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MINISTRO ARTICULA CRIAÇÃO DE FORÇAS ESTADUAIS NA PREVENÇÃO DE CRIMES AMBIENTAIS

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

11/06/2008 - Lucia Leão - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, inicia nesta quarta-feira (12) contatos com os governadores de todos os estados para articular a participação das unidades de Corpo de Bombeiros e das polícias florestais estaduais na prevenção de incêndios florestais e crimes ambientais e na guarda de unidades de conservação.

O ministro anunciou a medida depois de reunião com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e com o secretário Nacional de Segurança Pública, Ricardo Balestrerino. "Queremos incorporar essas forças na defesa ambiental", afirmou Minc.

Ao evitar avançar em detalhes, o que só fará depois de conversar com os governadores, o ministro adiantou que a idéia é construir um acordo em termos semelhantes ao que constituiu a Força Nacional.

"Existem 9,6 mil homens e mulheres nos batalhões florestais da PM e centenas de milhares de bombeiros. Como incorporar alguns deles na prevenção dos crimes ambientais, articulada também com o nível federal? Nós delineamos um caminho e o primeiro passo começa hoje com os contatos que farei com cada um dos governadores", disse.

O ministro disse que será usada a larga experiência do Ministério da Justiça acumulada ao longo dos dois anos de negociação para a constituição da Força Nacional.

"Queremos criar um contingente preventivo, treinado e equipado. É uma boa idéia, será bom para os estados", avaliou o ministro, que disse não acreditar em dificuldades para conseguir a adesão dos governadores.

Os estados também serão estimulados pelo Ministério do Meio Ambiente a elaborar seus planos de prevenção e controle dos incêndios florestais, que serão o esboço de um plano nacional.

Minc discutiu ainda com Tarso Genro os detalhes da terceira etapa da Operação Arco de Fogo, que foi intensificada desde o início de junho em função do período de estiagem, quando as queimadas e o desmatamento na Amazônia são mais intensos.

A Polícia Rodoviária Federal, também subordinada ao Ministério da Justiça, se agregará, nesta etapa, fiscalizando as estradas e especialmente os entroncamentos rodoviários na Amazônia.

Também esteve na pauta da reunião dos dois ministros alternativas para aportar mais recursos destinados ao financiamento das ações de combate ao desmatamento na Amazônia.

A principal delas é intensificar os leilões do material apreendido - madeira, gado e grãos, principalmente - e fazer com que os valores apurados possam reverter diretamente para as operações.

A alternativa que está em discussão é a de permitir que o Fundo Nacional do Meio Ambiente possa receber diretamente uma parte desses recursos, que hoje vão para o Tesouro.

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Carlos Minc debate legislação ambiental com parlamentares

11/06/2008 - Aida Feitosa - Ao participar da sessão solene da Frente Parlamentar Ambientalista, nesta quarta-feira (11), na Câmara dos Deputados, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, reiterou a necessidade de haver urgência na votação e aprovação da regulamentação do artigo 23, da Constituição Federal, que tem papel fundamental para disciplinar formas de cooperação entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios nas ações de proteção ao meio ambiente.

Carlos Minc falou ainda aos parlamentares que o governo se empenhará para que não sejam aprovados o projeto de lei, que tenta reduzir de 80% para 50% a área de reserva legal na Amazônia, e o decreto legislativo, em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça, do Congresso, que pretende derrubar o decreto do Executivo, de dezembro de 2007, que estabelece mecanismos para inibir o avanço do desmatamento ilegal na Amazônia. "Isso é inaceitável. Caso sejam aprovados, vão transformar a Amazônia em carvão", disse.

O ministro lembrou também que, no Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), o presidente Lula enviou ao Congresso Nacional o projeto de lei que institui a Política Nacional de Mudanças Climáticas. "Sabemos que há outros projetos de leis tramitando na Casa, mas é importante o governo manifestar que tem uma política que prevê um fundo, um inventário, reduções de emissões. Os projetos serão aglutinados e possivelmente entrarão em regime de urgência", explicou.

Outra legislação que também será debatida é a Lei de Crimes Ambientais. Segundo Carlos Minc, em cerca de 15 dias o presidente Lula deverá assinar um decreto, com 50 artigos, tornando a lei mais eficaz ao reduzir os prazos dos recursos de quatro anos para quatro meses. "Outros artigos, que não estão no decreto, também merecem ser tratados pelo Congresso para tornar a lei mais justa, inserindo mecanismo para o tratamento diferenciado", disse.

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Estudo lançado pelo MMA alia conservação ambiental e proteção cultural

11/06/2008 - Grace Perpetuo - Numa iniciativa pioneira, o Ministério do Meio Ambiente desenvolveu um estudo que alia conservação ambiental e proteção do patrimônio cultural para um fim comum: o uso turístico sustentável do monumental Sítio Arqueológico Pedra Preta de Paranaíta, em Mato Grosso, hoje sujeito a visitação desordenada e predatória. O "Projeto de Pesquisa Arqueológica, Plano de Gestão e Estratégia de Uso Público do Sítio Arqueológico de Pedra Preta em Paranaíta, Mato Grosso" foi apresentado no dia 5 de junho, no MMA, como parte das ações do ministério pelo Dia Mundial do Meio Ambiente. A pesquisa é um dos últimos estudos da etapa de planejamento do Programa de Desenvolvimento do Ecoturismo na Amazônia Legal (Proecotur) da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do ministério.

O projeto contou com a parceria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), das prefeituras de Paranaíta e Alta Floresta, no Mato Grosso, e de instituições da sociedade civil. O estudo foi elaborado por uma equipe de consultores com reconhecida experiência em estudos arqueológicos e ambientais, contratados pela empresa consultora Projetos, Assistência Técnica e Consultoria Ambiental (Pascon) em parceria com a organização não-governamental de apoio à pesquisa arqueológica Instituto Homem Brasileiro, ambas de Cuiabá (MT).

"Para nós, do MMA, é emblemático o fato de lançarmos essa obra tão importante para o desenvolvimento do turismo sustentável no Dia do Meio Ambiente", disse o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do ministério, Egon Krakhecke, ao abrir a apresentação. E completou: "Esse estudo, como parte da etapa de planejamento do ecoturismo na Amazônia Legal, é um aporte muito significativo para a problemática arqueológica face às questões ambientais e ao desenvolvimento turístico local que poderá servir, também, de projeto-piloto de desenvolvimento social para outras iniciativas semelhantes".

A iniciativa integra um conjunto de esforços do MMA no sentido de criar alternativas de aproveitamento sustentável dos recursos naturais face à atual situação da Amazônia mato-grossense - região hoje muito pressionada pelo desmatamento e por um modelo de desenvolvimento predatório.

Nos debates que seguiram a apresentação, foram decididos os próximos passos para a implantação das recomendações do estudo - entre elas a apresentação da pesquisa no Fórum Estadual de Turismo em Cuiabá (MT), evento que reúne os secretários de Turismo do estado e outras instituições de governança do setor. "A partir de agora, vamos articular o comprometimento dos ministérios do Turismo e da Cultura na tomada de decisão sobre as etapas de implementação do projeto, envolvendo ainda o governo do estado de Mato Grosso, dos municípios de Paranaíta e Alta Floresta e as comunidades locais", explica o coordenador do Proecotur, Allan Milhomens.

Outro encaminhamento envolve a parceria do MMA com o Iphan para a realização, ainda este ano, de um curso de educação patrimonial para sensibilizar a população do município quanto ao valor histórico e cultural daquele patrimônio.

Além da implantação desse processo permanente de educação patrimonial, reiterou-se a necessidade de medidas, estudos e projetos complementares à pesquisa entre elas o tombamento do sítio, com registro no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico do Iphan; a discussão sobre a criação de uma Unidade de Conservação que abranja a área onde está localizado o sítio arqueológico; a realização de estudos complementares de engenharia e geologia, para a definição do sistema estrutural e de materiais adequados a serem empregados na instalação dos equipamentos propostos para o uso turístico do local; e a elaboração de projetos arquitetônicos necessários. A definição do modelo de gestão para o Sítio Arqueológico de Pedra Preta virá como resultado dessas iniciativas complementares.

Beleza selvagem - De acordo com o estudo apresentado pelo Proecotur, o sítio arqueológico Pedra Preta de Paranaíta - inserido no Pólo de Ecoturismo da Amazônia Mato-grossense - tem grande vocação natural para esse tipo de atividade, "devido à elevada biodiversidade de suas florestas de terra firme, à riqueza de sua fauna, com uma alta taxa de endemismos, à beleza selvagem de rios entremeados de ilhas, praias e cachoeiras, à presença de sítios arqueológicos e à miscigenação de culturas advindas de várias partes do País".

O sítio, composto de um afloramento rochoso com 9,6 hectares de área e 1.277 metros de perímetro, contendo nove monumentais painéis de inscrições rupestres, fica no interior de uma única fazenda, a cerca de 40 quilômetros de Paranaíta, na Amazônia mato-grossense. A Pedra Preta, em si, é um grande bloco de granito de coloração cinza claro, coberto por pátina escura - de algas, musgos e liquens - que dá a ele um aspecto aveludado. Em seu ponto mais alto, chega a 37 metros de altura. Protegida por vegetação, mas frágil devido à natural desagregação da rocha, estima-se que a idade do sítio esteja entre 1 milhão e 7 milhões de anos.

Mas a principal característica do sítio é mesmo sua monumentalidade, tanto da iconografia rupestre quanto do suporte rochoso. Os painéis de arte ocupam grandes áreas planas - espécies de praças - ou partes inclinadas da rocha. Os desenhos geométricos e as figuras biomorfas, fitomorfas e zoomorfas, muitas vezes de grandes dimensões, aparecem isoladas ou em conjuntos, parecendo estáticas ou em movimento, e, em comum, apresentam uma característica misteriosa e peculiar: todas têm diferentes graus de visibilidade conforme a incidência da luz do sol.

Por tudo isso, a pesquisa do Proecotur - primeiro estudo sistemático de arte rupestre da Amazônia mato-grossense - aponta o Sítio Arqueológico Pedra Preta como o mais importante da região e identifica, nele, uma nova tradição dessa espécie de arte: a "tradição Paranaíta".

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Siderúrgicas multadas por uso ilegal de carvão vegetal

12/06/2008 - Gisele Teixeira - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse nesta quinta-feira (13) que o Cerrado e o Pantanal não vão virar carvão. "A mão vai pesar", afirmou, durante o anúncio dos resultados da primeira grande operação do Ibama de combate ao uso ilegal de carvão vegetal nos dois biomas, que resultou na aplicação de R$ 414 milhões em multas a 60 siderúrgicas de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Outros R$ 70 milhões em multas deverão ser pagos por diversos fornecedores de carvão (carvoarias).

Na operação foram identificados um consumo de 800 mil metros cúbicos de carvão ilegal pelas siderúrgicas dos três estados somente no ano de 2007. O volume de carvão vegetal soma 10 mil caminhões carregados, que se enfileirados ocupam 200 km de extensão, equivalente à distância entre Brasília e Goiânia.

Relação das Empresas Siderúrgicas Autuadas

Em entrevista coletiva, Minc e o presidente do Ibama, Roberto Messias, anunciaram que estas são as maiores multas aplicadas em toda a história do Ibama nos dois biomas.

A operação Rastro Negro Pantanal é resultado do cruzamento de dados do Sistema DOF (Documento de Origem Florestal), eletrônico e em tempo real, com a documentação dos órgãos estaduais, em especial do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais, e o trabalho de campo.

"O DOF é o que estamos chamando de olho eletrônico, uma tecnologia do futuro para coibir crime e impunidade ambiental que tem custo baixo e alta eficiência, o que vai melhorar muito o nosso trabalho e reduzir a zero as fraudes", disse Minc. O ministro acrescentou, ainda, que os infratores terão, ainda, de replantar 11 mil hectares de florestas.

O Ibama divulgou a lista com o nome das empresas multadas. A maior infratora é a Siderúrgica Matéria Prima Ltda, com um volume de carvão não autorizado, de 91,8 mil metros cúbicos, oriundos do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina. Em seguida aparecem as empresas Siderúrgica Alterosa (88,6 mil m3) e Ferguminas Siderurgia Ltda (58,9 mil m3).

Principais ilegalidades - Do total das empresas multadas, 55 são de Minas Gerais, 4 do Mato Grosso do Sul e 1 do Espírito Santo. São empresas que estão comprando carvão ilegal, retirado de florestas nativas do Pantanal. O ministro ressaltou, no entanto, que em Minas Gerais 55% do carvão das siderúrgicas já são oriundos de áreas plantadas para este fim; 40% vêm de manejo florestal (retirada de floersta autorizada) e 5% são ilegais. Na área de Carajás, a título de comparação, 50% da madeira são ilegais e 50% legais.

Segundo o Ibama, os principais ilícitos observados no mercado carvoeiro são transporte de carvão com volume de carga superior ao acobertado pelo documento de transporte, exploração ilegal de carvão em áreas não autorizadas, transporte utilizando um mesmo documento de transporte mais de uma vez.
Um outro truque são as declarações falsas de importação de carvão vegetal de países vizinhos. "É o carvão paraguaio", diz Minc. O rol de ilegalidades inclui, ainda, o não cumprimento da reposição florestal por parte das siderúrgicas e a fabricação de carvão sem o licenciamento do órgão ambiental estadual.
Pagamento de multas - O ministro fez questão de destacar que não é contra a atividade produtiva, mas disse que "acabou a moleza". Minc adiantou que em duas semanas o presidente Lula irá assinar um decreto, com 52 artigos, para diminuir a capacidade das empresas que trabalham na ilegalidade de postergarem o pagamento de multas por crimes ambientais, "desmoralizando as leis e os órgãos". O prazo para recursos, que hoje chega a mais de quatro anos, deverá ser reduzido para meses.

Entre as novidades do decreto está a obrigatoriedade do depósito de 70% do valor da multa para que a empresa possa recorrer da multa. Isso vale para empresas multadas em valores acima de R$ 100 mil. Outras regras serão definidas para valores menores.

O ministro também adiantou que no prazo de um mês deverá anunciar uma série de medidas para acelerar o licenciamento ambiental, dentro de critérios de rigor. "Então o recado que estamos dando para a sociedade, para a indústria e para a agropecuária é o seguinte: a mesma mão que vai dar licença rápida é a mão dura da multa de R$ 400 milhões e do decreto que vem aí acabando com a enrolação no pagamento de multas", disse Minc.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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