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ÍNDIOS DA RAPOSA SERRA DO SOL BUSCAM NA EUROPA APOIO À DEMARCAÇÃO CONTÍNUA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

18 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Já estão na Europa dois representantes do Conselho Indígena de Roraima (CIR) para cumprir uma série de audiências em seis países em busca de apoio à manutenção da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol em área contínua, questionada na Justiça. A viagem, confirmada à Agência Brasil pelo coordenador-geral do CIR, Dionito José de Souza, é bancada com a ajuda de organizações não-governamentais (ONGs) definidas por ele como “parceiros da Europa”.

No roteiro, estão encontros com governantes, parlamentares e representantes de ONGs. Dionito nega que o objetivo seja obter recursos financeiros. Diz , porém, não saber claramente de que forma os estrangeiros podem ajudar. “Queremos dizer que somos pessoas, gente que procura os seus direitos, para que o mundo dê reconhecimento total aos povos indígenas. O que puderem fazer de bom para nós será bem-vindo”, afirmou o coordenador.

Os enviados à Europa foram o makuxi Jacir de Souza, também coordenador do CIR, e a wapichana Pierlangela da Cunha, professora indígena. Até o dia 8 de julho, data prevista para o retorno, eles devem passar por Espanha, Itália, França , Inglaterra, Portugal e Bélgica. A viagem está inserida na campanha Nossa Terra, Nossa Mãe, de entidades indígenas e outras organizações.

Dionito rejeita a tese de que a viagem reforça os argumentos dos arrozeiros de que parte dos índios de Roraima é manipulada por interesses internacionais. “Isso é um pensamento bobo. Se fosse assim, o tio Lula [presidente da República] não sairia para viagens internacionais, com grandes reuniões em Genebra, na Áustria, na África. Os indígenas também têm direito. Só porque o Ronaldinho [atleta de futebol] joga na Europa, ele quer internacionalizar o país?“, argumentou.

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar no início de agosto as ações que contestam a demarcação da Raposa Serra do Sol em área contínua. Segundo o relator, ministro Carlos Ayres Britto, a Corte vai buscar uma decisão pautada em critérios “ rigorosamente objetivos”.

Da mesma forma que em entrevistas concedidas anteriormente, o dirigente do CIR sinalizou que os índios não vão se conformar com uma eventual decisão do STF pela permanência dos arrozeiros e não- índios na Raposa Serra do Sol. “Aceitar seja ela [a decisão] qual for não. Temos um plano de Raposa Serra do Sol em área contínua e isso já foi reconhecido, conversado com o governo federal e a Funai [Fundação Nacional do Índio]. Se existe lei, tem que vir por esse lado aí”, disse Dionito.

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Lula autoriza mais autonomia para distritos indígenas, diz Funai

19 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já tomou a decisão de autorizar a autonomia administrativa e financeira para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dseis).

Foi o que afirmaram o diretor de saúde da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Wanderley Guenka, e o presidente da Fundação Nacional do Indio (Funai), Márcio Meira, após reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI).

“O próprio Ministério da Saúde e a Funasa estão empenhados nesse sentido de que haja um fortalecimento dos distritos. Esse é um ponto muito importante para a melhoria da qualidade do serviço de assistência à saúde indígena”, afirmou Meira.

Segundo Meira, os distritos vão receber recursos do Fundo Nacional de Saúde e poderão aplicá-los com maior eficácia na estrutura de atendimento. Essa mudança na gestão dos distritos era uma das principais reividições das comunidades indígenas.

O guarani Anastácio Peralta, representante de comunidades do Mato Grosso do Sul na CNPI, espera que a autonomia para os distritos resulte em gastos mais eficientes. "Na verdade, há recursos, mas é preciso administrar melhor e priorizar coisas que necessitam mais como o combate à desnutrição e a falta de remédios."

Outra demanda dos índios era o fortalecimento da Funai. Márcio Meira informou que o projeto de reestruturação da entidade, que teve maior orçamento em 2008, já foi encaminhado ao Congresso Nacional. Além disso, um novo plano de cargos e salários já se encontra no Ministério do Planejamento para ser analisado e, segundo Meira, o presidente Lula recomendou que se avance nessa questão.

O dirigente disse ainda ter sido criado no Plano Plurianual (PPA) um projeto para garantir o desenvolvimento sustentável das terras indígenas.

"Os povos indígenas têm capacidade, habilidade e competência para promover o desenvolvimento de suas terras de uma forma rica e protetora do meio ambiente. As terras indígenas representam hoje as áreas mais protegidas de floresta e cerrado no Brasil. Pouco mais de 1% das terras indígenas foi desmatada", disse Meira.

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Lula cobra do STF solução para demarcação da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol

19 de Junho de 2008 - Carolina Pimentel - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou hoje (19), durante reunião com a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a ação da Polícia Federal para retirar os arrozeiros da Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima.

Lula também reclamou da demora no julgamento do STF que decidirá se a demarcação da reserva deve ser em área contínua ou não. O julgamento das ações que contestam a demarcação está previsto para agosto deste ano.

"Tomamos a decisão que era hora de pagar para ver. Vamos tirá-los [arrozeiros que vivem na reserva]. Colocamos a Polícia Federal. Aí veio a decisão da Suprema Corte. Enquanto estiver na Suprema Corte, o presidente da República não pode fazer nada. Só pode esperar", disse Lula, no encontro realizado no Ministério da Justiça.

Ainda segundo Lula, muita gente critica a demarcação para "criar confusão". O governador de Roraima, José Anchieta, é um dos críticos e alega que existe interesse dos Estados Unidos e da Europa na demarcação da reserva.

Diante dos pedidos e das reclamações apresentadas pelos líderes indígenas, Lula cobrou agilidade dos ministros no andamento dos programas governamentais. Segundo ele, isso ocorre, em parte, porque "a máquina não conversa entre si".

"Habitualmente, ouço o companheiro ministro dizer que uma coisa que decidimos fazer há quatro meses não aconteceu, nem sequer a reunião. Isso porque um ministro disse que não pode ir à reunião e o outro está com a agenda apertada", afirmou o presidente, contando que há anos tenta resolver o problema de terra de tribos em Amambai (MS).

Ao citar o caso, Lula disse que já sugeriu até comprar terra para solucionar a questão. "É muita pouca terra para pouca gente". Quatorze ministros participaram da reunião no Ministério da Justiça.

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Conflito na Raposa Serra do Sol envolve dois interesses legítimos, avalia Tarso

18 de Junho de 2008 - Danilo Macedo - Repórter da Agência Brasil - Marcello Casal JR/Abr - Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, fala na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados sobre demarcação de terras indígenas e invasões de áreas de empresas públicas e privadas, entre outros temas
Brasília - O ministro da Justiça, Tarso Genro, classificou hoje (18) de emblemático o conflito na Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, e reconheceu que a questão envolve dois interesses legítimos.

Segundo ele, um deles está relacionado aos ocupantes de boa-fé, "independentemente do título originário dessa ocupação". A outra legitimidade, de acordo com Tarso, diz respeito à "norma constitucional que outorga à União o direito de delimitar terras indígenas”.

O ministro ressaltou que devem ser excluídos do grupo de agricultores de boa-fé aqueles que causam danos ambientais e resistem a determinações administrativas e judiciais para permanecer ilegalmente na área. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar no início de agosto as ações que contestam a demarcação da Raposa Serra do Sol em área contínua.

“O STF vai determinar a legitimidade mais adequada ao sistema jurídico e constitucional brasileiro. Eu entendo que lá [na Raposa Serra do Sol] é a delimitação da terra de maneira contínua, tendo que a posição de ilhas naquela região, ao invés de resolver o conflito, vai aprofundar”, avaliou.

Tarso Genro garantiu que não haverá uso de força pelo Estado contra famílias de agricultores caso tenham que deixar a área e que elas receberão a indenização devida. Ele pediu que à Câmara dos Deputados que legisle sobre o pagamento das indenizações.

O ministro participa de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.

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Lula vai ouvir apelos de índios e encaminhar a ministros, afirma Funai

19 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A inédita presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) – hoje, a partir das 16h30, no Ministério da Justiça - servirá para que ele tome ciência das principais demandas das comunidades e dê encaminhamento necessário junto a ministros competentes para oferecer soluções. Foi o que informou à Agência Brasil o presidente da Fundação Nacional do Índio, Márcio Meira, que também comanda os trabalhos da CNPI. Ele acredita que o encontro terá caráter histórico.

“Ele [ Lula] solicitou que a CNPI fosse a instância de se elencar os principais problemas para corrigir o que for necessário. Ele próprio, a partir do que vai ouvir, deve colocar sua deliberação e, junto com os ministros, dar encaminhamento”, afirmou Meira. “O governo tem uma política de diálogo e respeito para com a comunidade indígena e a própria presença do presidente já tem um significado histórico de mudança na qualidade da relação do Estado brasileiro com as políticas indígenas”, acrescentou.

O presidente da Funai listou as cinco principais reivindicações das comunidades. São elas a autonomia para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas; o trabalho compartilhado entre União, estados e municípios na oferta de educação; a conclusão dos processos de demarcação de terras ainda pendentes; o fortalecimento dos órgãos que prestam assistência aos indígenas e garantias de que as grandes obras de infra-estrutura em curso, próximo às terras demarcadas, resultem em benefícios concretos aos índios e não em devastação.

A CNPI foi criada em 22 de março de 2006, por meio de decreto presidencial, e instalada efetivamente a partir de abril de 2007. Além de concentrar a discussão de temas da agenda social dos povos indígenas, a instância já aprovou e encaminhou ao Poder Legislativo o anteprojeto de lei que cria o Conselho Nacional de Política Indigenista, órgão que deverá suceder a comissão.

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Meira diz que Funai tem estrutura aquém das demandas e precisa ser fortalecida

19 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O reforço na estrutura de pessoal e de assistência da Fundação Nacional do Índio (Funai) é um dos pedidos que comunidades farão hoje ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista. Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da Funai, Márcio Meira, admitiu que o órgão não consegue atualmente cumprir seu papel de forma ideal.

“Temos muitos grupos de trabalho em campo, mas temos dificuldade de pessoal para dar conta da questão fundiária, de terras invadidas”, disse Meira.

Segundo o dirigente, a Funai “foi sucateada” entre o final dos anos 80 e o início dos anos 90. O resultado, alegou, é que hoje há mais terras indígenas e menos funcionários do que naquela época. “Por isso, há uma necessidade urgente de fortalecimento da estrutura funcional, para que os servidores tenham dignidade em exercer uma função complexa junto aos povos indígenas”, acrescentou.

A solução para a recuperação da fundação passa, conforme Meira, pela realização de concurso público, com plano de cargos e salários específicos, “para atrair servidores qualificados que possam dar conta do serviço”.

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Índios consideram positivo resultados de reunião com Lula e ministros

19 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro - Repórter da Agência Brasil - Brasília - A oportunidade de levar suas reivindicações ao presidente Lula e a 14 ministros na reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) deixou lideranças indígenas esperançosas em relação à melhoria dos programas de amparo às comunidades.

“Foi a primeira vez que a gente sentou com o presidente e vários ministros ao mesmo tempo e isso dá uma possibilidade de mudar os projetos que vem ocorrendo. Quando você não conhece um povo ou uma cultura, tem dificuldade de entender o que acontece. Alguns ministros vão se sensibilizar”, afirmou o guarani Anastácio Peralta, representante de comunidades do Mato Grosso do Sul.

Segundo Anastácio, a maior demanda de seu “povo” é uma solução para escassez de terra: “Hoje estou numa área em Dourados de 3.500 hectares onde vivem 12 mil pessoas. Nem boi sobrevive assim.”

O kaiagang Ivan Bribis, paranaense, definiu a conversa com o presidente Lula como momento histórico e também espera boas notícias nos próximos meses: “Pudemos apresentar as reivindicações de nossas bases e ele [Lula] firmou o compromisso de que no próximo evento da CNPI, daqui há dois meses, já tenha alguma coisa encaminhada”.

Além da autonomia administrativa e financeira para os Distritos Sanitários Especiais Indígenas, já autorizada pelo presidente Lula, os índios reivindicam um trabalho compartilhado entre União, estados e municípios na oferta de educação; a conclusão dos processos de demarcação de terras ainda pendentes; o fortalecimento da Fundação Nacional do Índio (Funai) ; e garantias de que obras de infra-estrutura em andamento próximo às terras demarcadas resultem em benefícios concretos aos índios e não em devastação.
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Presidente Lula anuncia homologação da Terra Indígena Baú

19 de Junho de 2008 - Marco Antônio Soalheiro* - Repórter da Agência Brasil - Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a homologação da Terra Indígena Baú, área de 1,54 milhão de hectares nas proximidades de Altamira, no Pará, informou hoje (19) a assessoria de imprensa da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Lula participa, neste momento, da reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) com líderes de comunidades indígenas, no Ministério da Justiça. Também estão presentes ao encontro representantes de 16 ministérios.

O processo de demarcação da Terra Indígena Baú, reivindicada pela etnia Kayapó, teve início em 1994, segundo a Funai. Mas, devido à presença de posseiros e madeireiros na região, o orgão só conseguiu concluir os trabalhados técnicos em 2003.

Para o presidente da Funai, Márcio Meira, “a homologação significa 1,5 milhão de hectares de floresta Amazônica protegidos na Terra do Meio que é uma das áreas mais ameaçadas no bioma brasileiro”.

A conclusão dos processos de demarcação de terras ainda pendentes é uma das principais reivindicações que as comunidades indígenas prometem apresentar ao presidente da República.

 
 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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