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REDE BRASILEIRA DE MONITORAMENTO DO MAR É AMPLIADA

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Junho de 2008

20/06/2008 - Grace Perpetuo - Realizada entre 26 e 28 de maio, em Niterói (RJ), com a participação do Ministério do Meio Ambiente, a quarta reunião da Aliança Regional em Oceanografia para o Atlântico Sudoeste Superior e Tropical (Oceatlan) deu início a uma significativa expansão na atual rede brasileira de monitoramento oceanográfico - feita por marégrafos e por bóias fixas e de deriva. A presença do MMA na reunião se deu por meio da Gerência de Qualidade Costeira e do Ar (GQCA) da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do Ministério.

Sob a supervisão de técnicos especializados, diversos navios da Marinha já estão lançando as bóias ao longo da costa do País. A rede brasileira de bóias fixas - que medem ondas, direção de correntes e temperaturas da superfície e da sub-superfície marítimas passará a contar, a partir de agora, com instrumentos instalados na quebra da Plataforma Continental, em frente à foz do Rio Amazonas, a Recife (PE), ao Parque Nacional Marinho de Abrolhos (BA), a Cabo Frio (RJ), a Santos (SP), a Florianópolis (SC) e a Rio Grande (RS).

Mas é com relação às bóias de deriva que essa expansão na rede brasileira de monitoramento oceanográfico revela suas dimensões: o conjunto de bóias monitoradas pelo Brasil salta dos primeiros seis (em 2003) para atuais 80. Munidas de GPS, as bóias de deriva são utilizadas em todo o mundo para, a partir de suas trajetórias, traçar perfis de correntes e medir temperaturas ao longo de seus percursos inesperados. As bóias são doadas pela agência norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), que torna disponíveis os dados coletados tanto pelos EUA quanto por todos os países participantes do processo.

Os novos marégrafos, por sua vez - instrumentos fixos instalados em praias, em estruturas como piers e marinas, etc - funcionarão em Salvador (BA) e em Fernando de Noronha (PE), por exemplo.

Por meio das bóias fixas e de deriva e dos marégrafos, a rede de observação oceanográfica tem, entre inúmeras funções, as de monitorar e avaliar o clima, a erosão costeira, as correntes e ondas do mar e o advento de eventuais eventos extremos - como o até então inédito Catarina, furacão que atingiu o sul do País em 2004. O monitoramento pode ocorrer a longo, médio e curto prazos.

Aliança - "Além desses avanços, a reunião da Oceatlan marcou também o compromisso dos três países dessa aliança regional - Brasil, Argentina e Uruguai - de trabalharem esse monitoramento de forma cada vez mais integrada", diz João Luiz Nicolodi, técnico ambiental do GQCA que representa o MMA no Comitê-Executivo do programa GOOS-Brasil, responsável pelo sistema de observação dos oceanos para a coleta, controle de qualidade e distribuição de dados oceanográficos.

É o GOOS-Brasil (componente brasileiro da GOOS, ou Global Ocean Observing System, da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) que desenvolve atividades de monitoramento oceanográfico e climatológico no Atlântico Sul e tropical a fim de implementar, sistematizar e tornar operacionais a coleta, a análise, a geração e a disseminação de produtos que auxiliam na previsão do clima.

"A reunião serviu também para ampliar o conhecimento da dinâmica do Atlântico sul por meio das experiências das três equipes", acrescenta João. E conclui: "O MMA é um dos principais interessados nos resultados a serem obtidos por essa rede ampliada de monitoramento, uma vez que o ministério é o responsável pela questão de adaptação às mudanças climáticas".

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Reunião em Bali debate descarte de pneus usados e eletroeletrônicos

24/06/2008 - Daniela Mendes - Teve início na segunda-feira (23), em Bali, na Indonésia, a 9ª Conferência das Partes da Convenção da Basiléia que trata do Controle Transfronteiriço de Resíduos Perigosos e seu Depósito. Uma equipe dos ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores participa do evento representando o governo brasileiro nas discussões sobre descarte de pneus usados e de eletroeletrônicos.
O Brasil é o país-líder na revisão do guia técnico sobre gerenciamento dos pneus usados que servirá como orientação aos países para mostrar os processos existentes hoje para o descarte de pneus alertando sobre os pontos positivos e negativos de cada um. Outro guia que sofrerá alterações é o que trata do descarte de telefones celulares, outro grande problema mundial.

Também estará em discussão no encontro o Plano Estratégico para Implementação da Convenção a partir de 2010. A Convenção da Basiléia foi ratificada pelo Brasil pelo Decreto 875/93, mas entrou em vigor em 1992. Atualmente 170 países ratificaram o documento. Entre os que não assinaram estão os Estados Unidos.

Os objetivos da Convenção da Basiléia são: minimizar a geração de resíduos perigosos (quantidade e periculosidade); controlar e reduzir movimentos transfronteiriços de resíduos perigosos; dispor os resíduos o mais próximo possível da fonte geradora; proibir o transporte de resíduos perigosos para países sem capacitação técnica, administrativa e legal para tratar os resíduos de forma ambientalmente adequada; auxiliar os países em desenvolvimento e com economias em transição na gestão dos resíduos perigosos por eles gerados e trocar informações e tecnologias relacionadas ao gerenciamento ambientalmente adequado de resíduos perigosos.

De acordo com o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), atualmente, mais de 400 milhões de toneladas de resíduos perigosos são gerados no mundo inteiro. Cerca de 10% deste total cruza as fronteiras entre países. Grandes depósitos de ácidos corrosivos, produtos orgânicos sintéticos, metais tóxicos e outros resíduos representam uma séria ameaça à saúde das pessoas e aos ecossistemas, causando contaminação das águas subterrâneas e outros tipos de poluição.

Durante os anos 80, o endurecimento da legislação ambiental nos países industrializados provocou um dramático aumento no custo da disposição final de resíduos industriais naqueles países. Como conseqüência, por razões econômicas, grande quantidade de resíduos tóxicos gerados nos países industrializados começaram a ser transportados para disposição final em países em desenvolvimento e da antiga Europa Oriental, com ou sem conhecimento destes países.

A questão dos pneus no Brasil - Em junho de 2007, relatório final do painel da Organização Mundial do Comércio (OMC), que analisou as restrições brasileiras à importação de pneus reformados a partir do contencioso proposto pelas Comunidades Européias, revelou que os argumentos da defesa do Brasil, baseados na proteção da saúde pública e do meio ambiente, foram reconhecidos.

A OMC, no entanto, entendeu que para permitir a proibição da importação dos reformados o Brasil deve garantir, também, que os pneus usados tenham sua importação barrada em definitivo pelo governo brasileiro. Desde 2000, a importação de pneus usados é proibida no País por uma portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), vinculada ao então Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Porém, liminares judiciais que permitem a entrada de pneus usados para alimentar a indústria nacional da reforma comprometem os argumentos brasileiros e aumentam os resíduos no País. As decisões da Justiça, na avaliação da OMC, beneficiam os reformadores nacionais em detrimento dos concorrentes estrangeiros e têm sido aplicadas de modo incompatível com as regras do comércio multilateral.

Atualmente essa importação concedida por meio de liminares judiciais representa cerca de 7,6 milhões de pneus por ano (dados de 2005). A discussão sobre a liberação de carcaças está no Supremo Tribunal Federal desde setembro de 2006 e deve ser apreciada pelo plenário da Casa nesta sexta-feira (27).

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Desertificação será tema de encontro latino-americano em Salvador

23/06/2008 - Daniela Mendes - Pesquisadores de 23 países latino-americanos e do Caribe se reunirão em Salvador, de 7 a 9 de julho, para apresentar e discutir tecnologias de combate à desertificação. O encontro é organizado pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com o governo do estado da Bahia, da Universidade Federal da Bahia e da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD).
A proposta da primeira Iniciativa Latino-Americana de Ciência e Tecnologia de Combate à Desertificação, além de mobilizar e articular a comunidade científica latino-americana, é conhecer as pesquisas geradas, as tecnologias e experiências que estão sendo usadas para melhorar a formulação e implementação de estratégias e políticas públicas de combate à desertificação e mitigação dos efeitos da seca nesses países.

O reconhecimento da emergência do tema em escala mundial levou a comunidade internacional a negociar um instrumento jurídico que é a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), homologada há 12 anos.

Dentre as causas disparadoras de processos de desertificação estão o extrativismo vegetal e mineral, o desmatamento desordenado, as queimadas, o sobrepastoreio, o uso intensivo e extensivo do solo para a agricultura, sem adoção de boas práticas de manejo do solo, e a salinização pela expansão de áreas irrigadas, tecnicamente mal-manejadas.

A desertificação atinge 33% da superfície do planeta e cerca de 22% da produção mundial de alimentos são oriundos de áreas suscetíveis. Estima-se que as perdas econômicas em decorrência desse processo podem chegar a R$ 5,6 bilhões por ano no Brasil.

O fenômeno afeta negativamente os recursos naturais limitados de solo, água e vegetação, e um contingente de pessoas em condições de alta vulnerabilidade socioeconômica. As áreas atingidas abrigam mais de 2,6 bilhões de pessoas, 42% da população mundial.

A conjunção desses fatores leva as populações a um estado de extrema pobreza, fazendo com que se estabeleça a migração intensa na busca de condições mais favoráveis de sobrevivência. Essas pessoas são chamadas de "refugiados ambientais".

 
 

Fonte: Ministério do Meio Ambiente
Ascom

 
 
 
 

 

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