20 de
Junho de 2008 O potencial de países como
o Brasil para a geração de energia
por meio de fazendas eólica é gigantesco
e o custo (financeiro e ambiental) bem menor do
que o de fontes sujas como a nuclear.
São Paulo (SP), Brasil — Proposta foi feita
pela Comissão do Meio Ambiente do Senado
para ampliar participação na matriz
energética brasileira.
A Comissão do Meio Ambiente,
Defesa do Consumidor e Fiscalização
e Controle (CMA) do Senado propôs na quinta-feira
a elaboração de um novo marco regulatório
para a energia eólica no Brasil até
o dia 30 de julho. A proposta foi apresentada durante
audiência pública sobre a ampliação
da participação da energia eólica
na matriz energética brasileira.
A elaboração do
documento prevê a participação
da Comissão Especial de Fontes Renováveis
de Energia da Câmara dos Deputados, representantes
do governo federal, estadual e municipal, a associação
brasileira de energia eólica e entidades
ligadas à pesquisa e à produção
de energias renováveis.
"O Greenpeace vai acompanhar
de perto esse trabalho para garantir que o marco
regulatório seja ambicioso e impulsione o
desenvolvimento da energia eólica no País",
afirma o coordenador de campanhas do Greenpeace
Brasil, Ricardo Baitelo.
"Este é o elemento
fundamental para consolidar um mercado ainda insipiente
no Brasil, mas que movimentou US$ 38 bilhões
no mundo em 2007", completa Baitelo.
Confira aqui o relatório
A Caminho da Sustentabilidade Energética,
do Greenpeace, que analisa as políticas brasileiras
para o mercado de energias renováveis e o
panorama mundial do setor.
O marco regulatório pretende
viabilizar o desenvolvimento da energia eólica
no país.
"O aproveitamento do enorme
potencial eólico será decisivo para
a manutenção de uma matriz elétrica
limpa e para a segurança energética
do país. A geração hidrelétrica
depende fortemente do regime de chuvas e durante
o período de seca o país é
obrigado a acionar termelétricas movidas
a combustíveis fósseis para completar
a geração. A geração
eólica é mais forte justamente neste
período e será decisiva para evitar
as emissões destas termelétricas",
explica Baitelo.
O Conselho Global de Energia Eólica
(GWEC, na sigla em inglês) viu com otimismo
as últimas iniciativas brasileiras.
"Recebemos com alegria as
notícias sobre iniciativas políticas
desta semana para o desenvolvimento da energia eólica
no Brasil. Tanto o encontro entre governadores e
o Banco do Nordeste na segunda-feira, quanto o anúncio,
na audiência da criação de uma
comissão especial de energias renováveis
para estabelecer o marco regulatório para
a energia eólica são passos importantes",
declarou Ramón Fiestas, representante do
conselho.
+ Mais
Câmara instala em Brasília
comissão de incentivo às fontes renováveis
25 de Junho de 2008 - Brasília
(DF), Brasil — Idéia é avaliar propostas
que incentivem o aumento do uso das energias limpas
na matriz energética brasileira.
Foi instalada nesta quarta-feira,
na Câmara dos Deputados, em Brasília,
a Comissão Especial sobre fontes renováveis
de energia. O objetivo da comissão é
criar um grupo para avaliar propostas em tramitação
na Câmara de incentivo às fontes renováveis
de energia.
"Queremos aumentar a participação
das renováveis na matriz energética
brasileira, como vem ocorrendo em todo o mundo",
diz o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), presidente
da Comissão. "A idade da pedra não
acabou por falta de pedra. Da mesma forma, a nossa
era atual de dependência do petróleo
não vai acabar pela falta desse combustível.
É uma questão de mudança de
mentalidade, de paradigma."
Existem oito projetos de lei na
Câmara e um no Senado que tratam das energias
renováveis. O trabalho dessa Comissão
Especial será gerar uma lei que valorize
o potencial renovável do Brasil e inverta
a lógica atual da expansão da matriz
elétrica brasileira baseada em combustíveis
fósseis e nuclear.
"Essa comissão vai
gerar um movimento significativo para impulsionar
as energias renováveis no Brasil", afirma
o deputado Paulo Teixeira, autor de um dos projetos.
"Nosso potencial é muito grande mas
é sub-utilizado. Temos condições
de suprir toda nossa demanda energética a
partir de energias limpas."
Após deliberação
e aprovação por parte da Comissão,
o projeto vai para análise no Senado.
O Greenpeace contribuirá
com a Comissão na elaboração
desse novo marco regulatório para energias
renováveis e já vem dando sua contribuição.
Em maio lançou o relatório A Caminho
da Sustentabilidade Energética, que traça
um panorama do mercado de renováveis no país
e no mundo.
"Estamos preparados para
ajudar a Comissão, tanto em termos técnicos
quanto políticos, para assegurar que a nova
lei realmente impulsione o mercado das energias
renováveis no país", afirma Ricardo
Baitelo, da campanha de Energia Renovável
do Greenpeace.
+ Mais
Em nome da segurança, obras
de usina nuclear francesa são bloqueadas
24 de Junho de 2008 Dirigível
do Greenpeace sobrevoou as obras da usina nuclear
Olkiluoto 3, na Finlândia, para expôr
ao público os muitos problemas de segurança
e financeiros do projeto.
Paris, França — Enquanto ativistas protestavam
em Flamanville, dirigível anti-nuclear do
Greenpeace sobrevoava EPR de Olkiluoto, na Finlândia.
Vinte ativistas do Greenpeace
interromperam na manhã desta terça-feira
o reinício das obras do Reator Pressurizado
Europeu (EPR, na sigla em inglês), em Flamanville,
bloqueando a entrada de três minas que fornecem
areia e cascalho para a construção.
A ação foi realizada porque nenhum
dos problemas de segurança que obrigaram
a paralisação da obra em maio foram
resolvidos pelos responsáveis pelo projeto.
Os ativistas do Greenpeace usaram
correntes, cadeados e barris para bloquear a entrada
das minas em Montegourg, Lieusaint e Doville, na
Normandia, e abriu faixas denunciando a usina de
Flamanville como grande farsa. O EPR francês,
que promete ser mais seguro, confiável e
barato que os reatores construídos antes,
tem enfrentando uma série de problemas de
segurança e aumento dos custos. No dia 21
de maio, a Agência de Segurança Nuclear
Francesa ordenou a interrupção na
construção de Flamanville 3 após
a descoberta de problemas crônicos afetando
a qualidade da obra desde que o projeto foi iniciado
em dezembro de 2007.
"Não concordamos com
a retomada das obras, principalmente devido à
qualidade do concreto usado nas fundações
do reator, que foi questionada pela Agência
de Segurança Nuclear. Também queremos
denunciar a farsa que a Areva e a Electricité
de France (EDF) estão promovendo. O cronograma
e o orçamento que a Areva e a EDF apresentaram
são completamente irreais", afirma Yannick
Rousselet, da campanha de Nuclear do Greenpeace
França.
Apesar de não ter conseguido
resolver os problemas da obra, a EDF foi autorizada
no dia 19 de junho a retomar as obras.
"A Agência de Segurança
Nuclear, que ao ordenar a paralisação
das obras do reator provou ser séria em seu
papel de garantir a segurança, não
deveria ter autorizado a retomada dos trabalhos
em tais condições", diz Rousselet.
O que está acontecendo
na França e na Finlândia, dois países
europeus com parques nucleares consolidados, mostra
que a indústria nuclear não superou
os problemas de custos e segurança que são
sua marca registrada há 60 anos", disse
Rebeca Lerer, da campanha de energia do Greenpeace
no Brasil.
"Imagine agora se o governo
brasileiro, que quer licenciar Angra 3 e cogita
construir outras 4 usinas nucleares em território
nacional, terá capacidade de garantir prazos,
custos e seguros da indústria nuclear nacional
como promovem seus porta-vozes. O setor nuclear
brasileiro é obsoleto e defasado, ancorado
em idéias e projetos da década de
1970. É simplesmente inacreditável
que o governo Lula invista bilhões para ressuscitar
esse pacote de problemas. O Brasil não precisa
de Angra 3."
Para o Greenpeace, investir recursos
públicos em energia nuclear é transformar
o dinheiro do cidadão em lixo radioativo,
além de desviar o foco das reais soluções
para a crise ambiental que o mundo atravessa. O
Brasil pode alcançar sua segurança
energética estruturando uma matriz em torno
de energias renováveis como eólica,
solar, co-geração de biomassa e, especialmente,
um programa agressivo de economia de energia.
DIRIGÍVEL ANTI-NUCLEAR
Um dirigível do Greenpeace
preto e amarelo, de 44 metros de comprimento e com
uma mensagem em francês - "Non, Merci!"
(não, obrigado) -, sobrevoou nesta terça-feira
as obras de construção da usina de
Olkiluoto, na Finlândia, para expôr
ao público a baixa segurança nuclear
e os defeitos do projeto, além do fracasso
econômico do reator EPR - semelhante ao de
Flamanville, em construção na França.
O Greenpeace está compilando
evidências dos problemas de segurança,
complicações técnicas, atrasos
nas obras e estouros de orçamento dos projetos
EPR na Finlândia e na França para alertar
outros países sobre os grandes riscos de
se investir nesse tipo de reator nuclear.
+ Mais
Sony e Sony Ericsson lideram 8a.
edição do Guia de Eletrônicos
Verdes
25 de Junho de 2008 Reciclador
informal procura por cobre entre cabos e fios de
lixo eletrônico em Manila, nas Filipinas.
Amsterdã, Holanda — Com critérios
de reciclagem e tóxicos mais rígidos,
e inclusão do quesito que avalia impacto
no clima, pontuação caiu.
Das 18 empresas de eletrônicos
avaliadas na oitava edição do Guia
de Eletrônicos Verdes, do Greenpeace, apenas
a Sony e a Sony Ericsson conseguiram marcar mais
de cinco pontos, nos 10 possíveis, e por
isso lideram o ranking. Isso é resultado
do maior rigor adotado nos critérios de avaliação
do Guia em relação à reciclagem,
uso de substâncias tóxicas e impacto
da produção das empresas no clima.
Na outra ponta da lista, Microsoft
e Nintendo continuam decepcionando seus consumidores.
A primeira é a penúltima colocada,
com baixa pontuação no critério
de impacto no clima. Já a Nintendo continua
na lanterna, apesar de ter melhorado sua política
em relação ao uso de substâncias
tóxicas em seus produtos.
"As empresas do setor de eletrônicos
prestam atenção à performance
ambiental em determinados pontos, mas ignoram outros,
tão importantes quanto. A Philips, por exemplo,
pontua bem nos critérios de energia e substâncias
tóxicas, mas não faz ponto algum no
critério de lixo eletrônico, já
que não tem uma política global de
reciclagem", afirma Iza Kruszewska, da campanha
de Tóxicos do Greenpeace Internacional.
"O Greenpeace espera, com
esse guia, mostrar quais empresas são sérias
candidatas a se tornar exemplos na produção
sustentável. Queremos que elas eliminem todas
as substâncias tóxicas de seus produtos,
aumentem a reciclagem de lixo eletrônico,
usem material reciclado nos novos produtos e reduzam
o seu impacto no clima", diz Iza Kruszewska.
As empresas que se saírem
melhor no critério de eficiência energética
foram a Sony Ericsson e a Apple. A Sony Ericsson
também se destaca por ter praticamente eliminado
o uso de substâncias tóxicas em seus
produtos.
A Nokia lidera no quesito
de uso de energia renovável na fabricação
de seus produtos - atualmente usa 25% de suas necessidades
de eletricidade de fontes renováveis, e pretende
aumentar esse total para 50% em 2010. A Philips
usou 10% de energia renovável em 2007 e pretende
aumentar para 25% dem 2012.