Amazônia em abril,
diz Inpe
2 de Junho de 2008 - Marco Antônio
Soalheiro* - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - O Instituto Nacional de Pesquisas
Espacias (Inpe) informou hoje (2) que 1.123 quilômetros
quadrados da Floresta Amazônica sofreram corte
raso ou degradação progressiva durante
o último mês de abril.
Desse total, 794 quilômetros
quadrados foram devastados somente no estado do
Mato Grosso. Os dados foram colhidos pelo sistema
Detecção do Desmatamento em Tempo
Real (Deter).
Em março, o mesmo sistema
havia registrado destruição de 112
quilômetros quadrados de floresta no estado
do Centro-Oeste, mas naquele mês 69% do Mato
Grosso não pôde ser observado pelos
satélites, por causa da presença de
nuvens. Em abril, a visibilidade aumentou, pois
apenas 14% do estado permaneceu encoberto.
O segundo estado em área
desmatada no mês de abril foi Roraima, com
284,8 quilômetros quadrados com corte raso
ou degradação, seguido por Rondônia,
com 34,6 quilômetros quadrados devastados
no último mês.
Neste último, a cobertura
de nuvens que cobria 96% da área do estado
em março, quando ele sequer apareceu entre
os cinco com a maior área desmatada, caiu
para 5% em abril.
O Deter apura apenas desmatamentos
com área maior que 25 hectares, por conta
da resolução dos sensores espaciais.
Entretanto, devido à cobertura de nuvens,
nem todos os desmatamentos maiores que 25 hectares
são identificados pelo sistema.
+ Mais
Nuvens atrapalham medição
do desmatamento, afirma pesquisador
2 de Junho de 2008 - Ana Luiza
Zenker* - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Os próximos resultados
do Programa de Cálculo do Desflorestamento
da Amazônia (Prodes), que vão ser divulgados
em agosto, devem trazer uma surpresa com relação
às taxas de desmatamento em Mato Grosso,
segundo o secretário de Meio Ambiente do
estado, Luis Henrique Daldegan.
“A taxa anual de desmatamento
da Amazônia medida pelo Prodes vai mostrar
uma surpresa em relação ao Mato Grosso,
com diminuição em relação
ao ano passado”, afirmou Daldegan, hoje (2), logo
depois da divulgação dos dados do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
que mostraram o estado como o que teve a maior área
desmatada em abril.
O secretário disse ainda
que a Secretaria do Meio Ambiente mato-grossense
é a única a embargar áreas
na Amazônia e garantiu que o estado vai continuar
a fiscalização das áreas onde
é apontado desmatamento ilegal.
O governador Blairo Maggi não
comentou ou números do Inpe. De acordo com
o instituto, o Mato Grosso foi responsável
por 70% dos 1.123 quilômetros quadrados desmatados
na Amazônia Legal em abril. A assessoria de
imprensa destacou a influência que as nuvens
exerceram nos resultados, impedindo que a devastação
fosse observada em estados como o Pará.
A exemplo do que já tinha
sido ressaltado no informe apresentado pelo Inpe,
o pesquisador do Instituto Homem e Meio Ambiente
da Amazônia (Imazon), Adalberto Veríssimo,
afirmou que a quantidade de nuvens que cobrem a
região da Amazônia até abril
dificulta saber qual é o índice real
de desmatamento da área.
Veríssimo também
lembrou o caso do Pará, que teve, durante
o mês, quase 90% do seu território
encoberto, inviabilizando o registro das imagens
que demonstraram o desmatamento. “É provável
que no próximo relatório, que será
o do mês de maio, que é um mês
em que diminui a proporção de nuvens,
a gente possa registrar melhor o ocorreu no Pará”,
disse, em entrevista à Agência Brasil.
No entanto, ele destacou a ressalva
feita pelo instituto. “A gente sabe exatamente qual
o estado onde provavelmente está subestimando
[o desmatamento], é o caso do Amapá,
do Maranhão, do Pará, onde a cobertura
de nuvens é acima de 2/3 [do território];
no caso do Pará foi quase 90%, no Amapá
foi 94%, Maranhão foi 76%, e no outro extremo,
estados como Roraima, Rondônia e Mato Grosso,
onde a proporção de nuvens foi muito
pequena e os números estão mais próximos
do que aconteceu”, disse.
O pesquisador afirmou que, por
enquanto, não há o que fazer, já
que a tecnologia disponível só consegue
capturar imagens de alturas acima das nuvens.
+ Mais
Para pesquisador, governo deve
ser mais rígido no combate ao desmatamento
da Amazônia
2 de Junho de 2008 - Ana Luiza
Zenker - Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Os números divulgados
hoje (2) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe) reafirmam a tendência de aumento na
devastação da área da Floresta
Amazônica e mostram que o governo deve ser
ainda mais rígido no combate ao desmatamento.
É o que disse o pesquisador do Instituto
do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon),
Adalberto Veríssimo. “[Os dados] revelam
que o desmatamento não é algo fácil
de ser domado”, afirmou, em entrevista à
Agência Brasil.
Para Veríssimo, apesar
de o levantamento via satélite feito pelo
Inpe não ser completamente correto, especialmente
por causa da interferência das nuvens, o trabalho
tem a importância de “manter um debate sobre
o desmatamento e também orientar o próprio
governo federal e estaduais na formulação
de políticas públicas para o meio
ambiente”.
Ele destacou que a devastação
da região amazônica tem crescido desde
o ano passado. Desde agosto, acrescentou, “todos
os meses o desmatamento está sempre maior
quando a gente compara com o mesmo mês do
ano anterior”.
O pesquisador, no entanto, ressaltou
que, mesmo que as medidas anunciadas pelo governo
no início do ano, tanto de repressão,
que já estão em vigor, quanto de restrições
ao crédito, que começam em breve,
ainda não tenham apresentado o efeito esperado,
é necessário que o governo mantenha
uma política contínua, persistente.
“Eu acho que esse crescimento
do desmatamento pós medidas anunciadas não
desqualifica as medidas, mostra que de fato o enfrentamento
do desmatamento precisa ser persistente, ao longo
de um tempo maior - algumas medidas precisam até
ser mais duras, principalmente na questão
de reprimir o desmatamento ilegal - e mostra a importância
das medidas de natureza econômica que vão
entrar em vigor agora”, concluiu.
+ Mais
Marina Silva reassume no Senado
e defende combate ao desmatamento na Amazônia
3 de Junho de 2008 - Marcos Chagas
- Repórter da Agência Brasil - Brasília
- Afastada do Senado desde 2003, quando assumiu
o Ministério do Meio Ambiente no primeiro
mandato do presidente do Lula, Marina Silva (PT-AC)
reassumiu hoje (3) sua vaga. Na sua primeira entrevista
coletiva como senadora, ela defendeu as políticas
ambientais implementadas durante sua gestão
no Ministério do Meio Ambiente.
"Desde setembro do ano passado
que nós identificamos que estava tendo uma
tendência do desmatamento", revelou a
senadora. Ela destacou algumas das medidas adotadas
desde o ano passado pelo governo federal, como o
embargo das áreas desmatadas e a divulgação
da lista dos principais contraventores.
Ontem (2), o novo ministro da
pasta, Carlos Minc, divulgou o último relatório
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
que mostra o aumento da área desmatada na
Amazônia. "O que aconteceu ontem só
reafima o quanto as medidas estão corretas
e acertadas", disse a senadora.
De acordo com Marina, o Executivo
deve dar, agora, andamento a implementação
dessas providências para fazer frente a três
questões preocupantes: o aumento dos preços
das commodities, a estiagem, que foi prolongada
na região, e a falta de comprometimento com
a preservação da Amazônia durante
o período eleitoral..
Segundo a senadora do PT, no período
eleitoral "há uma dificuldade da parte
de alguns estados em fazer parceria com a Polícia
Federal e o Ibama (Instituto Brasileiro e Meio Ambiente
e Recursos Renováveis)". Ela citou,
especialmente, o Mato Grosso e Rondônia.
Ainda de acordo com Marina, esses
estados não teriam dado "a devida proteção",
pela Polícia Militar, às equipes de
fiscalização do Ibama. "No lugar
de ficar questionando as medidas, como tem feito
o governo do estado do Mato Grosso, há que
se somar força para dois movimentos: a implementação
das ações ao desmatamento e o apoio
as medidas a Operação Arco Verde."
Essa operação reúne
uma série de ações de desenvolvimento
sustentável e disponibiliza R$ 1 bilhão
para recuperação de áreas degradadas.