Desmatamento
- 02/06/2008 - O Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe/MCT) divulga os dados do sistema
Detecção do Desmatamento em Tempo
Real (Deter) da Amazônia, de abril, nesta
segunda-feira (2). Na ocasião, também
será apresentado o relatório "Monitoramento
da Cobertura Florestal da Amazônia Brasileira
por Satélites", com a descrição
metodológica detalhada do sistema Deter e
do conceito de desmatamento, que envolve corte raso
e degradação florestal progressiva.
O relatório apresenta uma caracterização
quantitativa a partir de dados de campo, dados do
sistema Prodes e imagens com resolução
espacial mais detalhada.
O sistema Deter utiliza dados
do sensor Modis do satélite Terra/Aqua e
do sensor WFI do satélite sino-brasileiro
Cbers, com resolução espacial de 250
metros. Em operação desde 2004, o
Deter foi concebido como um sistema de alerta para
suporte à fiscalização e controle
de desmatamento. São mapeadas áreas
de corte raso e em processo de desmatamento por
degradação florestal. Por conta da
resolução limitada, é possível
detectar apenas polígonos de desmatamento,
com área maior que 25 hectares. Devido à
cobertura de nuvens, nem todos os desmatamentos
maiores que 25 hectares são identificados
pelo sistema.
Os sistemas Prodes (www.obt.inpe.br/prodes)
e Deter (www.obt.inpe.br/deter) estão inseridos
como ações do Ministério de
Ciência e Tecnologia (MCT), no Grupo Permanente
de Trabalho Interministerial (GTPI), para a redução
dos índices de desmatamento da Amazônia
legal. O Grupo foi criado por decreto presidencial,
em 2003, e é responsável pelo Plano
de Ação para a Prevenção
e Controle do Desmatamento na Amazônia legal,
lançado em março de 2004.
Com informações da Gestão de
Comunicação Institucional do Inpe
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Deter verifica 1.123 km²
de desmatamentos na Amazônia em abril
Desmatamento - 03/06/2008 - De
acordo com o sistema Detecção do Desmatamento
em Tempo Real (Deter), 1.123 km² da floresta
Amazônica sofreram corte raso ou degradação
progressiva no último mês de abril.
O aumento verificado na área de alertas de
desmatamento de março para abril, de 145
km² para 1.123 km², é explicado
em parte pela maior oportunidade de observação.
Enquanto que em março 78% da Amazônia
estava sob nuvens, em abril a cobertura foi reduzida
para 53%. Particularmente em Mato Grosso, a cobertura
de nuvens foi de 69% em março, e apenas 14%
em abril.
O número foi apresentado
na tarde desta segunda-feira (2) pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), em São
José dos Campos (SP). Confira aqui a nota
técnica com todos os dados. Além dos
números do desmatamento em cada estado da
Amazônia Legal, o Inpe também divulgou
o índice de cobertura de nuvens do período
analisado. A cobertura de nuvens costuma variar
muito de um mês para outro, assim como a localização
das áreas encobertas.
Do total verificado pelo Deter
em abril, 794 km² correspondem ao Mato Grosso.
Em março, o sistema havia registrado 112
km² no estado. Porém, no mês anterior,
78% da Amazônia estava coberta de nuvens,
sendo que 69% do Mato Grosso não pôde
ser observado pelos satélites. Já
em abril, 53% da Amazônia esteve sob nuvens,
mas apenas 14% do Mato Grosso ficou encoberto. Isto
indica que a oportunidade de observação
no estado aumentou muito de março para abril.
Em operação desde
2004, o Deter foi concebido como um sistema de alerta
para suporte à fiscalização
e controle de desmatamento. São mapeadas
tanto áreas de corte raso quanto áreas
em processo de desmatamento por degradação
florestal. É possível detectar apenas
polígonos de desmatamento com área
maior que 25 hectares, por conta da resolução
dos sensores espaciais (o Deter utiliza dados do
sensor Modis do satélite Terra/Aqua e do
sensor WFI do satélite sino-brasileiro Cbers,
com resolução espacial de 250 metros).
Devido à cobertura de nuvens, nem todos os
desmatamentos maiores que 25 hectares são
identificados pelo sistema.
Informações da Assessoria de Comunicação
do Inpe
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Amazônia terá a segunda
maior torre de medição atmosférica
do mundo
Aquecimento Global - 03/06/2008
- Emissão de gases da floresta amazônica
será medida por torre de 300 metros
A Amazônia Ocidental terá a segunda
maior torre de medição meteorológica
do planeta. A primeira está na Sibéria.
O projeto Torre Alta de Observação
da Amazônia (Atto) permitirá o monitoramento
de longo prazo - cerca de 30 anos - que será
realizado por instituições do Brasil
e Alemanha.
Com esse equipamento será
possível realizar medições
de forma contínua numa área de observação
com raio de centenas de quilômetros. A torre
também possibilita a comparação
das emissões continentais com as naturais
(camada planetária marítima). O objetivo
dos estudos é compreender se a floresta está
absorvendo gás carbônico (CO²)
e qual é a variação interanual.
Estas informações são essenciais
para o desenvolvimento de estratégias de
redução das emissões causadas
pelo desflorestamento.
Hoje, é possível
medir as emissões de gases-traço na
superfície de uma folha até o sensoriamento
remoto. Contudo, para discutir estas diferenças
numa escala temporal e espacial é preciso
uma ligação entre os diferentes métodos
e escalas de medições das trocas gasosas
e de um monitoramento por torres, satélites,
aviões e balões. Por isso, os dados
obtidos pela torre, que terá 300 metros de
altura, ajudarão na avaliação
dos modelos.
O projeto está orçado
em 1 milhão de euros. Para entrar em operação
é necessária a concessão de
licenças. A expectativa é que os trabalhos
do projeto Atto tenham início até
outubro próximo. Do lado brasileiro indicaram
apoio ao projeto o Ministério de Ciência
e Tecnologia (MCT), Instituto Nacional de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCT); o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), a Universidade
de São Paulo (USP); a Secretaria de Ciência
e Tecnologia do Estado do Amazonas (SECT), a Universidade
do Estado do Amazonas (UEA) entre outras. Do lado
alemão estão o Ministério Nacional
de Educação e Ciência (BMBF);
Instituto Max Planck de Química, Mainz; Instituto
Max Planck de Biogeoquímica, Jena; Cooperação
Técnica da Alemanha (GTZ).
Segundo o pesquisador responsável
pelo projeto, J. Kesselmeier, do Instituto Max Planck
de Química, em uma altitude de 300 metros
as condições são mais estáveis,
o que permite avaliações gasosas sem
interferência de outros fatores em um raio
bem maior de centenas de quilômetros, diferente
das torres atuais que têm de 50 a 60 metros
de altitude e medem as trocas gasosas apenas entre
a biosfera e atmosfera. "A torre possibilitará
medições em um estrato da atmosfera
onde não há mais variação
entre o dia e a noite, fotossíntese e radiações",
destaca Kesselmeier.
A grande vantagem da torre, de
acordo com o pesquisador, é que ela produzirá
dados parecidos com os obtidos por balões
meteorológicos. Contudo, os balões
sobem até um determinado ponto e tem um tempo
de vida curto. Além disso, os dados serão
fornecidos continuamente com Atto. "A torre
será o elemento entre as medições
feitas em escala, na superfície terrestre,
copas das árvores, biosfera e atmosfera e,
por último, troposfera, em uma rede de estações
de monitoramento nos diferentes continentes terrestres",
explica.
De acordo com ele, a torre também
fornecerá informações sobre
as concentrações de gás carbônico
CO² que tem um papel relevante no efeito estufa
absorvendo radiação de onda longa
proveniente da superfície terrestre e da
própria atmosfera e aumentando a temperatura
da terra; do metano (CH4), liberado, principalmente,
por processos microbiológicos e anaeróbicos
em áreas úmidas naturais e em plantações
de arroz; e do óxido nitroso (N²O).
Instalação da torre
Alguns critérios foram
seguidos para escolha do local de instalação:
aspectos científicos; acesso; energia; distância.
Kesselmeier explica que o ideal era que a torre
seja construída no meio da floresta, mas
o local exato será discutido com mais profundidade
pelos participantes. As informações
serão captadas, automaticamente, e enviadas
para o solo. Os dados serão compartilhados
entre os pesquisadores do consórcio das instituições
do Brasil e da Alemanha.
Com informações da Assessoria de Comunicação
Inpa.
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Instituto amazonense homenageia
Márcio Ayres no Dia Mundial do Meio Ambiente
Meio Ambiente - 03/06/2008 - Wesllen
Chaves, do Programa de Manejo de Pesca do Mamirauá,
conversa com estudante, durante a 4ª Semana
do Meio Ambiente
O Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá (IDSM) abriu ontem (2) a 5ª
Semana Márcio Ayres para comemorar o Dia
Mundial do Meio Ambiente e da Ecologia, nesta quinta-feira
(5). O primeiro item da programação
é a inauguração do Memorial
Márcio Ayres, na sede do Instituto, em Tefé
(AM), às 17 horas. O espaço reúne
fotos e acervo do primatologista, ecologista, biólogo
e idealizador da criação das Reservas
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
e Amanã (RDSM e RDSA), no Amazonas.
De hoje (3) a quinta-feira, também
na sede do IDSM, estão programadas atrações,
durante todo o dia, voltadas para estudantes da
rede pública de ensino da cidade. Entre elas,
exposição das atividades dos programas
de pesquisa do IDSM, uma apresentação
teatral sobre a vida de Márcio Ayres e um
espaço para a leitura, principalmente com
livros infantis da biblioteca do IDSM. Nesse espaço,
também serão exibidos vídeos
abordando a importância da conservação
do meio ambiente.
Ainda como parte da programação,
em Uarini, município próximo a Tefé,
será realizada a 8ª Gincana do Meio
Ambiente. Assim, pela primeira vez, as atividades
da Semana serão levadas à outras localidades,
além de Tefé. Serão realizadas
brincadeiras e jogos sobre o meio ambiente para
os alunos de 8ª série e de ensino médio.
Também serão promovidos
dois concursos culturais e três provas: coleta
de pilhas usadas (que serão enviadas para
reciclagem em Manaus), a da maior mandioca (Uarini
é conhecida como a "terra da mandioca"
e ganha fama por produzir a melhor farinha da região)
e um jogo de perguntas, para o qual os estudantes
se prepararam, estudando material didático
cedido pelo IDSM.
Quem foi
José Márcio Ayres
nasceu em Belém, em fevereiro de 1954. Foi
um dos cientistas mais respeitados e premiados na
área de Conservação da Biodiversidade.
Ainda muito jovem, tornou-se um dos mais reconhecidos
primatólogos brasileiros. Formou-se em 1976
pela Universidade de São Paulo (USP), em
Ciências Biológicas.
Em 1981, iniciou o Mestrado em
Socioecologia dos Primatas, no Instituto de Pesquisas
da Amazônia (Inpa/MCT), quando começou
a orientar sua carreira para a gestão de
unidades de conservação. Doutorou-se
em Primatologia pela Universidade de Cambridge (Inglaterra),
em 1986, com a tese Os Uacaris Brancos e a Floresta
Amazônica Inundada.
Obteve os títulos de pesquisador,
cientista, biólogo, primatologista, ambientalista
e doutor em ecologia. Dedicou-se, praticamente durante
a vida inteira (cerca de 30 anos), ao desenvolvimento
sustentável da Amazônia e idealizou
a criação da primeira Reserva de Desenvolvimento
Sustentável do Brasil, Mamirauá. Iniciou
o Projeto Mamirauá, depois incorporado pelo
Instituto de Desenvolvimento Sustentável
Mamirauá (IDSM), fundado por ele. Faleceu
em 2003, vítima de câncer de pulmão.
O IDSM
O Instituto de Desenvolvimento
Sustentável Mamirauá (IDSM) é
uma Organização Social (OS), supervisionada
pelo Ministério de Ciência e Tecnologia
(MCT). Criado em 1999, sua missão é
promover a conservação da biodiversidade
mediante o manejo participativo e sustentável
de recursos naturais.
É co-gestor das Reservas
de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
e Amanã. Tem o apoio do governo do Amazonas,
da Fundação de Amparo à Pesquisa
do Estado do Amazonas (Fapeam), da Petrobras, do
Wildlife Conservation Society/Fundação
Gordon Moore, do programa inglês Darwin Initiative,
do Zoological Society of London (ZSL), entre outras.
Maria Carolina Ramos - Assessoria de Imprensa do
Instituto Mamirauá