Panorama
 
 
 

JUIZ DECRETA PERDIMENTO EM FAVOR DO IBAMA DE GADO APREENDIDO NO PARÁ

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

26/06/2008 - Aida Feitosa - O juiz federal de Altamira (PA), Antônio Carlos Almeida, decretou, nesta quarta-feira (25), o perdimento em favor do Ibama de 3.500 cabeças de gado que foram apreendidas na Estação Ecológica Terra do Meio. O rebanho pertencia ao fazendeiro Lourival Novaes Medrado dos Santos e ocupava ilegalmente a reserva ambiental. Segundo o assessor especial do Ministério do Meio Ambiente, José Maurício Padrone, a decisão judicial é inédita. "Os criadores irregulares não acreditavam que o Estado iria agir. Agora outros fazendeiros que estavam na reserva já estão retirando o gado", disse.

O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social, vai leiloar o rebanho apreendido e doar o valor arrecadado ao programa Fome Zero, que atende a população local.

Recursos do BNDES para pequenos e médios pecuaristas da Amazônia

26/06/2008 - Lucia Leão - Os pequenos e médios pecuaristas da Amazônia que fornecem matéria-prima para grandes frigoríficos poderão ter acesso a recursos do BNDES, em condições facilitadas, para financiar projetos de modernização e regularização da sua produção. O anúncio foi feito há pouco pelo ministro Carlos Minc, que se reuniu com o presidente do banco, Luciano Coutinho. Durante o encontro, eles discutiram também os detalhes do Fundo da Amazônia, a ser criado no próximo dia 17 por Decreto do presidente Lula e gerido pelo BNDES.

O financiamento para a modernização e adequação às exigências ambientais dos pequenos produtores da Amazônia será concedido por meio da linha de crédito "Empresa Âncora", em que a grande empresa da cadeia produtiva avaliza o financiamento concedido aos seus pequenos fornecedores. "Se o frigorífico é co-responsável pelos eventuais crimes ambientais cometidos pelos seus fornecedores, ele tem o maior interesse em regularizar a sua cadeia produtiva. E os pequenos produtores, que argumentam que não têm condições de cumprir a lei, terão acesso a um dinheiro barato para se modernizar e se adequar às exigências legais", informou Minc. A linha "Empresa Âncora" financia integralmente os projetos de modernização empresarial a juros de 7,15% (TJLP mais 0.9%).

Sobre o Fundo da Amazônia, Minc disse que a expectativa é de captar, em um ano, US$ 900 milhões (a primeira doação, de US$ 100 milhões, será feita pelo governo da Noruega já em setembro) que serão aplicados de acordo com definição exclusiva do conselho administrador, integrado por representantes dos governos Federal e estaduais e representantes da comunidade científica e gerido pelo BNDES. "Os doadores não têm assento no Conselho nem interferem de qualquer forma na aplicação dos recursos. É uma decisão exclusivamente autônoma e soberana", frisou Minc. Paralelamente a esses investimentos, que serão a fundo perdido, Luciano Coutinho anunciou que o BNDES criará uma linha para financiar programas de desenvolvimento sustentável de empresas privadas.

Luciano Coutinho aceitou também o convite do ministro Minc de subscrever a carta de Compromisso Sócio-Ambiental, em que os bancos públicos e privados aceitam criar facilidades para financiar projetos sustentáveis e de desenvolvimento de tecnologia limpa. Coutinho disse que o banco já trabalha nesse sentido e apresentou a idéia de ampliar o PMAE ( Programa de Modernização da Administração Estadual), que o BNDES já desenvolve com as áreas de arrecadação fiscal, para os órgãos ambientais dos estados e municípios. Minc se comprometeu a trabalhar junto ao Conselho Monetário Nacional para que esses recursos não entrem no limite de endividamento dos estados.

"O BNDES é um grande parceiro e temos que ampliar cada vez mais a nossa agenda comum", afirmou Minc, que já deixou agendado um novo encontro com Coutinho para tratar da "agenda ambiental cinza", de investimentos em saneamento, controle da poluição e outras questões relativas a qualidade ambiental em áreas urbanas.

+ Mais

Gado criado na Estação Ecológica Terra do Meio é apreendido

24/06/2008 - Aida Feitosa - O ministro do meio ambiente , Carlos Minc, anunciou nesta terça-feira (24) a apreensão de 3.100 cabeças de gado criadas ilegalmente na Estação Ecológica Terra do Meio, no município de Altamira, no Pará. É a primeira operação do Governo Federal de retirada de gado criado em área de preservação ambiental. Segundo o ministro do Meio Ambiente, a intenção é provocar um efeito de demonstração para forçar o cumprimento dos embargos em outras áreas e a retirada de mais de 60 mil cabeças de gado que ainda estão em área irregular na Amazônia.

"Quando os produtores ilegais viram que a operação era pra valer começaram a tirar o gado das unidades de conservação. Acabou a moleza, quem não respeitar a legislação ambiental o seu gado vai virar churrasco do Fome Zero", explicou o ministro lembrando que a intenção é definir a linha da fronteira da legalidade. De acordo com Carlos Minc, o rebanho bovino apreendido será leiloado em duas semanas e o dinheiro arrecadado irá para o custeio da operação e para programas do Ministério do Desenvolvimento Social como o Fome Zero e para a saúde indígena.

O ministro esclareceu também que a medida não vai provocar desabastecimento e nem aumentar o preço da carne. "O Brasil tem mais de 200 milhões de cabeças de gado. A operação na Terra do Meio apreendeu 3.100 cabeças ilegais que fazem concorrência desleal com frigoríficos que cumprem a legislação ambiental".

No dia 4 de junho de 2008, a Justiça determinou a desocupação imediata da área de 2.078 hectares da Terra do Meio, desmatada ilegalmente. O processo teve início em outubro de 2005 com a autuação e embargo da área pelo Ibama e a aplicação de multa no valor de R$ 3.098.847. O Ministério Público Federal em Altamira-PA foi informado do crime ambiental e moveu Ação Civil Pública, o que resultou de mandado de desocupação da área.

No dia 7 de junho, após recursos que permitiram o adiamento da ação, é cumprido por um Oficial de Justiça, com apoio da Polícia Federal e do Ibama, o mandado de desocupação e a apreensão das 3.100 cabeças de gado nelore. O juiz determinou o Ibama como fiel depositário. O gado foi vacinado recentemente e a área é livre de febre aftosa. "O investimento em vacinas é alto. Eles não esperavam que o gado fosse apreendido, por isso vacinaram. Mas agora nós vamos fazer cumprir as leis", disse o ministro.

O Ibama anunciou que teve início, nesta terça-feira (24),a operação de embargo que pode apreender mais 10 mil cabeças de gado, no município de Costa Marques,em Rondônia. O fazendeiro Jair Roberto Simonato foi notificado e a área embargada. Se após 15 dias o gado não for retirado, será feita a apreensão assim como ocorreu na Estação Ecológica Terra do Meio.

No amazonas, no município de Lábrea, os fiscais do Ibama identificaram ainda outro crime ambiental. Numa área de 40 mil hectares onde foi autorizado o manejo florestal não foi encontrada nenhuma derrubada. Isso, segundo os fiscais, significa que existe um crédito de 7.400 metros cúbicos de madeira que podem vir a ser retirado em outro local não autorizado, o que constitui crime ambiental.

+ Mais

Madeireiros do Pará se comprometem a não comprar matéria-prima de área desmatada

25/06/2008 - Gisele Teixeira - A Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará (Aimex) e o Ministério do Meio Ambiente irão assinar no dia 18 de julho, em Belém, o Pacto pela Madeira Legal e Sustentável. O acordo foi fechado em uma reunião nesta quarta-feira (25), em Brasília, entre o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, e representantes do setor. A iniciativa é semelhante a que já vem sendo desenvolvida com os produtores de soja.

De um lado, a iniciativa privada se compromete a não comprar madeira oriunda de áreas desmatadas e a aumentar o rastreamento de suas matérias-primas, chegando inclusive na ponta de cadeias importantes, como a moveleira. "O objetivo é evitar que a madeira ilegal possa entrar na rota da exportação e permitir que os consumidores também possam se engajar nessa campanha", explicou Minc. Os madeireiros terão de identificar a origem do produto e de qual plano de manejo ele vem, por exemplo. "Acho que isso é um avanço no combate ao desmatamento ilegal e no rumo à sustentabilidade", completou Minc.

Em contrapartida, o governo ajudará o setor a resolver gargalos que hoje comprometem o aumento dos investimentos industriais na região. O ministério trabalhará em três frentes. Uma delas é acelerar a regularização ambiental de fornecedores em geral e das comunidades da região (ribeirinhos, assentados e populações tradicionais em geral), que são importantes fontes para a atividade florestal, mas que estão engessados, ou na ilegalidade, pela falta de licença.

Outra frente será a edição, em julho, de uma instrução técnica com normas e procedimentos para fiscalização. "Precisamos urgentemente de um manual para que a empresa saiba os seus deveres, mas também os direitos que tem. Isso não acontece hoje, o que gera muitas injustiças", destaca Justiniano Netto, presidente do Conselho de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e diretor-executivo da Aimex.

Por fim, o governo também deverá aumentar as metas do plano de concessão florestal, cuja meta era licitar 2 milhões de hectares em 2009 - sendo que apenas 66 mil hectares desse total podem ser explorados. "Comparado com o que tem de madeira oriunda de área desmatada é um pingo no oceano", diz Minc, acrescentando que a idéia é dobrar esse valor.

De acordo com a Aimex, o setor florestal madeireiro no Pará é o segundo na pauta de exportações do estado, atrás apenas da mineração. Gera 200 mil empregos diretos e indiretos e reúne 3.000 empresas, sendo responsável por uma receita bruta de R$ 3,5 bilhões em 2007.

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

Universo Ambiental  
 
 
 
 
     
SEJA UM PATROCINADOR
CORPORATIVO
A Agência Ambiental Pick-upau busca parcerias corporativas para ampliar sua rede de atuação e intensificar suas propostas de desenvolvimento sustentável e atividades que promovam a conservação e a preservação dos recursos naturais do planeta.

 
 
 
 
Doe Agora
Destaques
Biblioteca
     
Doar para a Agência Ambiental Pick-upau é uma forma de somar esforços para viabilizar esses projetos de conservação da natureza. A Agência Ambiental Pick-upau é uma organização sem fins lucrativos, que depende de contribuições de pessoas físicas e jurídicas.
Conheça um pouco mais sobre a história da Agência Ambiental Pick-upau por meio da cronologia de matérias e artigos.
O Projeto Outono tem como objetivo promover a educação, a manutenção e a preservação ambiental através da leitura e do conhecimento. Conheça a Biblioteca da Agência Ambiental Pick-upau e saiba como doar.
             
       
 
 
 
 
     
TORNE-SE UM VOLUNTÁRIO
DOE SEU TEMPO
Para doar algumas horas em prol da preservação da natureza, você não precisa, necessariamente, ser um especialista, basta ser solidário e desejar colaborar com a Agência Ambiental Pick-upau e suas atividades.

 
 
 
 
Compromissos
Fale Conosco
Pesquise
     
Conheça o Programa de Compliance e a Governança Institucional da Agência Ambiental Pick-upau sobre políticas de combate à corrupção, igualdade de gênero e racial, direito das mulheres e combate ao assédio no trabalho.
Entre em contato com a Agência Ambiental Pick-upau. Tire suas dúvidas e saiba como você pode apoiar nosso trabalho.
O Portal Pick-upau disponibiliza um banco de informações ambientais com mais de 35 mil páginas de conteúdo online gratuito.
             
       
 
 
 
 
 
Ajude a Organização na conservação ambiental.