Panorama
 
 
 

SECRETÁRIO ESPECIAL DA IGUALDADE RACIAL VISITA COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO VALE DO RIBEIRA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Junho de 2008

25/06/2008 - Nesta segunda-feira, 23/6, o Secretário Especial de Política de Promoção de Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, esteve no Vale do Ribeira para a assinatura oficial de convênio com o Exército para a construção da ponte de Ivaporunduva sobre o Rio Ribeira de Iguape. A ponte facilitará o escoamento dos produtos da comunidade.

O titular da Seppir, Edson Santos, iniciou sua visita às comunidades quilombolas do Vale do Ribeira, na última segunda-feira (23/6) pela Escola Maria Chules Princesa, no bairro de André Lopes, onde conversou com as crianças. Explicou a importância da criação da Seppir (Secretaria de Política de Promoção de Igualdade Racial) no contexto histórico do Brasil, relatou o processo da escravidão e das lutas e conquistas do povo negro, e enfatizou que a secretaria que ele dirige representa um passo para a conquista da verdadeira democracia.

Em seguida, o secretário e sua comitiva foram ao quilombo de Ivaporunduva, onde será construída a ponte. Foi recebido por lideranças do quilombo e dos bairros de São Pedro, Poça, Galvão, Sapatu.. Benedito Alves da Silva, o Ditão, deu as boas vindas em nome de Ivaporunduva e passou a palavra às lideranças quilombolas que falaram de suas expectativas com a presença do secretário que ali estava conhecendo a realidade das comunidades do Vale e do anseio das comunidades em verem seus territórios titulados.

Também estavam presentes em Ivaporunduva representantes de órgãos governamentais como a Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo, do Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Exército, e representantes da sociedade civil como o Movimento dos Ameaçados por Barragens (Moab), a EAACONE. e o ISA

José Rodrigues, liderança quilombola e integrante do Moab pediu apoio à luta das comunidades contra a construção da Barragem de Tijuco Alto, dizendo “que as comunidades são contra o empreendimento e que este tipo de desenvolvimento elas não querem”.

Santos anunciou a construção da ponte, que segundo o Exército, estará pronta em 8 meses e disse que o Presidente Lula priorizou a obra. Agradeceu o esforço do Itesp e da Secretaria de Meio Ambiente para a concessão da licença ambiental.

Sobre as reivindicações das comunidades, Santos disse que a Seppir está disposta a ajudar as comunidades fazendo a ligação com outros órgãos governamentais como Incra, Fundação Nacional de Saúde e Ministério do Meio Ambiente. Falou publicamente que pode pedir uma audiência das comunidades com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, para uma conversa sobre a barragem de Tijuco Alto. E ressaltou que é questão de tempo a aprovação do projeto de finalização para a fábrica de processamento de fruta de Ivaporunduva.

Ao final da visita, o ministro recebeu, em nome dos quilombolas e do ISA um exemplar da publicação Agenda Socioambiental de Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira. Em seguida, a comitiva almoçou na pousada de Ivaporunduva e foi conhecer o local onde será construída a ponte, encerrando a visita.
ISA, Raquel Pasinato.

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Presença de Lula fortalece CNPI em tempos de desrespeito aos direitos indígenas

23/06/2008 - Acompanhado de ministros como Dilma Roussef, da Casa Civil, e Paulo Bernardo, do Planejamento, o Presidente Lula participa da reunião da Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) para ouvir as dificuldades enfrentadas pelo governo para colocar em prática ações voltadas aos povos indígenas.

O encerramento da 5ª reunião ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista, em 19 de junho último, presidida pelo Presidente da República e com a participação de mais da metade de integrantes do primeiro escalão de seu governo, teve caráter inédito e foi considerado um marco histórico tanto pelos representantes indígenas quanto pelo presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Meira. Adquiriu significado ainda maior porque o objetivo da reunião não era apresentar o que o Estado tem realizado em cumprimento às suas obrigações legais, mas, sim, de relatar o que não está sendo feito. Lula determinou aos ministros que na próxima reunião da Comissão – que se reúne de dois em dois meses - indiquem as medidas que foram tomadas para melhorar os problemas apontados, na próxima "para que haja uma evolução nas conquistas".

Representantes das subcomissões temáticas da CNPI relataram questões específicas de cada área. José Arão Lopes, do povo Guajajara, apontou a ingerência partidária e o modelo de gestão da saúde indígena como causas da situação gravíssima que atinge índios, citando o caos do Vale do Javari, onde mais de 50% da população indígena está contaminada com hepatite tipos "b" e "d", e do Mato Grosso do Sul, com alto grau de desnutrição e mortalidade infantil. Ao destacar que os povos indígenas têm os piores índices de saúde entre todos os segmentos sociais, o presidente da Funai afirmou que é necessária a autonomia financeira e administrativa dos distritos de saúde indígena (Dseis).

A ingerência político-partidária foi apontada também como obstáculo à demarcação de terras indígenas, principalmente nos estados de Roraima, Santa Catarina e Mato Grosso, onde governos estaduais e políticos se opõem ao direito dos índios às terras que habitam. A demarcação da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, que poderia ter sido resolvida no âmbito administrativo mas terminou no Judiciário, colocando em risco a demarcação de outras TIs no País, foi utilizada como exemplo de possibilidade de retrocesso aos direitos constitucionais. Várias lideranças manifestaram indignação com o ato que consideram discriminatório de considerar os povos indígenas como ameaça à soberania nacional.

O líder Marcos Xukuru lembrou os empreendimentos de infra-estrutura que afetam Terras Indígenas. Disse haver cerca de 346 em licenciamento ambiental, e destas, 44 são obras do PAC. Xukuru disse que os povos indígenas querem participar do desenvolvimento e não sofrer com os impactos das obras. A realização da consulta prévia, prevista na Convenção 169 da OIT, foi uma reivindicação das lideranças presentes, "para ajudar a construir um desenvolvimento que seja bom para brancos e para indígenas, respeitando as especificidades de cada um".

O Kayapó Ak'jabor roubou a cena ao dirigir seu discurso ao Presidente fazendo alusão a uma conversa de ambos antes de Lula ser eleito pela primeira vez. Na ocasião, Ak`jabor disse a Lula que faria pajelança para ele ser eleito, mas que ele teria de se comprometer com os povos indígenas. Agora ele estava eleito, e Ak'jabor se sentia então responsável, junto com o Presidente, para que estes direitos fossem respeitados. O índio kayapó cobrou também a reestruturação da Funai: "Lula, ou você manda no ministro do Planejamento ou ministro do Planejamento manda você". Lula respondeu que vários órgãos estão em fase de reestruturação, o que torna mais lento o processo, mas a Casa Civil já havia enviado proposta de reestruturação da Funai para o Congresso.

Proposições anti-indígenas no Congresso

Caboquinho Potiguar, da Sucomissão de Assuntos Legislativos, destacou o andamento de proposições anti-indígenas no Congresso e a ausência de regulamentação da Constituição Federal, como a aprovação de Lei Complementar que define o relevante interesse público da União - que afasta o usufruto exclusivo dos índios sobre recursos naturais - e do Estatuto dos Povos Indígenas, onde espera seja regulamentada a exploração e o aproveitamento de recursos minerais e hídricos.

O MEC foi criticado por suspender a realização de parcerias e ao mesmo tempo não ter condições de realizar uma política de educação diferenciada e específica para povos indígenas. De acordo com o que foi apresentado, o despreparo atual do MEC se repete nos estados e municípios e se reflete na baixa qualidade do ensino. Francisca Pareci acrescentou que tampouco existe uma política linguística para valorização das 180 línguas faladas no País.

Márcio Meira elencou entre as dificuldades na realização de políticas públicas para os índios, a deficiência do quadro técnico da Funai e de articulação institucional entre os vários ministérios. Lula colocou os ministros para ouvir da Funai e das lideranças indígenas os problemas e determinou que eles respondam ao ministro da Justiça, Tarso Genro, ao qual a CNPI está vinculada, porque considera este "um processo de reparação" para com os povos indígenas. Os ministros ouviram tudo em silêncio.

A CNPI, instalada em 2007 com participação paritária de integrantes do governo e de representantes indígenas de todo o Brasil, é o espaço privilegiado de diálogo para a construção de políticas públicas diferenciadas, elaboradas com a participação e consulta aos interessados. Para funcionar é preciso que os representantes dos ministérios na Comissão tenham poder decisório e que todas as decisões sobre políticas públicas para os índios sejam nela discutidas e encaminhadas. O APL que cria o Conselho de Política Indigenista, uma vez que a Comissão tem caráter provisório, foi encaminhado neste mês junho pela Casa Civil ao Congresso Nacional.

Durante a realização da reunião o Presidente Lula assinou o Decreto de Homologação da TI Baú , localizada em Altamira, no Pará. Saiba mais. E os ministros da Justiça, Tarso Genro e do Meio Ambiente, Carlos Minc, assinaram portaria conjunta para a gestão de política ambiental em Terras Indígenas.

A 5ª Reunião Ordinária da comissão foi realizada no Salão Negro do Ministério da Justiça, e dela também participaram os ministros da Saúde, José Gomes Temporão, do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, das Cidades, Márcio Fortes, da Agricultura, Reinhold Stephannes, do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, os secretários especiais de Política de Promoção de Igualdade Racial, Edson Santos, de Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, o Advogado Geral da União, José Antonio Dias Toffoli e a representante da 6ª Câmara do Ministério Público Federal, Deborah Duprat.
ISA, Ana Paula Caldeira Souto Maior.

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Como cidades norte-americanas estão buscando reduzir suas emissões

20/06/2008 - Na palestra “Como o Planejamento Urbano Pode Ajudar a Minimizar os Efeitos do Aquecimento Global nas Cidades” especialistas dos EUA relatam políticas e campanhas em curso no país que incentivam o uso de energias alternativas, do transporte público e o aumento de áreas verdes nas grandes cidades, entre outras iniciativas de redução de emissões de gases de efeito estufa.

A palestra “Como o Planejamento Urbano Pode Ajudar a Minimizar os Efeitos do Aquecimento Global nas Cidades”, realizada no Instituto de Arquitetos do Brasil em São Paulo, na quarta-feira 18, reuniu um grande número de estudantes de arquitetura, urbanistas e outros interessados. Organizado pela Escola da Cidade, Movimento Nossa São Paulo, Instituto Socioambiental (ISA) e Consulado dos Estados Unidos em São Paulo, o evento trouxe para São Paulo a arquiteta Carla Chifos, professora da Escola de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Cincinnati, no estado de Ohio, que fez uma exposição sobre “Cidades Verdes, Não Poluídas e Não Aquecidas: A Nova Agenda para o Planejamento Urbano” e Glen Brand, diretor da Campanha “Cool Cities” da ONG Sierra Club, que expôs as ações que a campanha desenvolve nas cidades norte-americanas.

Para Carla Chifos, a questão do aquecimento global e das mudanças climáticas são urgentes em todo o mundo e as cidades, importantes fontes de emissão de gases de efeito estufa, são palcos fundamentais para ações que combatam o problema. Os sistemas de aquecimento e resfriamento de edifícios, o crescimento urbano disperso, no qual os locais de moradia e trabalho são cada vez mais distantes - o que estimula o uso do automóvel -, combinados com o padrão de uso do solo monofuncional – que não otimiza o uso das redes de infra-estrutura - são os principais motivos para as crescentes emissões nas cidades da maior potência econômica do planeta. Por isso, Carla considera necessárias ações para mitigar e adaptar as cidades às metas de redução de emissão de gases (estabelecidos a partir do protocolo de Quioto, tratado não assinado pelos EUA), o que coloca novos paradigmas para o planejamento urbano, para a arquitetura e implica em uma mudança de comportamento por parte dos habitantes das grandes cidades, ao mesmo tempo que promoveriam uma melhora geral de qualidade de vida urbana.

A especialista apresentou os exemplos das cidades de Cincinnati e Nova York. Em Cincinnati, Carla Chifos participou da elaboração de um plano feito em cada um dos bairros da cidade, com a participação voluntária de grupos organizados em equipes para tratar de temas como resíduos sólidos, transporte, segurança e uso do solo. O resultado foi o estabelecimento de ações e a definição da quantidade de emissão de gases que seriam reduzidos e os respectivos custos. O plano participativo envolveu vários atores, de cidadãos à especialistas e representantes municipais. A meta da cidade é reduzir em 10% a emissão de gases em 4 anos (2008-2012) com base nos índices do ano de 2000.

Em Nova York, a maior e mais densa cidade do país, o desafio de acordo com Carla Chifos foi tornar a cidade mais “verde” sem frear seu crescimento, aumentando o número de parques e demais áreas verdes, melhorando a rede de transporte público, implementando programas de incentivo para viagens a pé, otimizando infra-estruturas envelhecidas e planejando as áreas de risco. Além disso, a palestrante citou como exemplos para redução de emissão de gases de efeito estufa o uso de energias limpas e a construção de edifícios verdes (que otimizam o uso da energia solar, e utilizam o aquecimento e a iluminação natural com tecnologias alternativas). Foram criados certificações e incentivos como forma de estimular os edifícios que reduzem o uso de energia, sistemas de transporte multimodais e sustentáveis, ampliação significativa de áreas verdes - com plantações de árvores programadas conforme as estatísticas de crescimento populacional -, mudanças de zoneamento permitindo o uso misto e o adensamento do uso do solo, concentrando atividades em grandes edifícios, com áreas verdes entre eles – tudo isso para otimizar o uso de energia e contrapor o padrão de crescimento espraiado das cidades norte-americanos.

Glen Brand, por sua vez, apresentou a campanha “Cool Cities”, da Sierra Club, considerada a maior ONG conservacionista norte-americana. A campanha busca soluções para minimizar o aquecimento global e tem como base um contrato, assinado por vários prefeitos, no qual os gestores se comprometem a implementar ações para a redução de emissão de gases de efeito estufa em 80% até 2050. Cerca de 80 cidades já assinaram o documento. Entretanto, além de planos e da assinatura do contrato, segundo Brand, é necessário implementar as ações e monitorá-las freqüentemente. O ativista salientou também que a campanha da Sierra Club visa incentivar novas tecnologias que garantam o uso de energia limpa no mercado, e que a simples substituição de lâmpadas para modelos mais econômicos pode significar uma grande redução dos custos. Outro incentivo citado por ele foi o da redução nos impostos para quem substituir seus carros por modelos menores, mais eficientes e econômicos.
ISA, Fernanda Blauth e Luciana Ferrara.

 
 

Fonte: ISA – Instituto Socioambiental
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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